Argonautas

Argonautas Maggie Nelson




Resenhas - Argonautas


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Renata (@renatac.arruda) 09/02/2018

Embora seja um livro curto, não li "Argonautas" rapidamente. Isso porque procurei digerir com calma, voltando a trechos, fazendo marcações, refletindo em muitas coisas. As memórias de Maggie Nelson são entrelaçadas a reflexões derivadas de suas leituras sobre filosofia e psicologia, tudo partindo da experiência queer, da relação com o corpo e das transformações de um corpo: em seu caso, uma gravidez há muito almejada; do outro lado, a transição de seu marido Harry de mulher a homem trans. A autora procura fugir dos clichês em seus questionamentos e são muitas as chacoalhadas intelectuais que ela oferece ao leitor. Apesar disso, não se trata de um livro acadêmico, mas uma "carta de amor" (como definiu a crítica Camila v. Holdefer) a seu marido, a seu filho e à família que construiu.
A impressão que tive é a de que a configuração familiar de Maggie Nelson (mulher não hétero casada com uma pessoa de gênero fluido, madrasta do filho dessa pessoa e mãe de um garotinho concebido por inseminação artificial) é o que a leva a escrever, tentando dar um sentido e se colocar perante a uma sociedade em que até feministas e LGBTs encontram dificuldades de se livrar do binarismo.

Comentei a respeito no Prosa Espontânea: https://prosaespontanea.blogspot.com.br/2018/02/drops-mae-de-todas-as-perguntas.html

site: https://prosaespontanea.blogspot.com.br/2018/02/drops-mae-de-todas-as-perguntas.html
Tatiane 09/08/2019minha estante
Seu blog é bem legal. Vou ler com calma suas resenhas.




LAvia 02/11/2021

Genial
Essa obra é o equilíbrio perfeito entre uma escrita acadêmica inteligentíssima, recheada de boas referências, e uma narrativa extremamente poética. Perfeito ao abordar diversos temas, psicologia, identidades de gênero, sexualidade, maternidade, relacionamento. Uma autobiografia muito fácil de se identificar com, mesmo com experiências tão singulares.
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nicolasramos 24/08/2021

Em questão de estrutura, Argonautas deve ter sido a obra mais fora da caixinha com a qual eu já me deparei até hoje. A autobiografia de uma desconhecida (aos meus olhos) com um pouco mais de cem páginas e uma capa nem um pouco convidativa. Parecia tedioso. Me senti persuadido a não ceder ao desconhecido e, mais uma vez, me encontrei atribuindo um veredito com base em primeiras impressões: capa, sinopse, gênero.

A contradição veio a partir do momento em que coloquei em segundo plano esses julgamentos iniciais e me permiti levar pela proposta de Maggie Nelson. Me surpreendi com a enxurrada de análises intrínsecas propostas no decorrer do trabalho. Como quem tece uma teoria, a grande diferença é que a principal base dela são experiências pessoais da própria autora. Uma subversão peculiar do gênero autobiográfico, uma vez que Maggie não planeja apenas expor detalhes sobre sua trajetória, mas ir além, almejando uma espécie de investigação encima dela. O resultado é um conjunto farto de reflexões que de longe não englobam apenas a própria, pelo contrário, decifram enormes heranças da vida como sociedade.

Gênero, maternidade, capitalismo, educação, sexo e família são alguns do temas facilmente encontrados por aqui. A autora não tem medo de ousar e isso é o ponto mais valioso de toda a proposta. A maneira escrachada a qual ela lida com tópicos polêmicos me prendeu do início ao fim. Há buscas constantes por embasamentos que fortificam as análises, Maggie deposita toda a sua bagagem de décadas de estudos em ciências sociais, artes, filosofia e literatura, unindo o que se estuda com o que se vive. O empirismo dela torna-se uma ferramenta valiosa para esmiuçar o conhecimento; desvenda-lo.

Minha experiência com tudo isso não poderia ser melhor. O estilo de escrita levou certo tempo para acostumar, não vou mentir, pois o fluxo constante de pensamentos conscientes e também inconscientes levantados a todo instante me deixavam de mãos atadas em alguns momentos. A mente borbulhava. É preciso calma para absorver tudo, cada pequeno detalhe que a escritora coloca em pauta deve ser apreciado com cautela. Ela não lhe oferece conclusões. Como professora, ela apenas instiga. Lhe liberta do ciclo e coloca sua mente para pensar. E assim foi comigo, aos poucos configurei minha mente em uma caldeira que queima a fogo baixo e entendi que toda consideração tem seu tempo de ebulição.
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Toni Nando 31/08/2021

Queer
LIVRO: ARGONAUTAS
AUTORA: MAGGIE NELSON
PUBLICAÇÃO: BELO HORIZONTE 2017
EDITORA: AUTÊNTICA
TRADUÇÃO: ROGERIO BETTONI
ONDE SE PASSA: E.U.A.
DATA: 06/08/2021
NOTA:

Argonautas é a obra autobiográfica da autora Maggie Nelson que é casada com o artista Harry Dodge. Esse livro é de extrema importância no qual compreendemos as questões do universo QUEER. Não tenho muito o que falar da obra pois esse é um daqueles livro que você precisa ler, sentir o que se passar com pessoas de gênero fluido e desperta a sensibilidade e o amadurecimento pessoal.
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Ias 23/07/2021

Como dizer??
Considerando que esse é um livro premiado e muito bem visto pela crítica, me pergunto se talvez o tenha lido do jeito errado ou se criei expectativas demais. Por mais que reconheça a importância de muitas discussões presentes aqui, não consegui achar que ele se aprofunde nelas o suficiente para permitir uma reflexão de fato.
Contudo, gostei muito da visão da autora sobre quase tudo e me identifiquei com muitos de seus pensamentos. Queria fazer amizade!
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Mariana.Paula 14/02/2021

A questão do Paradoxo do Navio de Teseu proposta por Plutarco, e alimentada por outros filósofos, conta o seguinte: o barco que levava Teseu (um dos argonautas) foi ajustado durante toda sua viagem, dos mastros aos remos, às tábuas do casco, todo o navio foi renovado com novas peças na medida em que era necessário. A questão que se impõe é: ao fim da viagem, o barco que foi é o mesmo que voltou?


Nosso corpo renova várias de suas células todos os dias, em um punhado de anos praticamente todas as nossas células são renovadas, o nosso corpo não é mais, biologicamente, o mesmo com o passar dos anos (ou é?).
Argonautas, da Maggie Nelson, navega por essa discussão. É um livro autobiográfico em um constante fluxo de consciência, que costura a narração com as experiências da autora e suas reflexões sobre elas - muitas vezes conectadas com as referências das discussões acadêmicas que ela incorporou na sua vida. Nelson aborda a escrita, questões sobre gênero, identidade, vivência e teoria queer, e sua experiência familiar, o afeto - perceptívelmente - sólido que ele tem sobre a pessoa que é sua perceira de vida, Harry - um homem trans não binário -, e seu filho e enteado.


Um dos pontos principais que ela toca é o das mudanças corporais que ela e Harry enfrentam paralelamente, ela em sua primeira gravidez e Harry com a transição, a cirurgia e o uso de testosterona. Ambos modificando seu físico para atingir seus objetivos, para chegar ao fim das suas jornadas. A autora fala das mudanças que passam e da constante do amor entre os dois, readaptado constantemente; o livro pode ser visto como uma carta de amor de 150 pgns também.
O físico se modificava, o externo recolhia outros significados mas "por dentro, éramos dois seres humanos passando por transformações um do lado do outro, testemunhas tácitas um do outro. Em outras palavras, estávamos envelhecendo." (p. 92)


"eu te mandei o trecho [...] em que Barthes descreve como o sujeito que diz 'Eu te amo' se parece com 'o Argonauta que renova seu navio durante a viagem, sem lhe mudar o nome'. Assim como as partes do Argo são trocadas com o tempo sem que o barco deixe se chamar Argo, o significado de 'Eu te amo' deve ser renovado a cada uso da frase pelo amante, pois 'a própria tarefa do amor e da linguagem consiste em dar a uma mesma frase inflexões sempre novas." (p.9)
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Lucas.Macedo 17/01/2022

Livro difícil, mas atraente!
Não é uma leitura fácil, mas algo me cativou desde o início. Mesmo com muitas citações e conceitos complexos, a forma como a autora apresenta essas questões me deu vontade de continuar lendo.
Ela trata do que é se queer, disseca os seus sentimentos com a maternidade, tudo de uma forma bastante visceral e sincera.
Gostei muito do livro, mas não sei se o indicaria para qualquer leitor.
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cintrarafa 29/12/2023

A mãe finita
Reflexivo e forte, o livro me passou a impressão de ser uma conversa em voz alta da autora com ela mesma. Considera seu relacionamento queer, a identidade de gênero de seu parceiro, a ideia da maternidade dentro desse relacionamento, os melindres e meandros da relação com sua própria mãe e do que significa ?mãe?. Como essa figura se torna e se finda no nosso imaginário. Muito disso, também, fica a cargo do leitor, que acaba participando do solilóquio, às vezes conversando consigo mesmo.
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Carolina 24/02/2019

Do cotidiano incomum...
Curti muito essa leitura, apesar de tê-la achado bem difícil em alguns momentos, principalmente por conta de tantas citações (conceituais) e reflexões feitas pela autora por vezes abordadas rapidamente e de forma banal já que o texto lembra em muitos momentos um diário pessoal.
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Arthicus 23/08/2021

Mais do que Teoria Queer
Argonautas é um livro biográfico e teórico, ou "autoteoria" como colocado na orelha, de Maggie Nelson, onde ela fala sobre suas vivências, seu amor por Harry Dodge -- uma pessoa de gênero fluido --, gênero, casamento e educação infantil.

Apesar do livro ser curto há muita coisa sendo dita nele e dissecado. Maggie Nelson parece quase conversar com o leitor enquanto fala sobre momentos de sua vida, indo e voltando no tempo, enquanto que cita autores e expressa sua própria opinião.

E por isso a leitura pode ser meio lenta e, no caso de alguns amigos que leram junto comigo, cansativa.

Confesso que eu mesmo fui pego de surpresa quando achei que estaria lendo mais sobre teoria queer e acabei sabendo mais coisas sobre desenvolvimento infantil, mas não vejo isso como algo ruim. No meu caso, a leitura, apesar de um pouco puxada em muitos momentos, pois não conhecia os autores sendo citados, me foi agradável. Como comentei acima, me pareceu que eu estava tendo uma conversa -- ou uma aula.

Coisas pequenas como o cotidiano de Maggie com o marido, a relação dela com sua mãe, as brincadeiras que dela e o filho de Harry, para coisas grandes como as tentativas de inseminação, a cirurgia de Harry, as conversas sobre núcleos familiares e o nascimento do seu filho tornam este livro cheio de teoria em uma coisa diferente e única.

Meu único porém seria a falta de uma biografia dos autores citados durante o texto. Apesar de ter o nome ao lado do texto corrido indicando de quem a citação a autora está retirando, me faltou algo mais concreto para poder ir atrás no futuro e me aprofundar mais nos assuntos comentados aqui.
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Mini Bittar 28/02/2023

Eu embarquei nessa leitura achando que seria uma grande narrativa misturando os temas centrais com a mitologia do argonauta porém tive uma bela surpresa com essa linda declaração sobre amor, maternidade, memórias e família. Quase um artigo autobiográfico sobre sua vida, a escrita fluida de Nelson me impressionou.
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icavlcanti 19/07/2023

Breve Resenha
Argonautas é um livro que irei ler mais de uma vez para entender toda sua grandeza. por experiência própria, talvez, consegui imaginar e ir a lugares apenas com a descrição, citações, pensamentos da autora. recomendo leitura!
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Marina516 16/08/2023

Passei muito tempo tentando achar esse livro, sem saber muito sobre o que era. Gostei de ler essa contação de memórias sobre a vida queer, mas me cansa um pouco esse tom de assertividade indomável sobre vaginas, úteros e pênis que sempre precisam estar sendo fortemente marcados pela intelectualidade acadêmica de muitos norte-americanos.
Acho que, no fim, só estou cansada de escritos imperialistas
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Luciana 14/03/2024

Ótimas reflexões sobre diversos assuntos, sem pretensão de uma verdade universal, mas que amplia a visão a partir de experiências pessoais da autora. Muito interessante.
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