Bruno Almeida 13/05/2024
Matilda
Matilda, uma menina de cinco anos e meio, sofre a rejeição de seus pais e do seu irmão desde o seu nascimento. Por serem muito negligentes com a educação da filha e por se sentir solitária, Matilda desenvolveu habilmente sua capacidade de leitura e uma grande sede pelo conhecimento excessivamente espantosos para qualquer pessoa da sua idade, inclusive muitos adultos por aí. A sua criatividade e autonomia a permitiram sentir vontade de explorar o mundo... da Biblioteca Municipal, é claro. Com isso, descobriu uma vastidão de obras literárias clássicas da cultura britânica e de outros países, “devorando” ao máximo tudo ao seu alcance, que tornaram-na uma garota tão espetacular, mas tão espetacular, que acabou surgindo poderes telecinéticos.
Quando Matilda ingressou pela primeira vez na Escola Primária de Crunchem Hall, ela conhece a sua encantável professora Mrs. Honey, que tão logo reconhece os talentos da pequena e fará de tudo para ajudá-la a crescer na escola, entretanto há uma força sombria, quase sobrenatural, que será capaz de impedi-las, a qualquer custo, a aterrorizante e diabólica Diretora Trunchbull.
Fica claro a pretensão de Roald Dahl em sua narrativa: as consequências do uso descabido da tecnologia; a rigidez; a perversidade e os comportamentos descomedidos presentes na vida de muitos adultos, que podem afetar severamente a formação psicológica das crianças.
Entre tons de comicidade e críticas sociais, Matilda possui uma história muito prazerosa de se acompanhar e traz consigo boas lições de moral. Apesar do último ato ser mais corrido e ter um desfecho simplista, a indicação de sua leitura é certa, e o leitor, de qualquer época, poderá desfrutá-la com um sorriso no rosto.