Lela.Rossetto 19/08/2018
Homens imprudentemente poeticos
Julho 2017.
Estado de profunda comoção ao terminar de ler esse livro. O livro é poesia pura e cada personagem traz sentimentos em estado bruto. Quase animal. E mesmo assim, ou por isso, cheios de sutilezas e imcompreensoes.
No enredo dois personagem centrais.
Saburo o oleiro, que procura em vão livrar a amada esposa da previsão de morte por um animal. Quando isso acontece pendura seu quimono ao vento e sua presença lhe faz companhia. Passa horas a plantar um imenso jardim de flores ao pé da montanha onde moram, esperando que os suicidas que por ali passam desistam de ir adiante montanha acima. A beleza do jardim poderia fazê-los repensar e desistir.
Itaro san, artesão de leques, tem premonições cada vez que mata um bicho ou um inseto. Há aversão e atração pela morte. Sua agressividade é cada vez maior e essa se cataliza, porque tem correspondência, na pessoa do vizinho Saburo.
Ítaro tem uma irmã cega de nascença e tambem mora com eles a Sra Kame, espécie de empregada, apesar de serem todos imensamente pobres. Os leques que produz, os mais frescos do Japão, e que provê o sustento da família, não os quer mais vender. Quer ao pintá-los, entender o Mundo.
A presença da motte è constante por ser parte da natureza e por morarem no sopé da Montanha dos suicidas.
Porque a poesia desse livro chegou ao seu coração teria me perguntado o Dr H?
A cega Matsu e seu mundo de felicidade interna. Não precisa ver para saber. Sabe o que é preciso. Sua segurança ao responder, onde você está Matsu? No teu coração!
Ítaro ao descobrir que a beleza essencial estava na ideia é não na imagem, tira a própria visão.
Ter um mundo interior belo. Não temer as perdas. Há beleza e felicidade dentro.