O Supermacho

O Supermacho Alfred Jarry




Resenhas - O Supermacho


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Biblioteca Álvaro Guerra 20/05/2022

Publicado em 1902, "O Supermacho" ("Le Surmâle") narra eventos que se desenrolam em 1920, prevendo a influência da máquina para a época. É, também, um texto sobre a questão amorosa que não deixa de ser um delírio erótico. André Marcueil bate um recorde referido por Teofrasto de Eressos, filósofo da Grécia Antiga, ao consumar o ato sexual mais de 80 vezes seguidas.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788592886110
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Letícia 03/05/2020

Mistura de fantasia erótica e ficção científica
Jarry é conhecido por criar a "patafísica", a ciência das soluções imaginárias, que se baseia na desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo. Nesse livro, o Supermacho extrapola as limitações humanas, como se pudéssemos ter força física infinita. Em sua época, certamente foi um livro escandaloso e sagaz, mas ainda assim eu não gostei tanto de seu conteúdo escrachado.
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Matheus 18/02/2020

O Supermacho
''O Supermacho'', de Alfred Jarry, desenha-se em torno de uma grandiosa questão: o que é o Homem? Fundidas em duas, suas respostas desdobram-se, inicialmente, em busca dos limites e das marcações de suas bordas orgânicas: homem de leite farto, como dizemos nas terras de cá, André Marcueil, personagem polimórfico e organizador da teatralidade jarryana, é uma máquina experimental de carne e osso: de estatura média e corpo pálido, com cabelos levemente compridos e ondulados a ferro, olhos negros abrigados por trás das lentes fumês de um pincenê de ouro, uma garganta devassa e um caminhar lento, A. M. é também um Outro de si-mesmo, o avesso de seu avesso: o ‘’Indiano celebrado por Teofrasto’’, uma espécime de uma outra raça, um organismo de forma escarlate, pele cor de cobre, musculoso e de proporções incomparáveis.

A.M./Indiano, como diria D. Haraway, é uma imagem híbrida de organismo e máquina, uma criatura de realidade material e também uma criatura de ficção. O ‘’supermacho’’ jarryano, transformando-se, simultaneamente, em animal e máquina, goza, joga e defeca diante das ficções frágeis que permeiam a subjetividade humana. Na companhia de Ellen, amante de desejos insaciáveis, o amor transforma-se em visgo e suor, lascívia, subidas e recordes. Assim, para romper com o que quer que haja de grandioso no interior da ideologia amorosa, Jarry, confundindo inícios e fins, reverenciará, além dos calendários industriais franceses, a patota do imensurável, aquela na qual seus sujeitos teimam em propôr confusões, posições repletas de parcialidades e, acima de tudo, contradições.

As provocações presentes na escrita jarryana, ao recusarem encerramentos abruptos, abrem-se e se tornam obscenas: negando segundo planos, transformam sua matéria, expõe-a e a força dizer-se de outro modo. Cenários e personagens: tudo expõe-se, tudo salta de modo tão escancarado que se torna hilariante e escandaloso. Químico, amante, engenheiro, general, senador, baronesa, cardeal, atriz, médico e prostitutas: a tudo e a todos é dado devorar-se, fazer-se outro com a descoberta escondida entre os lençóis.

Não há mapas para se entrar no ''O Supermacho''. Portanto, seguindo o conselho de seu tradutor: virem-se.
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Larissa.Carvalho 04/02/2019

O Supermacho - Romance moderno?
Com um título provocativo e um subtítulo ainda mais, "O Supermacho - Romance Moderno" chama a atenção pelo nome e pela grande qualidade editorial a que se propõe a editora Ubu, formada por dissidentes da Cosac Naify.

A ousadia de Alfred Jarry continua na emblemática frase de abertura do romance: “fazer amor é um ato sem importância, já que se pode repeti-lo indefinidamente”.

O atrevimento político e social do livro, porém, parece ser demasiadamente anacrônico para que os leitores atuais possam senti-lo totalmente. Ademais, o aspecto teatral das cenas e os jogos de palavras ambíguos utilizados ao longo do enredo, fazem com que o traço sci-fi e o aspecto de fábula se sobressaiam a qualquer questionamento e tornem a leitura um pouco confusa.

Nessa perspectiva, as provocações do autor residem principalmente no tom fantástico da história, o que muitas vezes resulta em um humor um tanto macabro e no erotismo mordaz de seus personagens. Muitos dos tabus sexuais que existiam em 1900 e são motivo de deboche no livro, porém, não nos causam mais estranhamento. Dessa forma, um romance que se autointitula "romance moderno" torna-se seu exato oposto: um romance arcaico.
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