luiza lima 31/10/2020
Um pouco decepcionante e fantasioso, mas aborda questões válidas
Comprei esse livro com uma certa expectativa, que não foi totalmente alcançada. Me interesso no assunto, mas não sou da área, então não tenho muitos argumentos quanto a veracidade dos fatos apresentados, mas tive a impressão que o livro é mais uma divagação do autor do que um livro científico voltado para um público amplo.
O livro até apresenta fatos interessantes de se pensar, questiona o modo como vemos nossas florestas, porém, senti falta de algo mais concreto. Eu li recentemente Revolução das Plantas, do Mancuso, e mesmo com bastante divagações (em que ele fazia questão de falar que era uma divagação dele, diferente do Wohlleben), eu senti que o livro era mais sério. Já o Wohlleben, entrou em uma série de pontos muito pouco estudados, com uma abordagem bem questionável, que parece muito fantasiosa e bonitinha demais. Eu quase me senti mal de ter plantas em vaso ou de praticar a arte do bonsai do jeito que ele escreveu de como as plantas têm sentimentos.
Também, acho válido destacar que, mesmo com esse título (meio sensacionalista) que parece que vai abordar todo tipo de árvore, o autor se resume apenas às árvores e florestas europeias, que são bem diferentes das nossas, que possuem muito mais diversidade e clima bem diferente. Gostaria de saber o que ele falaria sobre esse tipo de floresta, já que algumas coisas que ele diz me soaram contraditórias levando em conta esse tipo de cenário.
A escrita é leve e fácil de se entender, mas é muitas vezes repetitiva e confusa (não sei se essa parte é culpa da tradução também), e o autor fica voltando e reciclando/remoendo assuntos de outros capítulos que pareciam já encerrados.
No mais, apesar de repetitivo e meio "fonte: eu mesmo", acho que a leitura foi válida, mas cheia de ressalvas e questionamentos.