spoiler visualizarDrica 25/12/2012
Ué, cadê o livro?
Já li muito a respeito da saga A Mediadora. Fosse em minha efêmera fase como ficwritter, fosse por uma menção aqui e ali, alguém comentando rapidamente acolá... Minha curiosidade foi despertada e foi o bastante para que eu adquirisse os primeiros quatro volumes da série.
Oh, amargo arrependimento! Sinto como se tivesse rasgado meu precioso dinheirinho ao invés de adquirir uma série que provavelmente me agradaria mais e que não me daria tanto sono durante a leitura! Custou-me acabar esse livro.
Enfim, Suzannah Simons é uma adolescente de 16 anos e que é capaz de se comunicar com espíritos. Sua mãe acabou de se casar e por consequência, ela agora está se mudando para a ensolarada Califórnia. Um tanto Crepúsculo, eu acho, mas enfim...
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O livro tinha uma boa premissa? Tinha, sim. Amo essa temática que envolve fantasmas, espíritos e afins... Mas como se tornou de praxe hoje em dia, a autora deixou que o livro caísse nos famosíssimos clichês. Ah, por favor, tenho a sensação de já ter lido fanfictions melhores do que este livro!
A narração é em primeira pessoa (grande novidade) e somos arrastados para a mente de Suzannah e para os seus dilemas. Achei-a arrogante, mesquinha, impulsiva e irreal demais. Tudo bem que procuramos por uma protagonista forte para nos livrarmos de vez dos estereótipos que remanesceram com a Bella, mas a Suzannah é “durona” demais e isso acaba por fazer o leitor perder qualquer sentimento de empatia por ela.
E acreditem se quiser, se ela não consegue dialogar com um espírito, parte para a violência! Oh sim, é possível socar fantasmas, chutar os seus traseiros ou “fundilhos” como ela se gabou durante o livro inteiro.
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Inacreditavelmente, a história do primeiro livro passa-se em apenas dois dias! Acho que autora bateu recorde quanto a isso. Nunca havia lido algo tão rápido, tão raso, tão... Tão... Faltam-me palavras no momento, mas acho que o termo correto seria “pobre”.
Sim, porque faltou trama, faltou desenvolvimento, um certo “jogo de cintura” da autora para nos conduzir através da história. A protagonista não convence por não parecer humana, os personagens secundários não convencem também por serem mal construídos e pouco críveis. Os três meios-irmãos de Suzannah são um exemplo e ela estupidamente apelidou-os em sua mente de Dunga, Soneca e Mestre por suas personalidades serem parecidas com as dos anões da Branca de Neve. Além de arrogante, Suzannah é preconceituosa. E sua amiga, Cee Cee (que raio de nome é esse!?) segue pelo mesmo caminho.
Claro que o único personagem que se salvou nisso tudo foi o fantasma Jesse, e, por ele, sim, vale a pena mencionar o livro como eu tanto lia e ouvia falar. Jesse parece o único personagem sensato no livro e bastante crível, e só de vê-lo aparecer — o que foram apenas três vezes para a minha infelicidade — eu já suspirava, tanto de alívio como de amores.
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O final do livro é uma piada! E o que foi aquele exorcismo brasileiro que a Suzannah fez para se livrar do fantasma da Heather?!
Enfim, o livro não me animou para as suas continuações, mas eu espero que quando lê-las, essa sensação de fanfiction amadora e mal construída passe (até lá, os livros permanecerão na minha lista de espera enquanto leio livros melhores e mais bem construídos). Nesse quesito, a autora decepcionou-me completamente. Ao término do livro você fica com a sensação de que cortaram a história pela metade e procura pelas centenas de páginas que faltam.
Duas estrelinhas pelo Jesse, o resto queime e esqueça!