Descobri que Estava Morto

Descobri que Estava Morto João Paulo Cuenca




Resenhas - Descobri que estava morto


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Mari 03/08/2021

"O limite entre a resistência e a desistência é muito estreito. Às vezes, é quase invisível. Também a fronteira entre o pessimismo e a coragem costuma nos confundir. São territórios limítrofes, em geral desérticos e habitados por nômades ou suicidas."

Este é o típico livro que termino de ler sem saber exatamente o que pensar. Foi meu primeiro do João Paulo Cuenca, e gostei da escrita, o texto flui, tem alguma coisa ali que me prende, vou lendo, sempre querendo caminhar por ali. Mas, é uma forma de literatura que não prioriza o enredo, então acaba havendo uma superposição de fatos quase exasperante, em alguns momentos. Outras estranhezas, como o universo peculiar do personagem principal, não deixam de ser um trieiro um pouco mais árduo de percorrer, mas não prejudica a leitura.
É um livro que traz uma experiência muito particular do autor - que descobriu ter sido registrada uma ocorrência policial da morte de alguém que usava seu documento de identidade - fato que dispara uma espécie de epifania muito pessoal, como se o autor se transmutasse em personagem e tivesse que percorrer também uma via crucis de morte, de dissolução.
Vale a leitura, apesar de para mim, fazer falta um pouco mais do contar de uma história.
Vitoria 03/08/2021minha estante
Uma escrita dele para si próprio, foi o que tua resenha me fez pensar. Algo como os tantos relatos sobre "o que aprendi no caminho de Santiago", que dizem muito de si para si.


Mari 04/08/2021minha estante
Pois é, eu acho que é um texto com excesso de elementos, talvez... metade é essa epifania muito pessoal, metade é uma tentativa de demonstrar essa dissolução também do contexto (Rio de Janeiro pré-Olimpíadas 2014, acaba que isso não coloquei na resenha, mas é um traço forte do livro, uma denúnica de um estado de coisas institucional/social catastrófico). O lance é que fica mesmo informação demais, enredo de menos... confuso




Milena 10/07/2021

Descobri que estava morto
Uma obra nada óbvia, em que o autor descobre, acidentalmente, que fora considerado morto anos antes. Discorre sobre o mundo que o cerca, enquanto investiga a sua ?morte?. O foco está no meio, no desenrolar da trama, sem preocupação com um desfecho, um fim, uma resposta.
Isabela Barboza 10/07/2021minha estante
Que interessante! ?




dani 04/07/2021

O curioso caso de João Paulo Cuenca
Já imaginou descobrir que um corpo foi identificado e um certificado de óbito foi emitido com o seu nome? A sinopse desse livro me chamou muito a atenção desde que vi em uma livraria há bastante tempo. E eu, ingenuamente, pensei que o autor se dedicaria a falar deste curioso caso. Por isso, minha frustração foi aumentando à medida que eu virava páginas e mais páginas que só iam se distanciando do que eu julgara ser a proposta.

Confesso que foi difícil me desapegar das expectativas iniciais e jogá-las pela janela bem no meio da leitura. Mas foi uma ação necessária para conseguir embarcar, pelo menos um pouquinho, nessa louca experiência em forma de livro.

A impressão que o narrador me passou no começo se manteve, em maior ou menor grau, até o fim da leitura: um escritor egocêntrico mergulhado em autopiedade e que detesta os amigos ricos (mas não para de frequentar suas festas excêntricas). Ou seja, um protagonista difícil de aturar. Mas por outro lado, ele faz denúncias da má gestão pública e violência policial que vão direto ao ponto. Principalmente no contexto do Rio de Janeiro antes dos Jogos Olímpicos de 2016.

Como falei antes, este livro tomou proporções que eu não ousaria imaginar e acabei até gostando aonde tudo foi parar. Descreveria este livro, de forma enigmática, como um manifesto velado de (auto)destruição do autor e da obra.
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Dezwith (Capítulo 18) 02/06/2021

Me recuso a resenhar a livro
Eu simplesmente não tenho a mínima condição ainda de falar absolutamente nada sobre este livro.

Ainda não consegui processar direito a metalinguagem.
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Luiz Paulo 23/04/2021

O tortuoso caminho que se perder no meio do caminho
O que começa num dia de sol, termina num dia de chuva. E o que se segue é a ladeira de paralelepípedos.
Dá para sentir que enquanto o livro foi escrito, o autor bebeu de fontes diversas, o que poderia ser maravilhoso se não fosse tão desconexos.
Se a ideia era sobre uma pessoa que se perde, o autor se perdeu antes.
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Amanda Salomone 03/03/2021

"Descobri que estava morto" é um livro nacional do autor João Paulo Cuenca, de 2016. A premissa do livro é ótima: o autor, por acaso, descobri que alguns anos antes um morto havia sido identificado com o seu nome. Essa história real se mistura com ficção a partir daí. Mas ele não desenvolve a ideia por mais de 3 capítulos. O resto é um combo de palestra de DCE sobre gentrificação, drogas, mercado imobiliário, a decadência do Rio pré olímpico... um monte de discurso pronto de um elitista criticando outros por serem elitistas. Ah, e o final do livro não faz sentido nenhum pra mim.

"Éramos jornalistas e intelectuais da nossa cidade, gente cuja ideologia encontrava seus limites em ameaças de demissão ou aumentos de salário, mas que fora dos horários de expediente traduzia-se num fervor revolucionário. Ainda que todo aquele antiautoritarismo acabasse tendo a substância de um livro de mesa de centro".

Sim, ele sabe que é prepotente e presunçoso e se critica o tempo todo. Os pontos positivos da narrativa. Ao longo do livro, o narrador-personagem-autor entra numa decadência moral, egoísta e depressiva, uma morte existencial e chata.
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Júlia 14/02/2021

Caí de paraquedas nesse livro, me deparei com ele no Unlimited, gostei da premissa e fui. Não conhecia o autor e não tinha referência nenhuma. Por isso acho que minha experiência não foi tão boa, não sabia muito o que esperar e não gostei muito do estilo. A escrita é boa, mas não me pegou, não é pra mim.
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Rittes 17/12/2020

Um morto muito vivo
É a primeira vez que tenho contato com a prosa de Cuenca e, confesso, gostei do estilo do moço. Ou por ser um estilo que também desenvolvo em minha própria obra (vide Os Caranguejos) ou pelo questionamento da literatura e do ato de escrever. Fluente, mesmo que um pouco amarrado em alguns trechos, mas uma boa experiência. Lerei mais algum título dele para fechar um juízo mais pertinente.
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Bárbara 11/12/2020

Achei que fosse mais mais
O livro me pegou pelo título e pela sinopse, mas na real... esperava alguma coisa e não foi nd. A única coisa que gostei, foram os fatos históricos.
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Candido Neto 04/12/2020

Como morrer mais profundamente ou mais extensivamente.
O que foi dito no livro de Cuenca não cabe no livro, num livro, em alguma coisa de ler. O autor faz o leitor ler o tempo do livro, o espírito da época, depois o Brasil, o Rio e depois uma coleção de ruas e paisagens, não sem tentar rotas de fuga, mas em segredo ele olha para seu lugar vazio e volta para este lugar. Ele não foge de seu locus, ele se afasta para olhar seu lugar de outra perspectiva ( é isso o que faz a leitura de um modo geral?).

Há um clip do Robbie Williams, Rock DJ, sob efeito da música ele dança para mulheres que rodopiam ao redor dele em patins, ele tira a roupa, e o streptease prende a atenção daquele público, mas a nudez não consegue isso, então ele despe a pele e depois se decompõe músculo por músculo, até seu esqueleto glorioso sensualizar com a DJ. É isso o que faz J.P. descarna seu nome, seu habitat, suas relações, seus vínculos laborais, sua verve e literatura, seu telefone, seus hábitos, signos, identidade, seu rosto, sua integridade.

Mas o que forma Cuenca? Se ele assumidamente é o personagem fictício de seu romance, quem é esse a quem presenciamos a desmontagem a partir do nome Cuenca? 

Na verdade a brincadeira não está em saber quem era o personagem real que gerou a personagem imaginária. A brincadeira é observar a decomposição de uma pessoa sem tentar se desmontar também (crianças, não façam isso em casa - em canto algum).

O livro curto é montado em quatro capítulos, e esses em breves sessões. A forma de escrita é homogênea em substâncias, e diversa em intensidades e textura. Narrativa, ensaio, fluxo de pensamento, descrição, tudo compõe o romance-caleidoscópio. Por isso é bom seguir a sugestão do personagem e observar o livro a distância de vez em quando.

Hermético? Talvez pornográfico, não de cunho sexual, no sentido de iniciar, percorrer e terminar um percurso mimético sem interações do Cuenca ficcional com mais nenhum personagem, todo diálogo e existência de qualquer pessoa no livro é para o ser do protagonista. E isso não é bom, ou ruim, isso apenas é o que é.

Thiago Novaes falou em qualquer lugar do YouTube, a violência está para a morte como a pornografia está para a insignificância. Esse é talvez um livro sobre a insignificância de tudo o que podemos nomear.
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@gugugb 05/11/2020

Com um pouquinho menos de pretensão teríamos um livro mais coeso.
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isa.dantas 07/08/2019

A proposta de enredo é interessantíssima, e a escrita de Cuenca é muito boa e fluida, mas sempre quando vc acha que a história vai decolar, ela se perde em uma confusão mental. O final, que ganha ritmo intenso, acaba se perdendo na confusão...
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leonardo camargo 11/07/2018

Um exercício de (re)inventar a própria morte?
O livro apresenta uma proposta digna de “escritor” – como ressaltado durante o livro – onde o personagem tem a possibilidade de investigar a própria morte. Contudo, o que era para ser a linha direta de um romance policial, acaba puxando o leitor para um emaranhado de pensamentos mal resolvidos do autor. Por meio de suas diversas reflexões e comentários sobre a vida pessoal, Cuenca reinventa a sua morte e deixa o assunto principal de lado, podemos assim dizer, com o intuito de adicionar o seu próprio drama em algo que não passa de documentos e dados perdidos, sobre um conflito que não cabe ao leitor resolver.
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Rodrigo.Vieira 19/06/2018

DESCOBRI QUE ESTAVA MORTO
Eu gostei da leitura, o cara escreve bem, fluído, mas tudo fica muito confuso, e parece que houve pressa em terminar.
O tema é ótimo: um escritor que descobre estar morto, no Rio pré-olímpico. Rola um paralelo interessante com o próprio declínio pessoal, e o da cidade. Vale a leitura.
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