Bekah Abreu 29/08/2016"Todos temos prazo de validade. Se eu fosse vocês, não teria pressa para descobrir qual é."Hoje foi um dia ótimo. Eu nem acredito que acabei a trilogia ‘srta. Peregrine’! Acabar um livro desses, sempre vai te deixar de cara para o asfalto. Até agora, ainda penso se não foi o contrario e o livro que acabou comigo.
Quando coloquei o livro na meta, já esperava algo grandioso do Riggs, mas nunca esperei...tanto!
Começa exatamente onde ‘Cidade dos Etéreos’ parou. Então, para quem lembra do final do segundo, já sabe que o ‘Biblioteca de Almas’, já vai começar nos tiros - literalmente.
Encurralados no metrô, Jake Emma e Addison precisam sobreviver ou podem ter o mesmo fim de seus amigos. Os três além de se manterem vivos, precisam fazer um plano, e rápido, para os salvar.
Jacob sabe que o tempo da Srt. Peregrine e suas companheiras está acabando e para conseguir lutar contra Caul e seu exercito de acólitos, ele vai ter que descobrir o real poder que herdou de seu avô.
“Eu já havia matado meus demônios, mas as vitórias eram efêmeras: outros haviam se erguido rapidamente para substituí-los.” - Biblioteca de Almas.
Para começo de tudo, eu tenho que dizer que a leitura desse livro quase me matou do coração. Acabei tendo que ler tudo num folego só! Nossos heróis passam por situações tão perigosas o tempo todo! Em certos momentos eu parecia o Cid do ‘A Era do Gelo’.
“Eles vão viver! Eles vão morrer” #Eu
Jacob e Emma vão encontrando problemas aos montes no caminho, além de pessoas que ninguém sabe se vão ajudar ou tentar fazer um lanchinho com eles.
É tudo muito incerto e muito rápido.
Além disso, esse é o livro das revelações. A gente meio que via o mundo ‘peculiar’ de um jeito que cabia ‘Acólitos vs. Ymbrynes e Peculiares’. Parecia que era totalmente sem noção pensar em algum peculiar que iria se render nas graças dos Acólitos.
Só que a coisa não é exatamente esse preto e branco. Nesse livro a gente encontra revelações que deixam aquela velha expressão ‘nossa!’ bem evidente.
“Um oportunista disfarçado de amigo pode ser tão perigoso quanto um inimigo declarado.” - Biblioteca de Almas
Riggs também conseguiu, nesse livro, deixar as fotos um pouco de lado. Elas não somem, mas também tem um papel mais secundário. Elas ajudam a imaginar melhor a cena, pois o autor é super descritivo. Só que, para mim, nos livros passados, as fotos davam um clima bem ‘dark’ a escrita e ajudava naquele ‘medinho’. Só que nesse livro, a propría descrição das cenas, já dá um belo arrepio na espinha.
Ransom conseguiu me deixar meio chocada nas cenas mais grotescas. Para quem acreditava que a coisa não podia afundar numa escrita ainda mais sombria…
A inserção de novos personagens não é para enrolar ou encher linguiça. Na verdade, cada um cumpre um papel tão fundamentar que a falta de um, faria a estória perder o sabor.
Dentre todos, o que mais me conquistou foi Sharon, o gigante caloteiro, mas de coração grande. Sem esquecer dos seus primos, os construtores de forcas!
“É bom (BONC!) fazer forcas (CATCHUNC!) para todos os males!” - Biblioteca de Almas
Ah, e também a ‘mãe poeira’ e sua infinita sabedoria.
Sobre os vilões, estes foram digno de nota. Caul é realmente diabólico! É daqueles vilões que você ama odiar! Não esperem só ameaças, pessoal!
Sem ser menos importante, os três heróis que cumprem papel de destaque.
Addison é o cachorro mais fofo e esperto! Se eu tivesse um ‘dog’ com certeza esse seria seu nome! Adoro as partes em que ‘Addison, o intrépido’ mostra sua sabedoria que ora nos faz revirar os olhos, ora nos faz dar gargalhadas.
Emma é a cola do grupo. A garota cabeça quente é aquele integrante do grupo que consegue energizar os outros. Ela mesmo sendo inconsequente e impulsiva, também consegue trazer esperança. Além disso ela tem as melhores ideias e guia os três nos caminhos mais certeiros.
E Jacob...Ah, Jacob. No inicio o rapaz parecia na defensiva e sempre assustado, meio incerto. Conforme a trilogia ia andando, Jake sempre se perguntava seu real papel naquilo tudo e por vezes desacreditava em suas habilidades. Nesse livro, ele foi obrigado a se colocar como líder. Isso acarretou uma luta interna (ele mesmo fala que existem dois ‘Jakes). Só que na hora certa...o herói se libertou! O garoto lacrou de uma forma que tenho que admitir que dei gritinhos feito uma adolescente animada.
“- É uma ideia completamente maluca, eu sei. Mas meu cérebro é uma máquina de produzir esperança.
- Que bom — falei. — O meu só cria as piores situações possíveis.
- Então precisamos um do outro.” - Biblioteca de Almas
Uma coisa interessante do livro, é que em certo momento, pareceu muito com o término do ‘holocausto’ Judeu. Não sei se foi algo proposital do autor, mas algumas cenas realmente me lembraram. Será? Afinal Abe era Judeu…
Então, para complementar, adorei também o realismo do autor. As vezes, as coisas não saiam como era planeado e houve situações em que nem todos foram salvos.
Alguns escolheram seu próprio fim e outros tiveram seu fim decretado por outros.
Acho que Riggs conseguiu retirar um ‘final feliz’ completo. Ao final do livro, a gente não conseguia esquecer as feridas e os que ficaram para trás. Além disso, o que era dado certo, nesse livro foi colocado em cheque: os etéreos.
“Havia uma pequena centelha, uma pequena gota de alma no fundo de um poço profundo. Ele, na verdade, não era etéreo, não de verdade.” - Biblioteca de Almas
Terminar esse livro foi uma coisa fantástica, pois acho que nenhum livro lido ainda esse ano conseguiu me tirar dos trilhos como esse, mas por outro lado também foi triste. Parece meio errado, um mundo inteirinho se fechar assim, em três livros deixando tantos ‘talvez’.
Acho que para terminar, só posso dizer que recomendo. Recomendo demais!
“Apenas uma história. Mas nunca era apenas uma história. Isso tinha se tornado uma das verdades definidoras da minha vida, pois por mais que eu tentasse manter as histórias aplanadas, bidimensionais, presas em papel e tinta, sempre haveria aquelas que se recusavam a ficar restritas ao interior dos livros. Eu sabia: uma história tinha engolido toda a minha vida.” - Biblioteca de Almas