Fany 21/02/2018
Felicidade: você cria?
Olá corujinha, como vai você? Hoje eu venho trazendo a minha leitura — da maratona de 12 meses —, de fevereiro. E hoje eu dei a sorte de poder filosofar um pouco ao lado de dois dos meus crushs filosóficos: Karnal e Clovis. Por que ler um livro como esse, é como ser convidado a tomar café e abordar sobre o assunto. Então vamos nessa!
Filosofar e muito mais do que encontrar respostas, e ir de encontro a perguntas que te faça pensar no que antes talvez nem havia passado por sua cabeça, ou se passou, você tem a oportunidade de se sentar do lado oposto da mesa e ver o que antes estava por trás de você, já que só possuía um ponto de vista.
E com isso, eu abro a resenha com a pergunta: o que é felicidade para você?
“A felicidade, a meu ver, é muito mais conhecida pela sua ausência do que pela sua presença.” — Clovis.
Felicidade para mim, e para muitos, por muito tempo, foi procurar um sentido de vida. Onde — como Clovis citou dentro do livro — eu fosse uma peça essencial para o universo. O mundo tinha que esta alinhando, desde o tarô a física. Mas, observando a vida de ponto filosófico e talvez até melancólico — não existe sentindo. Mas, não se sinta triste com isso! É só uma observação pessoal que se fez presente quando li Nietzsche “Entre o bem e o Mal”.
Por muito tempo eu fiquei pensando no sentido da vida e, após aquela leitura que destruiu os vários sentidos criados por outras pessoas, me fez perceber que eu poderia criar o meu próprio sentindo. Essa é mágica!
E assim foi com o livro “Felicidade ou Morte”, o que é a felicidade se não uma construção de sentidos — até mesmo utópicos — criados por uma sociedade. Felicidade pode esta enquadrado em várias realizações: materiais, sentimentais, profissionais. E por ai vai. A felicidade está em algo que pode ser qualitativo ou quantitativo.
“Não há salmão depressivo, não há salmão que tome Prozac.” — Karnal.
E nesse vai e vem observando o bate-papo desses dois gênios, eu me atentei para o fato dessa frase do Karnal, e que se perpetuou com outras observações entre ambos os autores. E eu pensei: realmente, não é comum animais terem depressão, ou, ausência de felicidade. Já que eles nascem nas condições e funções de exercerem aquilo que sua existência lhe propôs. Se você é abelha operária, você vai polarizar flores e fazer mel, irá proteger a colmeia e sua rainha.
Mas, é o ser humano?
Embora, possamos fazer muitas coisas, e temos aptidões que nos influencie a estar inseridos em algo, nem sempre é o que acontece. Se a realidade humana fosse uma colmeia, muitos não estariam nela. Algo estranho de se pensar, imagina várias abelha não exercendo sua função?
Acredito que a ausência de felicidade, se dá pelo fato do ser humano não se sentir incluído em algo que de fato seja significante sua presença. Se extinguir as abelhas, o mundo sobre consequências, mas, é se os seres humanos forem varridos da Terra? A vida continuará tendo seu percurso. Acredito que a pior dor é saber que com ou sem você, e qualquer outro, a Terra gira, pássaros cantam e estrelas explodem. Mas, sem as abelhas as flores murcham! — poético.
Acredito que no fundo queríamos que as flores de certo modo se entristecem com nossa ausência. E é por isso que eu amo a arte, por que, dentro de um livro, uma canção, na dança, seja o único lugar que te faz eternizar de alguma forma. Que faz você levar algo bom para o mundo! Eu encontrei o meu sentindo na literatura.
Mas, sendo bem niilista em relação a tudo, o ser humano não nasceu com uma função como as abelhas, ele nasceu com a liberdade: o poder de escolher vários caminhos! Sartre abordou essa peça do existencialismo. Nós sentimos que pagamos um preço por sermos livres, o preço da escolha, porque, quando se escolhe, automaticamente algo é deixado para trás. E se tem algo que não gostamos é de sentir que “faltou algo”, faltou algo que você não escolheu. Seria muito bom se existisse realmente vidas passadas, mas com acesso a memórias, para você saber que dessa vez pode fazer o diferente.
“Por isso, o gato seja o ser e nós o nada. Nós, que não somos nada, vamos vivendo sem ser e, assim, existindo livremente.” — Clovis.
Minha breve solução como diria uma das palestras de um dos meus crush é “tente morrer menos”. Não acredito nessa felicidade, sentido, amor ou qualquer outra coisa florida no mundo do marketing!
Eu acredito no simples — uma Navalha de Occam, se assim poder se referir — nada tem sentindo, você é que dá! (Assim como a boneca que tinhas na infância, você sabia que era apenas um objeto, mas, ainda sim, tratava como uma pessoa).
Então de sentido ao que te rodeia e construa sua realidade. Porque seja abstrato ou não, tudo é construindo um dia após ou outro. E no dia que você para de construir, a ausência ocupará sua alma, e com isso irá morrendo aos poucos aquilo que você chama dentro de si mesmo de felicidade.
No mais, eu super indico o livro. Filosofia como sempre é um convite a perguntas que te leva a construir as próprias respostas, apresentando as variáveis do tema. E você leitor, deixe nos comentários qual é a sua opinião sobre: o que é felicidade?
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