madu 25/02/2023
"Tudo na mesma."
"ESPANE, babyluv."
Love, de todos os livros que eu li do King, é o mais sensível e pessoal. Sei do peso de muitos na vida do autor, mas esse aqui me mostrou um lado do King que eu sempre desejei ver e sempre soube que existia; o lado totalmente ligado ao amor.
Stephen escreve casais e relações de personagens com uma maestria impecável. Não se sentir conectado a Lisey em todas as páginas é impossível. Levarei essa personagem comigo sempre.
E Scott, com sua aura assombrada e um passado horrível, entrega a doçura de um homem totalmente em cacos, que faria de tudo para salvar e ficar com o amor de sua vida. Eles se olharam, se sentiram e tenho certeza que foi o início para tudo isso, porque Lisey é a base, é única em um milhão e seria a coragem de Scott até o fim.
Sinto que Love é sobre esse mundo mágico e terrível, sobre sonhos e imaginação, mas também que King brincou com o enredo e que tudo ligado a Boo'ya Moon carrega metáforas infinitas sobre abuso, depressão, luto, trauma etc.
Eu aceito a magia nele, aceito o sobrenatural, mas lá no fundo sei que Scott e Paul sofreram de verdade, sei que Amanda não está bem, sei que Lisey ainda não aceitou a morte do marido e sei que pessoas obcecadas acabam com a vida de qualquer um e nesses momentos é necessário criar um refúgio, algo inimaginável, algo que so iremos compartilhar com quem amamos, algo como Boo'ya Moon, seu clima tropical e sua lagoa milagrosa. Porque o ser humano só precisa de um respiro ? gole ? às vezes. E isso o fará voltar para casa. O fará sobreviver.
"Baby... babyluv."
"I'll follow you, when the stars go blue."