ofabiofranz 14/04/2024
Max: Uma imersão profunda na crueldade da guerra e na complexidade humana.
Há tempos eu não mergulhava em uma leitura tão profunda. Foi uma amiga que me presenteou com "Max", de Sarah Cohen-Scali, e eu não tinha ideia do turbilhão que esse livro causaria em mim. Chorei, sim. Mas mais do que isso, fui tomado por uma espécie de torpor, uma melancolia que se entranhou em cada página virada.
Max e Lukas se tornaram parte de mim, e agora, sem eles, sinto um vazio difícil de preencher. Como lidar com a ausência de personagens tão vívidos, tão reais em suas dores e amores?
Tenho um conhecimento até que mediano de história, mas, esse livro me pegou de surpresa, ele me fez reviver todas as lembranças e tudo que li sobre a WWII que estavam apenas como registros distantes em minha mente. Saber previamente sobre o Lebensborn e as crueldades do nazismo apenas tornou a história muito mais impactante. As lágrimas foram inevitáveis, pois "Max" não é apenas uma narrativa, é um soco no estômago, uma lembrança brutal e necessária sobre os horrores e a crueldade da guerra e a perda da inocência.
Sarah Cohen-Scali escreve com uma sinceridade crua. A narrativa, conduzida pelo próprio Max, é hipnotizante. Ela o deixa encantador e detestável, inteligente e sarcástico, uma mistura complexa de qualidades e defeitos que o tornam irresistível.
A leitura de "Max" é viciante, uma droga que te prende até a última página. Eu me vi devorando o livro sem nem perceber, absorvido pela trama que se desenrolava diante de mim. Não foi uma escolha, foi uma necessidade, um dia e meio e pum, acabou. A leitura fluiu, a história se desenvolveu, agora estou assim. Sem reação, anestesiado.
Portanto, não posso concluir esta resenha sem um apelo: leia "Max". Deixe-se envolver por essa história que é ao mesmo tempo cruel e comovente, uma jornada que vai te fazer questionar a própria humanidade.
“É preciso que testemunhemos, nós dois. Eu, pelo que os názis fizeram aos judeus e aos poloneses, você, pelo que fizeram a você”.