Resenhas - Bubble Gum

Robson Souza 05/07/2011

Após ler os dois primeiros livros da escritora francesa Lolita Pille, percebe-se que ela acredita mesmo que o poder e a riqueza corrompem, trazendo infelicidade e infortúnio.
Em sua obra anterior, "Hell: Paris 75016", ela já havia dissecado a vida fútil, prepotente e sem perspectivas da juventude milionária. Neste livro, "Bubble Gum", ela vai um pouco além, não apenas retratando mais um desprezível jovem bilionário: o mega playboy Derek Delano, onipotente e amoral. Mas também uma garota simples do interior da França, Manon, cujo objetivo na vida é ser famosa. Ela acaba inconscientemente se vendendo, entregando seus sonhos e futuro nas mãos de Derek. Ele vê nela a peça principal para seu novo jogo: a Ascensão e Queda de Manon.
Diferente do livro anterior, que todos os exageros reforçavam a futilidade e anormalidade dos personagens, e os tornavam detestavelmente críveis, aqui tudo soa sobrecarregado. Os personagens são fantasiosos demais, bem como a resolução da trama. Além disso, vários monólogos poderiam ser reduzidos, deixando a leitura menos maçante.
De qualquer forma, é muito pertinente a crítica de Lolita Pille quanto à banalização da realização profissional e do sucesso. A cada dia é mais comum encontrar jovens com o objetivo de vida como o da personagem principal: ser famoso, simplesmente. Não importa como ou fazendo o quê. E no caso do livro, isso é completamente extremado. Não é indicado para os românticos.

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Lady 04/08/2011

Bubble Gum é uma leitura tensa. Não simplesmente por se tratar de uma história muito complicada, com personagens muito intensos, e sem um pingo de maldade ou inocência, mas pelo modo como ele é contado. Manon e Derek dividem a narrativa, cada um narrando um capítulo, mas não é isso que de fato me incomodou. Me incomodou o fato de praticamente não haverem pausas. A autora consegue escrever parágrafos de páginas inteiras usando um ou dois pontos finais. O excesso de vírgulas me cansou a tal ponto que eu não conseguia ler muito por dia, porque a narrativa me deixava exausta, me dava dor de cabeça.
Outra coisa que também me incomodou em vários momentos é o fato de ela usar algumas palavras que, apesar de eu conhecer, parecem muito formais aos meus ouvidos (e aos meus olhos). Todos os personagens falam de uma maneira muito própria, muito correta, usando palavras difícieis, desnecessárias. Não atrapalhou o andar da história, mas sei lá. Não teve motivo.
Quando cheguei ao final do livro, acabei me decepcionando. É muito bom ler uma coisa que sai da sua zona de conforto, não me entendam mal. Só que, quando você descobre as verdadeiras intenções e atitudes por detrás de Derek e um personagem que aparece tipo uma vez se torna super importante nas últimas dez páginas, eu me peguei com aquela cara de "sério mesmo isso?", porque tudo me pareceu muito fácil, tipo solução de última hora. O plano de Derek é tão absurdo que, não importa quão legal o livro tenha sido, só de descobrir a farsa toda já estragou o restante. Me decepcionei porque toda a realidade de loucura que Manon e Derek passavam acabou no instante em que a autora tentou expor os meios. Terminei o livro de cara feia e desinteresse pesando.

Gabe 25/07/2011

Bubble Gum
Mais uma obra incrível da Lolita. Adoro essa narrativa alucinante, com uma pontuação meio estranha, como quem conta uma história interessante demais para fazer pausas. A crítica social é clara e evidente, mas não é nem de longe o ponto alto da obra. Acho que a essência, não só de Bubble Gum, mas da obra da Lolita é a semelhança dos personagens com a realidade. As pessoas retratadas por ela são imperfeitas, confusas, cheias de dúvidas, de dilemas, de problemas. A vida é toda torta e as coisas dão errado a todo instante. O livro deixa claro que conseguir o que se procura pode ser uma das piores coisas a acontecer na vida de alguém, mas perder isso pode ser ainda pior. A autora consegue captar a parte mais fodida do mundo e das pessoas. O final, uma das poucas partes elogiadas do livro, na minha opinião, é o ponto mais fraco. Acho que aí a história saiu muito da realidade, porque no mundo real, a mocinha não alcança o sonho de ser modelo e o "vilão" não morre. A mentira utópica que é o "felizes para sempre" tão bem retratada pela Lolita em Hell, se perde em Bubble Gum. Mas nem por isso o livro fica menos interessante. Além de uma grande contadora de histórias, Lolita se mostra ótima em montar personalidades que de tão complexas e falhas, parecem reais.

07/12/2011

Favorito
Surpreendente, os diálogos, os acontecimentos... Não consegui largar esse livro até acabar.

Lucas 22/03/2012

Um livro que não é só para ser lido ou sentido, mas sim vivido. O final é - com toda certeza - viajado e estranho, mas de alguma forma convence. A Manon é uma menina que viveu mais da metade da vida a mesma coisa, os mesmos lugares, as mesmas dores, os mesmos sonhos. E o Derek aflora a Manon, porque a estrela cheia de vontades e gracejos vivia dentro dela, mas ela precisou dele para tornar-se outra e ele precisava dela para ser mais ele; mais fingido, menos tedioso. O livro é todo feito nos detalhes e chega até ser filosófico em certo ponto - ela corrompendo-se aos poucos enquanto o Derek só fornece a corda para ela se enforcar. E no fim o mundo que ela viveu é só uma ilusão - triste, feliz?, quem sabe? O que a Manon viu era o que o Derek queria que ela visse, não era? Mas também era o mundo, de alguma forma e ela o teve, mesmo que só a parte falsa. Podem chamar o livro de bolha - vazio por dentro, mas não neguem a beleza da obra. Não neguem que o Derek sabia amar (não a Manon). Mesmo com os erros Lolita Pille acerta mais uma vez. Porque o erro é só mais uma falsidade em um mundo construído pelo dinheiro e ganância.

Bruna 09/12/2012

Genial! Lolita Pille é simplesmente incrível.

hammy 10/06/2012

Lolita e a realidade, sociedade doentia!
Que dó do Derek, apesar do que ele fez, não gostei do destino dele. Uma pena que muitas pessoas são como Manon e Derek, literalmente, mas pela exclusão isso foge dos nossos conhecimentos.


Uma palavra para esse livro: Febril

Cinthia G 12/11/2012

A Lolita tem um ritmo de escrita e uma narrativa que eu nunca vi igual. Confusa, tediosa no começo, mas interessante e que tem impacto na história toda. E eu que pensava que era mais um livro café-com-açúcar. Lindo engano. É forte, bem forte. Já aviso desde agora que a Lolita não poupa ninguém, e seus personagens tem a boca bem suja. As cenas narradas também não são leves.

A história só empolga quando passa da metade. Mas daí é uma coisa atrás da outra, em um ritmo alucinante. Essa leitura é recomendada para aqueles que persistem, que não esperam um livro empolgante desde o começo.

O livro é uma loucura total, é louco mesmo. Chega em um ponto que você não sabe o que é verdade, sonho ou alucinação. E é exatamente por isso que você se empolga a continuar, para saber se isso aconteceu, e se aconteceu o que isso vai provocar? Terminei o livro em estado de extase, precisei parar uns cinco minutos para voltar aos pensamentos normais.

Chrys 03/11/2012

Maravilhoso e psicótico! O livro nos leva ao mundo dos ricos (e alguns famosos) e mostra como as pessoas podem ser cruéis, frívolas e lunáticas! Uma trama interessante! A autora conseguiu captar o desejo de uns e a falta de escrúpulos de outros. Nota 10! Vale a pena ler!

Gabi C. 18/02/2009

Eu tava adorando o livro! Uma história 'ácida', as personagens bem elaboradas, mas o final.. ah, o final! Foi, no mínimo, viajado demais pra mim. Fora que eu achei a Lolita Pille uma ótima contadora de histórias, mas escritora (no sentido mais literal) ela tá um pouquinho longe de ser.