Madufarias 12/03/2024
“Ela sempre achou que não valia muito. Ninguém vale muito quando diz ao moço do censo que no campo profissão ele deve escrever as palavras ‘do lar’”.
O livro tem como foco a vida de Eurídice, porém, em paralelo, temos as histórias de Ana, Guida, Zélia e outros personagens. Sem sombra de dúvidas, é um livro que representa muitas mulheres.
As que fogem por amor e querem uma vida tranquila; as que se iludem com promessas rasas de homens que juram a eternidade; as que têm autoestima baixa e por isso, aceitam o que a vida lhes dá; as abandonadas que criam sozinhas seus filhos, órfãos de pais vivos; e não esqueçamos das desprezadas pela profissão ou por seus hobbies.
Sou emotiva. Fiquei desesperada em alguns - muitos - trechos, ri demais em outros e concluo que é bem parecido com uma novela das 18h. Tem intriga, decepção, gente morrendo, ascensão, o combo completo!
A escritora é boa, e por achar semelhante à novela, foi fácil e leve, mas confesso que tive que pegar o dicionário vez ou outra porque algumas palavras já não são usadas com frequência, ou apenas não são do meu cotidiano.
Livros do subgênero “romance de formação” são importantes, pois trazem reflexões. A minha da vez foi: que bom que evoluímos! Meu amor ao debate não permite que minha boca fique fechada, e certamente eu seria agredida até o dia raiar. Sinto muito que outras mulheres tenham passado por essa e outras situações em suas vidas.
Fiquei feliz com o final, é bem parecido com a vida: alegrias, perdas, traumas, desafios.
“A vida seguiu por aí, e um único som permaneceu constante: tec tec tec, tec tec tec…”