spoiler visualizarToveline 21/05/2023
Mansfield Park: Acostumado com as heroínas mais ativas de Jane nos volumes anteriores, Fanny me surpreendeu positivamente. Achei ótima a forma submissa que a autora criou a protagonista e ainda mais interessante foi a atmosfera psicológica que ela conseguiu implicar; Fanny reconhece que é "inferior" as primas e que deve servir apenas e sempre ser condescendente. Isso nunca é diretamente falado a ela pelos Bertram, salvo em um momento chave de sua infância, e há apenas menção a isso devido a Tia Norris, o que toda a complexidade da situação. Não gostei do final. Não me desce ela, depois de passar por tanta coisa, terminar como segunda opção, alguém que "estava ali o tempo todo e ele não percebeu". Ainda mais estranho se pensar que eles foram criados juntos, quase como irmãos.
Emma: Talvez o livro mais parado da Jane que eu já li, afinal a vida da protagonista já é perfeita; mas é aquilo, mente desocupada, oficina do diabo. Numa saga de quebra de ego tremenda, é até divertido acompanhar como Emma se engana a todo momento, cheia de si. De tudo, não foi meu plot nem final favorito da autora. Não posso deixar de pensar na diferença de idade de Emma e do Mr. Knightly.
A Abadia de Northanger: Provavelmente o mais diferenciado nos seis livros da coleção até aqui. Tudo é falado tão diretamente, levando em conta o estilo da autora, que o livro curto é ainda mais rápido do que parece. É bem mais agitado que Emma e Mansfield, o que foi ótimo para finalizar esse volume. O final me deixou um pouco a desejar, muito pelo motivo de Jane contar o que acontece, e não mostrar as falas diretas dos protagonistas na caminhada e visita a casa dos Allen.
Dos três o melhor e mais denso, e que me chama pra uma releitura é Mansfield Park mesmo.