Ana Júlia Coelho 26/05/2024Uma cena de crime com um policial morto e muito sangue – que não é do dito policial. Uma bagunça e várias evidências que apontam para a esposa de Will, Angie.
Will é um dos responsáveis pela investigação, e o surgimento de sua esposa complicada e perfeitinha mexe com suas emoções. O histórico dos dois é bem problemático, Angie vive dando um perdido e volta só pra confirmar que ele continua sendo marido dela, mas dessa vez Will já engatou em um relacionamento com outra.
Uma parte do livro é narrada por Will – parte chata -, e outra parte é por Angie – parte um pouco menos chata. Os capítulos são intermináveis e as cenas são insuportavelmente longas pela quantidade de descrição e de diálogos pouco objetivos, aspectos que dificultam a conexão do leitor com a história.
Will vive justificando o comportamento problemático de Angie e vira e mexe fala sobre o próprio passado sombrio em uma casa de acolhimento, aguardando uma adoção. Essas coisas não servem de justificativa pra Angie ser essa personagem tão escrota, mesmo acertando em um momento ou outro – mas mais errou que acertou. Essa passada de pano de Will irrita DEMAIS, porque ele é muito burro pra perceber que Angie é essa pessoa manipuladora e mau caráter. Mas quero dizer que o ponto alto da história é o comportamento do próprio Will em consequência dessa vida em lares adotivos.
Agora a parte da investigação também não tem graça nenhuma. Tem uma reviravolta ou outra, mas ficou tão sufocada no meio de montanhas de páginas inúteis que o leitor nem se surpreende com o que aparece – eu e Manu queríamos mais era que terminasse logo, mesmo. O livro fica interessante de uns 72% em diante, o que é extremamente desesperador, já que li 71% do livro na força do ódio. Não acho que esse final salve um livro tão ruim desde o início, mas pelo menos terminei com uma sensação melhor do que comecei.
Esse livro faz parte de uma série, não li nenhum antes dele e não vou ler de jeito nenhum os que vieram depois. Ter lido só ele não prejudica em nada entender o relacionamento dos personagens, porque a autora deixou bem claro – BEM CLARO – com tantas descrições o que eles significam uns para os outros.
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