Aysla.Monise 05/05/2016Meigo.*****SPOILER*****
Depois de muita espera, pudemos desfrutar desse aguardado desfecho!
Não há formas de escrever uma resenha sem comparar A Coroa com A Herdeira, então farei isso. No primeiro livro, onde temos Eadlyn como nossa protagonista, fomos apresentados a uma princesa um tanto extravagante, mimada e egoísta. É nítida a mudança e o amadurecimento da mesma no livro posterior.
Em A Coroa, Eadlyn nos surpreende logo no início, com a força e segurança que transmite diante das tribulações que sua família e reino enfrentam. Seu irmão gêmeo fugiu para França, sua mãe está doente, o pai afastado do trono. Junto a isso, a preocupação em ser aceita por seu povo e a pressão de finalizar sua seleção, deixaria qualquer pessoa no meio de um colapso. Eadlyn torna-se a princesa regente de llléa e consegue lidar com maestria os problemas que lhe cercam.
Parece que estamos lidando com uma personagem totalmente diferente. Ead, está mais leve e divertida. Carinhosa e sentimental na medida certa. Ela se permite sentir a dor e a aflição do que lhe aguarda. Se permite entregar a afeição e ligação com os membros de sua Elite. Ela sente. E isso é um grande alívio para mim, para Maxon e America.
Sinto falta de páginas nesse livro. Noto que Kiera correu muito com a história. Começou da maneira certa, mas, a partir da metade, os acontecimentos se tornaram tão embolados e inesperados que me deixou confusa. Parecia que ela tinha pressa em finalizá-lo.
O romance pecou demais. Fiquei extremamente chateada com isso. No primeiro livro, Kiera criou toda uma atmosfera em torno de Kile e Eadlyn. Não haviam especulações sobre uma outra escolha dentre os candidatos da seleção. Houve sim momentos em que Ead se aproximou de um ou outro garoto, mas, o foco – o livro todo – foi em torno Kile. Me pergunto o que houve na mente da autora para em A Coroa, isso mudar.
Kile mal aparece no livro. São raros os momentos íntimos com nossa princesa regente (que se torna rainha, para que seu pai se dedique integralmente a recuperação de sua mãe). O que aconteceu para que, de uma hora para outra, eles se afastem tanto? Quero muito saber o motivo, pois Kiera não deixa isso transparecer. Numa hora: encontros românticos com Kile, beijos estampados em jornais, pensamentos furtivos sobre seus lábios e seus olhos, no outro… Nada. Sério, isso me decepcionou. Por que focar tanto em um personagem em A Herdeira para depois, deixá-lo completamente de lado no segundo livro?
Penso que Kiera tentou surpreender seus leitores na escolha do futuro marido de Eadlyn. Eu até poderia ter gostado, se o romance tivesse sido melhor explorado. O que não foi o caso. Tudo ocorreu muito rápido. Numa página, todos são potenciais maridos, todos estão no pódio para a escolha, e, na outra página, um personagem que ela nunca chegou a cogitar romanticamente se torna sua alma gêmea. Calma aí, colega. Você tem certeza?
Confesso que reli essa informação uma porção de vezes, tentado digeri-la.
Poxa, Kiera. A Coroa foi tão curto (300 páginas distribuídas em um livro de dimensões pequenas e letras enormes). Por que não desenvolvê-lo melhor – principalmente esse romance inesperado – para depois finalizá-lo? Ficou faltando um abismo de acontecimentos.
E, mesmo assim, consegui me emocionar com o final. De repente, me vi chorando horrores nos últimos capítulos pela forma que os personagens agiram. Tão sinceros e compreensivos. Como Kiera consegue? Aquela forma delicada e leve de escrever conquista qualquer um.