Natashia 28/08/2016Ele é quem salvaQuando comecei a ler o livro, esperava encontrar um conteúdo bebem chick-lit, com os micos e os problemas comuns das mulheres em seu cotidiano. Inicialmente, a história foi bem interessante; ela fala sobre o “reencontro” de Leilani e Baxter depois que ela sai da vida dele, deixando seu cargo de chef executiva do Gateau, que pertence a Baxter, para abrir sua confeitaria em uma ilha remota, chamada Sugarberry. Ela, confusa com seu coração, já que seu amor “platônico” estava voltando para sua vida, via tudo como um motivo a mais para se afastar dele. Com razão, afinal, foi alvo de muitas fofocas e ódio quando ainda estava no Gateau; era acusada de dormir com o chefe para conseguir chegar aonde estava, mas logo provou que tudo o que recebia, era frutos da sua força de vontade e talento com os doces. Já ele, com a saída de Leilani do negócio e de sua vida, descobriu que possui fortes sentimentos por ela, estando disposto a conquistá-la, nem que precisasse levar o seu programa de televisão para a exclusa ilha de Sugarberry.
Os personagens principais foram bem construídos. Leilani é uma mulher talentosíssima e muito corajosa, que arriscou deixar o ápice de sua carreira como chef executiva do Gateau na renomada Nova Iorque, para a pacata ilha de Sugarberry abrir a sua confeitaria; além disso, sua força de vontade é para inspirar qualquer pessoa a encontrar algo que goste de fazer, como ela, a ponto de considerar fazer do local de trabalho, seu próprio lar.
Mas a verdadeira delícia da história é Baxter Dunne, que logo no início é apresentado como um desses homens que vivo suspirando, de personalidade forte e dono de um negócio de sucesso que ele mesmo fez crescer. Assim que Leilani mostrou-se chocada com a ideia de rever seu ex-chefe, eu estava me sentindo super animada com a chegada do Chef Hot Cakes.
Uma das novidades para mim, foi o fato da narração da história, na 3ª pessoa, ser exatamente o certo para a ocasião. Saber o ponto de vista dos dois era tudo o que o leitor precisava para se aprofundar no enredo e mergulhar nas delícias das sensações que ele proporciona. A escrita da Donna é muito boa, o que ajudou na leitura. Mas se você espera por um enredo super trabalhado, esqueça. Delícia, delícia mantém seu foco no casal principal e o jogo vaivém de Baxter e Leilani.
Tive um enorme problema com a teimosia de Leilani. Há muitas pessoas que podem ver como um ponto positivo, afinal, ela não quer machucar o seu coração pelo mesmo homem. Para mim, essa característica teimosa dela foi tão investida durante toda a primeira parte do livro, que parte da trama perde a sua qualidade quando ela decide mudar de opinião. Não há uma introdução que leve o leitor a entender sua decisão, quebrando a harmonia que foi muito bem criada.
Tirando esse fator, a história é muito divertida. Achei interessante o fato de Leilani não ser como outras personagens de outros livros, que se remete ao mico de ser pega no flagra fazendo o que falou que não faria ou mudando de opinião ao ver que o cara é um verdadeiro príncipe e está apaixonado por ela. Decidida a realizar os seus sonhos, ela não se deixa abalar (tanto) com a chegada de Baxter e está sempre pronta a colocá-lo em seu lugar, quando acha que ele a está desrespeitando.
O gostoso da história, foi que a autora não precisou recorrer ao triângulo amoroso para chamar a atenção. Não. O casal principal é Baxter e Leilani, então vamos falar sobre Baxter e Leilani. Respeitável. Ninguém quer uma intrometida ou um intrometido tentando destruir uma relação que já foi abalada uma vez pelo próprio personagem.
A leitura, no final das contas, foi prazerosa e divertida, além de super detalhada nos quesitos gastronômicos. Para quem busca um romance rápido de se ler, pode apostar em Delícia, delícia.
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