Nanda 11/10/2009
"A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana." Kafka
O que leva um ser humano a correr risco por outro ser humano?
O que a guerra e a perseguição despertam no homem?
Como alimentar esperança e determinação diante da destruição?
Como resgatar alegria, solidariedade e ternura no convívio com a morte, o massacre e a perseguição?
Estas perguntas brotam em nossas mentes durante a leitura deste livro que conta a história real vivida pelo casal Zabinski e seu pequeno filho Ry´s. Jan Zabinski, diretor do Jardim Zoológico de Varsóvia, um dos mais imponentes e Antonina, uma amante da natureza e dos animais que vêm suas vidas mudarem radicalmente em decorrência da invasão alemã à capital da Polônia.
A história pode ser contada, dentre outros motivos, pela consulta do diário de Antonina, que o utilizava como uma forma de conversar consigo mesma sobre seus os medos, angústias e horrores da 2ª Guerra Mundial.
Assim, mesmo com o perigo à espreita, o casal passa a abrigar no casarão e no jardim do zoológico um grande número de judeus e perseguidos pelos nazistas.
Jan, participante da Resistência Polonesa, devido seus contatos, consegue libertar do Gueto de Varsóvia um grande número de judeus (dentre eles ilustres cientistas e estudiosos) trabalho este que era feito em rede, de forma organizada e sistemática.
A vida destas pessoas não ficou facilitada com a chegada do Exército Vermelho, ao contrário, estes, passivamente, viram um grande número de poloneses serem mortos, não dando apoio que os participantes do Levante (dentre eles Jan) esperavam. Nestas idas e vindas, Jan ferido, foi enviado a um campo de trabalhos forçados, enquanto Antonina e agora seus dois filhos, buscavam abrigo nos arredores de Varsóvia.
Em momento algum, durante toda a narrativa, percebe-se egoísmo no modo de agir dos Zabinski, ao contrário, se expuseram aos perigos e assumiram o risco em nome do próximo.
Algo positivo é a forma da narrativa. Apesar do peso da história, a autora consegue dar leveza à forma de escrever, mesclando momentos de tensão e outros de simples alegrias.
O grande pulo do gato que fica com este livro é que de certo somente temos o momento que vivemos....amanhã....é poeira e esperança.