spoiler visualizartaehoodliday 12/02/2024
Que trilogia incrível!
Esse é o último livro dessa trilogia, então não tem como essa resenha não ser meio que um retrospecto de tudo que os personagens passaram, além de uma opinião sobre esse livro. Mas as duas coisas estão bem ligadas.
Vou começar pelo final.
Nunca imaginei que o Sazed seria o Hero of Ages, nunca. Pra mim sempre foi a Vin, em nenhum momento desconfiei de algo diferente. E nossa, fez realmente todo sentido.
Ele realmente era alguém que tinha o conhecimento, transmitido por todas as religiões que ele vinha coletando, pra rearranjar o mundo. Foi >muito< emocionante ler essa parte, ele dizendo de que religião ele tinha aprendido como era tal coisa e recolocando ela no mundo.
Muito emocionante, também, foi a carta final que o Sazed deixou pro Spook. Aí sim, eu desandei a chorar. A sensação de que todos os problemas que a gente vem vendo se resolveram e finalmente aquela galera pode começar a viver em paz.
Além disso, nessa carta tem dito que o Kelsier transformou o Spook em Mistborn, e ver isso depois de acompanhar toda a insegurança que o Spook tinha por não se achar um verdadeiro membro da equipe do Kelsier foi incrível.
E a Vin e o Elend... Como o Sazed diz na carta, esses dois realmente merecem um tempo de paz e sossego.
Tinha pegado spoiler da morte deles, mas não foi algo que estragou a experiência pra mim. E, inclusive, chegou um momento que eu achei que isso nem ia acontecer pela demora.
A morte do Elend foi algo bem chocante: decapitado por um Inquisitor depois de lutar o máximo que podia contra o maior exército de koloss, protegendo o povo dele. Ele passa grande parte desse livro tentando encontrar o balanço entre o scholar que ele era antes e o emperor que ele tem que ser agora, e chegar no final sabendo que ele conseguiu entender que ele pode ter essas duas características coexistindo dentro dele foi muito bom pro desenvolvimento do personagem.
Já a Vin... Aí, querida da Vin, ela sim foi uma heroína que conquistou meu coração. Não tem nem o que falar da jornada dela durante essa trilogia, do desenvolvimento e amadurecimento dela.
Muito legal ver como a figura do Lord Ruler vai se modificando durante a trilogia. No primeiro livro ele é aquele tirano que governa o império, que escraviza os skaa e que tem que ser derrubado. No segundo, ele ainda é visto sob uma má luz, mas os personagens começam a entender o que aconteceu no passado dele, as escolhas que foram feitas. E aqui a imagem dele muda completamente.
No terceiro livro ele passa de o vilão da história, para alguém que tentou a todo custo proteger seu povo dessa força de destruição que é Ruin. Que se preocupou em deixar abrigos, que tentou solucionar os problemas e sem querer, pelo tamanho do poder que ele tinha (e por não ter conhecimento, coisa que o Sazed tem), acabou criando novos.
Falei, falei, falei, e ainda não falei sobre as explicações das coisas. Achei muito bem amarradinho e gostei bastante de tudo que tava por trás, gosto dessas coisas que se conectam.
Umas coisas "óbvias" que realmente a gente não se dá conta: que o Kelsier que fala com o Spook na verdade é a Ruin, e que pela Vin conseguir ver e falar com a Ruin isso já é sinal suficiente de que tem um spike nela e a gente, pelo menos eu, NAO PERCEBE. Não foi algo que eu linkei imediatamente.
Mesma coisa aconteceu com as mists: que elas começaram a se afastar da Vin e ela começou a sentir que elas se odiavam, e ao mesmo tempo o Elend comentava sobre como elas se enrolavam ao redor dele. Isso por si só já mostra pra nós que tem algo acontecendo, e a ficha não cai.
Essa coisa das mists "enfeitiçarem" exatamente 16% da população que entra em contato com ela, e isso ser meio que um presente da Preservation, transformando essa galera em allomancer... Achei foda. (Menção honrosa pra: tem uma parte que diz que o número 16 é um número poderoso até em outros universos, isso é alguma coisa da Cosmere será?).
Achei muito legal toda a história da influência da Preservation e da Ruin. Como a gente vai vendo isso ao longo da história nos personagens e nos acontecimentos, como vai sendo construído com bastante calma.
O primeiro livro continua sendo o meu preferido da trilogia. O segundo e esse tem uma coisa, que não é algo que eu abomine e ache horrível, mas é só algo bem perceptível de que a história vai acontecendo e parece que vai ser só sobre aqueles eventos isolados nas histórias paralelas. Porém, chegando pro final, a gente vê tudo se conectando e descobre algo vital pra história.
Como eu disse, não foi algo que me incomodou, é até bacana ver as coisas se interligarem no final. Mas o primeiro é meu favorito justamente por, na minha memória pelo menos, ter essa ação e essa sede de respostas durante o livro todo. A história dos outros dois me dão a impressão de ser uma preparação pras descobertas que vão ser feitas no final.
De novo, não é nada ruim, é só um comentário sobre a estrutura da história que me chamou a atenção. Eu curti muito esse terceiro livro.
Gosto de acompanhar esses "dia a dia" dos personagens, então não acho que teve "coisas secundárias demais". Pra mim, foi tudo na medida certa. Nenhum tempo passado com esses personagens é tempo demais, sabe?