Livros da Julie 15/02/2022Mais um ótimo livro de contos costurado pelas Crônicas de Lady Whistledown!-----
"Homens nunca prestavam atenção nos detalhes."
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"Ele a olhou como se ela fosse uma tola. Ou uma mulher. (...) a maioria dos homens pensava que eram exatamente a mesma coisa."
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"Vocês são ovelhas. (...) Só se interessam por uma mulher se outro também estiver interessado."
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"Somente os covardes usavam o anonimato para insultar e depreciar."
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"Um cavalheiro jamais deve causar danos à reputação de uma mulher. (...) Uma mulher tampouco deveria causar danos à reputação de um cavalheiro"
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"Toda mulher deve experimentar a independência. Seria uma coisa boa para o nosso gênero. Fortalece o caráter."
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"assim era o amor: dor e felicidade em pé de igualdade."
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"Alguns momentos são fáceis. São bons, divertidos e bonitos, e fico feliz com eles. Outros não são tão fáceis. Mas minha decisão é ser feliz durante os tempos difíceis, assim como nos fáceis. Não consigo controlar a maioria das coisas, mas posso controlar meus sentimentos. E quero ser feliz. Então encontro algo em cada momento que eu possa desfrutar."
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"Homens atraentes e ousados só serviam para dançar e flertar."
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"não existe encontro verdadeiramente acidental entre mulheres e homens solteiros."
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"Às vezes os homens eram tão tolos (...) procurando por rostos bonitos e popularidade e tons de cabelo, como se isso valesse alguma coisa."
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"Todos têm boas intenções, mas não significa que estejam certos."
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"Descrever um sujeito como uma ótima pessoa é o beijo da morte para quem está cortejando."
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Lady Whistledown contra-ataca é outro spin-off da série Os Bridgertons e o décimo primeiro livro do projeto de leitura coletiva das obras de Julia Quinn (#LCJuliaQuinn #LCPeculiaresLivros), promovido pela @peculiareslivros.
Com as mesmas autoras e no mesmo estilo de Nada escapa a Lady Whistledown, este livro traz mais contos relacionados às publicações da famosa e mordaz senhora. Dessa vez, eles tratam do roubo do valioso bracelete de Lady Neeley, e os protagonistas são justamente os principais suspeitos.
No conto O primeiro beijo, de Julia Quinn, vemos que, durante o jantar promovido por Lady Neeley, Mathilda (Tillie) Howard, filha do Conde de Canby, acaba conhecendo o belo e charmoso Peter Thompson. Ele precisava de dinheiro para começar uma nova vida, e que melhor maneira de consegui-lo do que se casando com uma moça que tivesse um dote generoso? E se a jovem fosse interessante o suficiente e conquistasse seu coração, que mal haveria nisso?
Em A última tentação, de Mia Ryan, a dama de companhia de Lady Neeley, Isabella (Bella) Martin, foi emprestada a Anthony Doring, futuro Conde de Waverly, para ajudá-lo a preparar uma festa. Anthony fica completamente enfeitiçado por Bella, mas ela sabe que um relacionamento entre eles seria altamente inconveniente e indesejável para a nobreza.
Já em O melhor dos dois mundos, de Suzanne Enoch, Charlotte Birling nutre uma admiração platônica por Xavier, o conde Matson, outro dos convidados de Lady Neeley. Por estar sempre cercado de belas mulheres, o Conde é considerado extremamente inapropriado pelos pais de Charlotte, receosos de que ela passe pelo mesmo escândalo que acometeu a prima da moça. Charlotte só não esperava que seu jeito autêntico, franco e nada afetado terminaria atraindo a atenção do Conde.
Por fim, em O único para mim, de Karen Hawkins, finalmente descobrimos o que aconteceu com a prima de Charlotte, Lady Sophia Throckmorton Hampton. Maxwell Hampton, seu marido e visconde de Easterly, fugiu do país há doze anos e resolve retornar justamente durante o jantar de Lady Neeley, pois não concordava com a anulação do casamento que Sophia havia proposto ao seu advogado. Seria porque ele ainda tinha a esperança de retomar a relação?
Como no outro livro de Lady Whistledown, todos os contos ocorrem em um mesmo período de tempo e os personagens se conhecem e se encontram durante vários eventos: jantares, bailes, peças de teatro, passeios no Hyde Park e até uma famigerada encenação da Batalha de Waterloo em Vauxhall, um modo um tanto incongruente e sádico de celebrar, para mero entretenimento da nobreza, uma vitória que causou a morte de quinze mil ingleses.
A guerra é um tema abordado de forma recorrente por meio de personagens que foram afetados por ela de algum modo. Alguns tinham parentes falecidos em combate; outros eram militares, satisfeitos por finalmente poderem voltar para casa e deixar para trás os horrores do campo de batalha. No entanto, quem conseguia retornar se sentia perdido, tendo que assumir obrigações que não esperava ou sem imaginar o que fazer da vida em tempos de paz, quando tudo o que sabia era como manejar armas e matar. Ao mesmo tempo, tomar um rumo completamente diferente era mais do que necessário para fugir às péssimas lembranças.
Todavia, o pano de fundo da história não impede o surgimento de grandes paixões. Mya segue uma linha mais peculiar, com personagens insólitos, um enredo fora do usual e um fim abreviado. Julia nos presenteia com a figuração de alguns personagens de Os Bridgertons em um conto bem construído e com um casal simpático e agradável, cuja relação se desenvolve rápida e tranquilamente, sem reviravoltas mirabolantes. Já Karen cria uma trama mais complexa e um tanto dramática, mas muito intrigante, em que a forte e difícil personalidade dos protagonistas representam perfeitamente o velho conflito entre o orgulho e o amor. Suzanne traz simplesmente o casal mais adorável e o conto mais animado e envolvente, com uma ótima lição e uma boa dose de esperança para quem se sente constantemente diminuído (às vezes pela própria família) e com baixa autoestima, pois todos têm direito ao amor.
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