Fabio 31/05/2019Definitivamente, não é como nos filmes!O mais bem documentado relato de um caso de exorcismo já realizado(com exceção aos documentos secretos da igreja Católica, os quais nunca vieram à público).
É assim que o próprio autor descreve o livro e é isso mesmo o que lemos em “Exorcismo”.
O autor é um jornalista, e é nessa narrativa jornalística que a leitura segue descrevendo os motivos que o levaram à escrever esse livro, a investigação por ele realizada, os fatos encontrados, depoimentos obtidos e o mais importante, um registro(diário) de todo o “caso”, feito por um dos jesuítas envolvidos e que presenciou todos os acontecimentos.
Não espere por uma estória emocionante e assustadora, que descreva um motivo para tudo o que aconteceu e um final surpreendente. Não, isso não acontece.
Ele detalha o ritual de exorcismo, o que torna algumas páginas repetitivas, afinal, são orações e mais orações em latim, que percorrem dias e dias. Isso mesmo, dias e mais dias, angustiantes e desgastantes.
Mas vai muito além disso.
O que me chamou muita a atenção, mais do que o exorcismo em si, são os relatos sobre toda a “política dos homens”.
Fiquei particularmente impressionado com a descrença e relutância de alguns padres em aceitar um possível caso de possessão demoníaca, mesmo presenciando fenômenos que apontam para isso, afinal, eles são padres.
Para alguns, possessões demoníacas não se enquadram no contexto da era moderna e para outros, a preocupação maior seria a repercussão negativa que um exorcismo poderia representar na comunidade.
Não se trata apenas de uma batalha entre o bem e o mal, mas também se trata de: no que você acredita?
Não é uma leitura suave e dinâmica, chega a ser cansativa muitas vezes, mas para aqueles que se interessam pelo assunto e não querem uma ficção, esse é o livro.