Walden

Walden Henry David Thoreau




Resenhas - Walden


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Pr.Thiago 04/07/2020

OBRA NECESSÁRIA HOJE
Esta obra não permite que o leitor finalize a leitura da mesma forma como iniciou. Nos leva a reflexões profundas.
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Ana Ruppenthal 01/07/2020

Literatura para tempos de pandemia
Não tenho muito o que acrescentar, em termos técnicos, sobre a obra de Thoreau além do que já fora dito em outras resenhas. Mas falando da minha experiência literária - a leitura nada mais é do que uma experiência - penso que é um livro magnífico para tempos de distanciamento social. É um deleite mergulhar nas longas reflexões do autor sobre a vida, a solidão (e seu prazer); sobre a vida doméstica e social, sobre como o autor gostava de sovar seu próprio pão e cultivar seus próprios feijões, ficar em casa ouvindo o som da natureza e da chuva; como gostava de observar o céu, ou de ficar dias e dias lendo, meditando e refletindo; como tinha consciência da total desnecessidade de alimentos de origem animal (mesmo sendo ele um hábil pescador), como percebia que era necessário tão infimamente pouco para ter uma vida excelente. Aliás, a autonomia de pensamento de Henry Davi é fenomenal: enquanto a maioria dos pensadores da mesma época se deixava influenciar por teorias racistas pseudocientíficas, Thoreau achava desnecessária e desumana a escravidão, era favorável à causa negra e indígena (que aliás, em mutas passagens ele elogia o modo de vida dos indígenas), bem como elogia e admira civilizações asiáticas e critica o modo rústico e destrutivo de vida dos europeus; o autor também era contrário à depredação da natureza e à exploração animal, e em algumas curtas passagens dá alguns indícios de que era favorável à causa da emancipação feminina. Tido por muitos como referência libertária, Henry Davi ao narrar a sua experiência de morar dois anos próximo ao lado Walden mostra uma face mais propriamente estoica, narrando com detalhes os pequenos prazeres da vida, sem deixar de ser um convicto cristão e puritano. Aliás, é sabida a influência do legado de Henry Davi em aventureiros como Christopher McCandless; porém, Thoreau, não sendo ele mesmo nada aventureiro, era muito responsável, pois não apenas dedicou boa parte da vida à topografia e conhecimento da natureza como também planejou por muito tempo a moradia na floresta próxima a Walden, deixando por escrito para nós o seu relato. E hoje, é claro, a gente não precisa se enfiar inconsequentemente em um ônibus velho na floresta para ter uma experiência semelhante ao autor: é só ficar em casa.
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Fabricio.Maseto 29/06/2020

Essência
Walden é a visão de um ser humano consciente sobre a essência da vida. Chegar ao fim da vida sabendo que a viveu com totalidade.
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Vivianni Cordeiro 26/06/2020

"Superfluous wealth can buy superfluities only. "
"I delight to come to my bearings,?not walk in procession with pomp and parade, in a conspicuous place, but to walk even with the Builder of the universe, if I may,?not to live in this restless, nervous, bustling, trivial Nineteenth Century, but stand or sit thoughtfully while it goes by."
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Cleberson 01/06/2020

Um livro para refletir sobre a vida
O estilo de escrita do autor é direto. Ler esse livro faz ter a impressão de que se está sentado numa cadeira de madeira, do lado de fora da cabana construída às margens do Lago Walden, entretido em uma grande conversa com o autor. São muitos os trechos me fizeram refletir sobre a forma com que encaro a vida. Alguns capítulos são excessivamente prolixos, mas, de repente, você se vê surpreendido por uma frase que fez valer a pena.
Com certeza um livro com grande potencial de causar impacto nas pessoas.
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Erika 19/04/2020

Um bom livro, com ideias cativantes e um estilo de vida que para muitos não é convencional. A virtude pela simplicidade, minimalismo e o essencialismo estão presente na narrativa de suas experiências. É uma leitura um pouco fastidiosa devido às descrições extensas e muitas vezes prolixa deixando o leitor um pouco cansado durante o processo de leitura. O naturalista Thoreau de
Walden é a porta de entrada para aqueles que prezam a solitude como ferramenta de autoconhecimento.

"A riqueza supérflua só pode comprar supérfluos. Não é preciso dinheiro para comprar o necessário à alma".
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Diego Rodrigues 09/04/2020

Um convite ao pensamento crítico e a liberdade
Em 1845, buscando se afastar e se desintoxicar de uma sociedade da qual já não se simpatizava mais, Henry David Thoreau, aos 27 anos e formado em Literatura Clássica e Línguas, decidiu se retirar para uma propriedade isolada do amigo e poeta Ralph Waldo Emerson. Às margens do lago Walden, o autor, ativista, poeta, naturalista, historiador e filósofo, construiu sua própria cabana, plantou seus próprios alimentos e levou uma vida simples e autossuficiente em meio a natureza por dois anos. Esse experimento se tornou um período de descoberta espiritual, conexão com a natureza e com o seu eu interior para o jovem autor. Esse livro, publicado pela primeira vez em 1854, é um relato dessa experiência e apesar das críticas a sociedade presentes aqui serem direcionadas principalmente a civilização industrial do século XIX, elas são tão profundas e universais que permanecem atuais. Assim como o período em que viveu na floresta foi uma experiência de autodescoberta para Thoreau, a leitura de Walden pode ser o mesmo para o leitor.

O livro é dividido em dezoito partes, cada uma delas é um ensaio que trata de assuntos variados, apesar de estarem todos ligados entre si. O primeiro capítulo é onde o autor vai expor seus ideais e tecer a maioria de suas críticas a sociedade, ao capitalismo e ao consumismo. Aqui o autor estabelece sua filosofia e vamos entender os motivos que o levaram a empreender tal experimento. Thoreau nos mostra por a + b, literalmente fazendo contas, que a sociedade vive uma vida de luxos supérfluos, na qual tudo que é consumido ou adquirido é superfaturado de alguma maneira. Mostra também que é totalmente possível levar uma vida mais simples, melhor e gastando menos, sendo autossuficiente.

A instalação do autor às margens do Walden é descrita de forma bem detalhada, ficamos sabendo quanto ele gastou, onde conseguiu os materiais, como transportou e como construiu tudo. Após fixar moradia na região, aos poucos, conforme os capítulos vão passando, Thoreau vai nos permitindo um vislumbre da vida que levou ali. Sempre intercalando entre o teor autobiográfico e alguma crítica, seja ela direcionada a sociedade, ao governo ou a guerra, o autor traduz sua filosofia em ensaios. Temos, por exemplo, um capítulo inteiro dedicado a literatura, do qual saiu sua famosa citação:

"Quantas pessoas não definiram uma nova era em sua vida por meio da leitura de um livro! O livro existe para nós, talvez, como aquilo que explicará nossos milagres e revelará outros novos. Podemos encontrar neles, de certa forma ditas, coisas indizíveis no presente. Essas mesmas perguntas que nos perturbam e intrigam e confundem ocorrem por sua vez a todos os homens sábios; nenhuma delas foi omitida; e cada um deles respondeu de acordo com a sua capacidade, com as próprias palavras e a própria vida. Além do mais, com a sabedoria aprenderemos a liberdade."

Os sons da floresta, as vantagens da solidão, as visitas que o autor recebia, ou a falta delas, as sementes que ele cultivava na região, cada um desses assuntos tem um capítulo só pra si. Tudo escrito de uma forma leve apesar de crítica. Em alguns momentos o autor nos encanta com suas descrições da vida na floresta e do lago, em outros nos deixa em profunda reflexão quando tece uma de suas críticas.

O que faz de Walden um clássico da literatura e um documento libertário, além do conteúdo relevante em si, é a escrita do autor. Apesar de ser um forte crítico e um ativista, Thoreau escreve de um jeito leve. Sempre mostrando ao leitor a sua filosofia e instigando-o a refletir, ele não é radical. Como exemplo disso posso citar as passagens sobre o veganismo que tem no livro: o autor explica suas vantagens para o corpo, para o espírito e para a natureza, deixando claro que esse é um caminho para o desenvolvimento do homem. Mas não tenta forçar o leitor o adotá-lo. Afinal, segundo a filosofia do Thoreau: se é uma coisa que tem que ser imposta, não adianta; é necessário compreendâ-la para abraçá-la.

Aliás, essa é a mensagem presente no capítulo final do livro, no qual o autor resume a lição que tirou de sua experiência em uma conversa direta com o leitor. Thoreau mostrou um caminho, mas ele não quer que todos vão morar no meio da floresta na beira de um lago. Ele instiga cada homem a buscar a conexão com seu eu interior e com a natureza a sua volta. Todos devemos buscar esse equilíbrio todos os dias. A lei do nosso espírito jamais entrará em conflito com a lei de uma sociedade justa, se por acaso encontrarmos alguma.

"Por que essa pressa desesperada de ter sucesso e por que essas empreitadas desesperadas? Se a pessoa não acompanha o ritmo de seus companheiros, talvez seja por estar ouvindo outro tambor. Deixem que entre no ritmo da música que ela está ouvindo, seja ela regular ou esparsa. Não é importante que a pessoa amadureça logo como uma macieira ou um carvalho. Por que transformar logo a primavera em verão? Se ainda não existem condições para as coisas para as quais fomos feitos, que realidade trocaríamos pela nossa? Não naufragaremos em uma realidade fútil. Será que devemos com esforço erguer um céu de vidro azul sobre nós, mesmo sabendo que, quando pronto, certamente continuaremos olhando ainda o verdadeiro céu etéreo muito acima, como se o outro não existisse?"

site: https://discolivro.blogspot.com/
highbythem00n 09/04/2020minha estante
Que resenha perfeita! ??


Diego Rodrigues 09/04/2020minha estante
Obrigado! Muito difícil fazer resenha desse livro, tem tanta coisa pra falar




Victor 03/04/2020

O pedantismo de Thoreau envenena a leitura
Li por causa de Into The Wild, curioso para ter contato uma das obras que influenciaram Chris McCandless/Alex Supertramp. As observações de Thoreau são narradas com um pedantismo e senso de superioridade, colocando-se como melhor do que as demais pessoas, que chega a incomodar. Dessa forma, fica explícita a influência sobre Chris, que, à sua própria maneira, dispunha de semelhante arrogância. Entretanto, o livro é recheado de boas ideias e quotes reflexivos para se levar para a vida.
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Alexia 01/04/2020

Walden tem um lugar no meu coração, o carinho que sinton por esse livro é surreal. A narrativa, a atmosfera, as observações de Thoreau: tudo é perfeito! A leitura vale muito a pena, é conhecer e penetrar em uma realidade bem diferente da nossa, principalmente da minha, que nasci em 2000.
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Paulo Sousa 09/12/2019

sobre walden
Lista #1001livros
Título lido: Walden ou A vida nos bosques
Título original: Walden
Autor: Henry David Thoreau
Tradução: Denise Bottmann
Lançamento: 1854
Esta edição: 2010
Editora: L&PM
Páginas: 336
Classificação: 3/5

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"Fui para a mata porque queria viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se não poderia aprender o que ela tinha a ensinar, em vez de, vindo a morrer, descobrir que não tinha vivido? (Posição no Kindle 1516/26%).
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walden não é exatamente um romance. nem tampouco pode ser resumido como diário experimental, mesmo contendo as experiências vividas pelo escritor americano henry david thoreau, que abandonou a vida confortável citadina e se estabeleceu numa cabana humilde às margens do lado que deu título à obra.
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o objetivo do escritor era buscar a simplicidade e simplificação da vida: comer o que a natureza desse ou nas rudimentares plantações de batata que cultivou, beber da límpida água do lago, se perder na silenciosa observação de seu entorno. dessa experiência de pouco mais de um ano, seria escritas belas passagens que no livro são exploradas até com certo exagero em caudalosos parágrafos, o que não tira o valor da obra.
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pensar na experiência de walden já é, para muitos, um desafio hercúleo. acostumados que estamos com a vida corrida, de certa forma confortável quando pensamos que temos tudo à mão, e envoltos em alta conectividade com nossos devices, de uma hora para outra se embrenhar na mata selvagem, ser envolvido pelos sons naturais dos animais e das árvores embaladas pelo vento, viver da prodigalidade, podem assustar o homem urbano moderno. mas não deixa de ser tentador largar tudo, ?chutar o balde? no bom português, e se consentir uma experiência de contato com a natureza não seria nada mal em tempos de tamanha algazarra interior.
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walden, apesar de eu ter feito uma leitura demasiado longa, fragmentada e difícil por conta dos corridos dias acadêmicos em que me envolvi, serviu para pensar que o eclesiastes estava certo quando afirmava que ?tudo é vaidade?. ou seja, parar e se despojar de nossos frágeis monumentos de segurança por uma experiência em contato com o mais frugal da vida, certamente nos mostraria quão pequenos somos nesse cosmo imenso e misterioso. vale!
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livrodebolso 14/10/2019

Depois de uma ousada #TBR em fevereiro, que deu mais errado do que eu esperava, trago a seguinte conclusão: foda-se!
Não vou desculpar-me pela grosseria, pois circula por aí um livro que traz o palavrão na capa, pregando um estilo de vida detalhadamente (mesmo!) descrito por Thoreau no séc. XIX.
Em 4 de julho de 1845 (espero que a data faça algum sentido para você), Henry David, formado em Harvard (desprezando o fato), questionando os costumes americanos, sobretudo os herdados da Inglaterra, decretou sua própria independência e mudou-se para a cabana que construiu na beira do lago que dá título à obra.
Atendendo aos pedidos de pessoas próximas (apesar de ter sido considerado misantropo, ainda cultivava amizades e recebia visitas), que não só sabiam da empreitada, mas a assistiram (distantes) em tempo real, o autor narra sua experiência, desde a composição da casa, da plantação de sua comida aos devaneios sobre aspectos da sociedade que mais o incomodavam, como a contratação de arquitetos para habitações cada vez mais luxuosas, uso de roupas finas e desnecessárias, e até a comida rebuscada, obrigando a longa jornada de trabalho para manter o alto consumo.
Ele escolheu o extremo do minimalismo para viver, e utilizou o restante de seu tempo para observar a Natureza, que retrata lindamente.
O experimento de Thoreau durou mais de dois anos e serviu para contemplação de seu próprio interior, provocando reflexões reveladoras sobre o pensamento do leitor, inclusive; além de ser um compilado de, eu diria, mantras para meditação.
Comentei repetidamente sobre como Walden estava me agradando (e incomodando), portanto, simplificando as últimas semanas, sem lamentar o volume de leituras esse mês, chamo atenção para o peso de uma obra transcendental, afinal, "as coisas não mudam; mudamos nós".
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MauricioTiso 01/09/2019

A solidão do livre
Thoreau de fato nunca quis agradar a ninguém e também não escreveu Walden com esse fim. Mesmo Ralph Waldo Emerson, seu colega em vida, reconhece em seu discurso fúnebre dedicado ao amigo o peso que essa liberdade tem em sua relação com o outro.

Essa é a característica mais marcante do texto em Walden: a completa ausência de um lado, a total independência de um texto que não foi escrito para agradar, provocar ou intreter mas sim para compartilhar os mais verdadeiros e puros pensamentos de seu autor.

O livro começa com uma reflexão do modelo social da época (1845), atravessa com um relato da experiência de viver afastado desse modelo, passa por uma descrição detalhada da natureza e das épocas do ano na região de Concord-New England-USA, e termina com uma reflexão dessa experiência com o caminho antagônico que a sociedade de sua época toma.

A leitura apesar de ser fluida, por vezes é repetitiva, citando mais de uma vez as mesmas passagens como se fosse a junção de varios fragmentos de textos feitos ao decorrer da experiência.

Para mim, o maior ganho de atravessar todos os detalhes sobre a natureza constante dessa leitura e viver a experiência de quem antagonizou de fato, de maneira verdadeiramente anárquica e não retórica, com o status quo. Mergulhar nessa cisão e experiênciar os sentimentos de verdadeira liberdade e felicidade de quem seguiu seu caminho e não o caminho que esperavam que seguisse é muito importante para sua própria reflexão, é o verdadeiro modelo do Herói colocado na obra de Joseph Campbell.

Outro link importante de estrutura social que culmina com o que vivemos hoje é somar à percepção Ortega y Gasset em A Rebelião das Massas com a de Thoreau nesta obra. O que vivemos hoje não é o produto de uma geração ou tecnologia e sim o acúmulo histórico de diversas revoluções tecnológicas, muito mais profunda em um inconsciente coletivo.
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Letícia 09/12/2018

A vida com o mínimo!
Escrito em 1854, Walden traz uma história bastante atual (esse é o papel dos clássicos). Nos faz refletir sobre a vida e as cidades, nossa relação com o tempo, com o trabalho e também com o consumo.
Thoreau passa 02 anos, 02 meses e 02 dias em uma cabana no lago Walden, em Concord nos EUA. Nessa experiência, o autor nos leva para o seu cotidiano, o que fazia com "tanto" tempo livre, sua comida, sua estadia, suas reflexões, suas leituras, o seu bem estar.
Thoreau não era ermitão, estava próximo à cidade e convivia com seus vizinhos, visitando amigos e recebendo visitas também. O seu experimento, digamos assim, era mostrar que era possível viver com simplicidade, com poucos recursos sem a necessidade do ter, e da vida acelerada.

Mesmo em pleno século XIX, Thoreau era uma pessoa bem sofisticada e à frente do seu tempo, suas medidas matemáticas, a própria construção da cabana, a observação da natureza, das estações climáticas. Colocam Thoreau como alguém já preocupado com as questões ecológicas, sendo considerado um dos precursores desse tema nos EUA, onde atualmente, o local de sua moradia é uma área de preservação ambiental e ponto turístico.

Por vezes, a experiência de leitura, principalmente no início é um pouco arrastada e enfadonha, mas logo mais adiante, a leitura flui e você se vê lendo passagens que poderiam simplesmente ter sido escritas em pleno 2018.

Durante minha leitura, marquei algumas passagens que me chamaram a atenção e trarei para essas impressões literárias que estou descrevendo, usarei o recurso de colocar o número da posição de leitura do Kindle para essa edição que li da L&PM.

Um dos capítulos que mais me identifiquei e gostei das reflexões foi o sobre a leitura, que começa na posição 1634 do Kindle. Uma pergunta que ele faz, e que também podemos fazer é a seguinte: "Alguém que acabou de ler talvez um dos melhores livros em inglês, quantas pessoas encontrará para conversar sobre ele?" (posição 1640) tirando o fato dele falar dos livros em inglês, trazendo para nosso cotidiano, não é verdade? Ou ainda, "Quantos homens marcaram a data de uma nova época em suas vidas com a leitura de um livro!" (posição 1760) Muitos livros nos marcam ao longo da vida, e muitas vezes nos transformam, cada um de nós pode contar sobre um ou mais livros que tiveram esse impacto em nossas vidas. Uma resposta bem interessante quando alguém lhe perguntar por que você tem e/ou compra muitos livros: "Gastamos mais em praticamente qualquer item de nossa saúde ou falta de saúde física do que em nossa saúde mental." (Posição 1773/1774) Leitura para mim e acredito que para boa parte dos leitores faz parte da nossa sanidade mental. Ele traz também boas reflexões sobre leitura e educação bem atuais. Sobre o sistema educacional e como ela via isso, durante sua vida ele e seu irmão fundam uma escola particular e começam a lecionar, mas o projeto não vai adiante, por vários motivos, sendo que um deles é a partida de Thoreau para Walden.

Já avançando na leitura, a seguinte passagem também me chamou a atenção: "Uns perguntaram o que eu comia; se não me sentia solitário; se não tinha medo, e coisas assim." (posição 137). Essa frase me remeteu imediatamente à época em que minha mãe faleceu, e eu morava sozinha. Algumas pessoas quando conversavam comigo, me perguntava exatamente sobre isso, como eu ia me alimentar, se eu não me sentia solitária e com medo. Mais ou menos automaticamente, eu respondia não para todas as indagações, mas explicava que ser solitário era diferente de ser sozinho. E que a vida deveria seguir, com outras conformações, com outras experiências e com aprendizado depois de passar por uma situação de profunda tristeza.
Sempre questionavam Thoreau sobre esse novo estilo de vida, e em outra passagem ele remete à Bíblia quando fala "(...) eles se dedicam, como diz um velho livro, a acumular tesouros que serão roídos pelas traças e pela ferrugem e roubados pelos ladrões." (posição 169). Aqui mais uma vez ele afirma que não é preciso de muito para se viver, e que temos que enfatizar o ser ao invés de ter (outra premissa atualíssima), com a qual eu concordo. Claro que na nossa vida, não iríamos para um bosque construir uma cabana e lá permanecer. Mas acredito que se temos o suficiente para vivermos de acordo com a nossa realidade e necessidade confortável, eu particularmente não vejo realmente necessidade de termos armários e armários abarrotados com muito mais do que conseguirmos usar. Aqui uma crítica ao consumismo, pois, Thoreau já criticava a aceleração do tempo e da fluidez das relações, bem como o próprio consumismo, já que ele vive ali logo depois da Revolução Industrial que vai ser o advento da proliferação de bens.

Na posição 189, Thoreau critica o trabalho excessivo (algo tão comum em nossos dias, mas devemos desacelerar), "Na verdade, quem trabalha não tem tempo livre para uma autêntica integridade dia a dia; não pode se permitir manter as relações mais viris com os homens; seu trabalho seria depreciado no mercado. Não tem tempo de ser nada além de uma máquina."

Ao longo da leitura vamos acompanhando a vida de Thoreau no lago Walden e todos os seus pensamentos e estudos, terminado seu tempo lá, ele volta para casa e reescreve várias passagens do seu livro antes de publicá-lo.

Como homens do seu tempo, Thoreau falece jovem, mas suas ideias se propagam e são de grande influência para líderes do século XX, como, Gandhi e Martin Luther King.

Uma frase representa bem a filosofia de Thoreau, e nós com certeza podemos falar hoje em dia:

"(...) o melhor lugar para cada pessoa é onde ela está." (Posição 5395).

Em resumo, foi uma boa leitura! Acredito que não leria esse livro por escolha própria (essa foi uma leitura do meu grupo de leitura para o mês de Dezembro), mas que ao final eu gostei e recomendo para quem quiser conhecer esse clássico americano. Ele também está no livro 1001 livros para ler antes de morrer.
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