Recordações do escrivão Isaías Caminha

Recordações do escrivão Isaías Caminha Lima Barreto




Resenhas - Recordações do Escrivão Isaías Caminha


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Cris 17/06/2019

Vida carioca
“A obra d’arte tem por fim dizer aquilo que os simples fatos não dizem.” Pág. 12

O narrador desta história é o próprio Isaías Caminha. Um jovem de origem humilde, que sai do interior para ir estudar no Rio de Janeiro.

Ele chega à cidade grande cheio de sonhos, e deslumbra-se com a grandiosidade e com as dificuldades que se depara por lá. Muito do que ele imaginava, acaba não se realizando, porque ele encontra muito mais dificuldade do que pensou que teria.

Os primeiros tempos foram difíceis, ele não conseguiu encontrar as pessoas que ele foi recomendado a procurar, e foi gastando todas as suas poucas economias.

O interessante do livro é ver a evolução do personagem e também o retrato que ele nos fornece sobre a vida carioca no final do século XIX e início do século XX. Na sua inocência, ele encontra os mais diferentes tipos de personagens: um mundo de desonestidade e hipocrisia.

A narrativa é bem humorada e os personagens são bem realistas, apesar de terem sido representados há quase 100 anos.

Eu gostei da história, porém, em certos pontos do livro eu me desconectei da história, pelo fato de o autor divagar bastante ao longo da narrativa, fazendo com que a história se torne um pouco cansativa.

“A língua é uma coisa sagrada. O culto da língua é um pouco o culto da pátria.” Pág. 126


site: https://www.instagram.com/li_numlivro/
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Adriana Scarpin 15/06/2019

Como diria nossa grande pensadora Valesca Popozuda: esse livro é só “tiro, porrada e bomba”.
Relato semi-biográfico sobre a passagem de Lima Barreto na redação de Edmundo Bittencourt no Correio da Manhã, retrata a mediocridade, manipulação e canalhice que imperavam no meio jornalístico da época e do qual pouca coisa mudou na mídia corporativa de hoje, para não dizer que o jornalismo de hoje não chega mesmo a ser ainda mais calhorda e medíocre.
Mas não é apenas a crítica aos meios de comunicação o cerne da pungência deste livro, mas também a sutil condição racista do Brasil pós-escravidão, o que é sutil é a maneira que Lima Barreto descreve coisas que viveu literalmente na pele e não as formas de racismo que eram bem declaradas e evidentes num mundo pré-criminalização.
É mesmo impressionante que esse seja um primeiro livro de alguém, a sagacidade e o corte cirúrgico com que são feitos os comentários e situações de um Brasil eternamente decadente o tornam tão atemporal e clássico por natureza que seriam poucas as modificações a serem feitas diante da conjuntura atual.
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Deilson Barbosa 07/10/2018

Maravilhoso!
Sabe aquele livro que você fica triste depois de ler? Triste porque acabou, triste porque você queria mais história...porque você se apegou aos personagens e seus temperamentos, porque realmente parecem pessoas do seu cotidiano, Loberant, Losque, Floc, Lemos, Aires D'avila, o Isaías etc.
Particularmente gosto muito do Lima Barreto, tenho grande afinidade com o autor, que assim como eu, morou na Ilha do Governador, no Galeão, e cita essas terras em vários livros inclusive neste. Como morador do subúrbio e descrevendo as desigualdades sociais e preconceitos o soube muito bem fazer. Assim, quando leio qualquer obra de Lima Barreto, parece que as coisas não mudaram, foi escrito no início do século XX mas parece que nada mudou. A imprensa suja que lucra em cima de mentiras, boatos e muito sangue. .. parece mesmo que o autor está falando da sociedade de hoje, a descrevendo. Ah, o livro em si, fala sobre como Isaías caminha conseguiu, vindo do interior, fazer sua vida na Capital do Brasil, então Rio de Janeiro. Conseguiu a custo de muito sofrimento, muita subordinação, enfrentou na pele o preconceito racial, a intolerância policial; chegou ao desespero, com seus proventos chegando ao fim, conseguiu um emprego de continuo no jornal do doutor Loberant, jornal o Globo, lá, pode perceber através dos jornalistas, tudo que o ser humano é capaz de fazer pra subir na vida, tudo que um jornal pode inventar para ter adeptos e toda a força do quarto poder para derrubar e erguer pessoas. Leiam, esse livro é maravilhoso!

site: https://humahistoria.blogspot.com/2018/11/recordacoes-do-escrivao-isaias-caminha.html
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Ingrid_mayara 24/07/2018

Minhas impressões de leitura
Uma das coisas que mais me aproxima da literatura certamente é a representação de mim mesma, isto é, quando me identifico com algum (a) personagem a tal ponto de parecer que o autor ou autora adivinhou certos assuntos que me causam insônia atrelados aos assuntos que me viriam à mente num futuro próximo.

É um tipo de história cujo enredo possui uma linearidade aleatória: enquanto o narrador descreve uma cena, de repente nos apresenta alguma característica (ou pensamento) que pode passar despercebida e logo retorna ao seu propósito narrativo. Fiz várias marcações na minha edição e provavelmente deixei passar ainda muita coisa que a maturidade deve recompensar na releitura.

O caráter demasiado sarcástico da obra me levou ao riso diversas vezes por reconhecer que na atualidade há personagens e situações da vida real tão palpáveis quanto tudo o que Lima Barreto escrevera. Será que ele previu o futuro ou não houve muito avanço na nossa sociedade?

Isaías Caminha é um personagem que transmite compaixão em alguns momentos, já em outros, indignação pelas suas atitudes. Talvez esse seja um dos motivos pelos quais "Recordações" não costuma agradar tanto assim. Estamos acostumados (as) a ler/escrever narrativas maniqueístas, sobretudo considerando as narrações em primeira pessoa, onde há quase sempre uma defesa do narrador para causar empatia em quem o lê. Nesse livro, os personagens são meio caricatos e dissimulam cotidianamente (algo que eu já havia lido acerca das obras de Lima Barreto) para levar o leitor à crítica de si e do mundo.

Se fosse para dizer do que se trata realmente esse livro, eu diria: hipocrisia e racismo. Achei genial a maneira como o autor retratou colegas de trabalho que formam um ciclo de hostilidade. Entristeci-me com as passagens em que o narrador-personagem sofre exclusivamente por causa do racismo; fiquei pensando no quanto ainda teremos de lutar para que a frase célebre "O essencial é invisível aos olhos" realmente faça sentido.

Assim que terminei a leitura, atentei-me à parte introdutória do livro. Encontrei explicações plausíveis para reconsiderar os aspectos do enredo que deixaram a desejar, no entanto, permaneço com a nota quatro aqui no Skoob que apenas classifica minha experiência de leitura. Atingiu minhas expectativas no que concerne à história, embora eu necessite de um aprofundamento relacionado à subjetividade dos personagens que talvez esteja presente nas outras obras do autor (ou nas minhas releituras, quem sabe?).

RECOMENDAÇÃO: acredito que a partir da maioridade dá para fazer uma boa leitura desse livro. A escrita é bem compreensível, embora o que eu costumo chamar de "sacada literária", aconteça mais naturalmente quando temos um vocabulário suficiente vinculado às vivências.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
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Mr. Jonas 08/02/2018

Recordações do Escrivão Isaías Caminha
Isaías Caminha é um mulato que relata sua vida mundana no Rio de Janeiro. Nascido no interior do estado, certa ocasião lê um artigo de jornal contendo ofensas às pessoas de sua raça e resolve partir para estudar na capital, sua intenção era combater esse tipo de postura. Traz consigo uma carta de recomendação dirigida a certo deputado, mas não consegue ter acesso a ele. Atribui à sua condição racial o insucesso na busca por uma colocação. Recebe dinheiro da mãe, que acrescenta aos rendimentos que obtém escrevendo os trabalhos universitários de um amigo estudante de Direito. Ao mesmo tempo, percebe o prestígio que cronistas e repórteres têm junto à população. Aproveita-se do contato casual que mantém com o jornalista Ivã Rostóloff na boêmia carioca e consegue um convite para trabalhar na redação do jornal “O Globo”.
Ali conhece as pessoas envolvidas com o meio jornalístico da capital, como o diretor Ricardo Loberant, que consegue sucesso com matérias sensacionalistas, e Frederico Lourenço do Couto, o Floc, crítico literário que, embora seja tido como homem dotado de cultura superior, só consegue produzir as poucas linhas de sua contribuição diária depois de grande esforço intelectual. Isaías consegue uma colocação como contínuo. A redação do jornal é descrita como um lugar imundo, a despeito da campanha que o jornal move contra as péssimas condições de higiene do Hospício Nacional de Alienados. Agindo com a mesma hipocrisia, Floc, em sua coluna, cobre de elogios pessoas de seu círculo de amizades e membros da alta sociedade.
Logo, Isaías adquire a mesma empáfia de seus colegas, passando a usar alguns ternos que lhe são fornecidos por Ivã Rostóloff. Os amigos mais humildes, que ele conheceu nos primeiros tempos de Rio de Janeiro, são abandonados. A notícia da morte da mãe não o abala muito.
Certa noite, quando o sofrimento de Floc para escrever sua crônica diária se torna insuportável para ele, o jornalista se mata com um tiro na cabeça. Isaías é encarregado de avisar o diretor Ricardo Loberant do ocorrido. Como se trata de algo urgente, acabam por revelar ao contínuo o paradeiro de Loberant: a casa da amante.
De posse desse segredo, consegue do chefe um tratamento de maior consideração, subindo gradativamente na hierarquia do jornal. Em dois meses, sai da condição de contínuo para a de repórter da Marinha, posto no qual é bajulado por oficiais que pretendem obter alguma nota favorável na imprensa. Suas relações com Loberant se estreitam cada vez mais e eles se tornam companheiros de boêmia.
Um dia, envolvido em reflexões, Isaías compara sua vida presente com os sonhos utópicos alimentados na juventude e fica um tanto decepcionado. Resolve abandonar a redação, a despeito dos pedidos do diretor para que permaneça ali. Essa decisão, contudo, não significa uma correção de conduta: Isaías abandona a amargura que se apodera dele e se torna político.
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Matheus V. 20/09/2017

Só decepciona pois é de boas mãos.
Ler Lima Barreto é uma faca de dois gumes, sendo o primeiro, a apreciação após o fenômeno Policarpiano, e seu respectivo, como sendo virgem de tal obra; Em caso meu, choro por já ter conhecido escrita tão superior a de Recordações do escrivão Isaías Caminha.
Como cunho sociológico, a obra encontra----se em um inestimável hall, - dividindo apenas com Assis Machado -, levando em conta as suas moles palaveas, quando o assunto é os sôfregos que negros sofriam duramente, diariamente, perpetuamente; Porém, é só isso, nada mais que isso, de resto apenas observa-se grandes detalhes sobre vidas alheias, quase sempre perdendo o foco.
Espera-se mais!
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regifreitas 06/08/2017

Como já se sabe, esta obra de Lima Barreto se constitui um “roman à clef”, gênero no qual pessoas e acontecimentos reais são tratados de forma fictícia. No caso do RECORDAÇÕES, o autor satiriza personalidades ligadas ao “Correio da Manhã”, um dos mais importantes órgãos de impressa daquela época. Por ocasião da publicação do livro, Lima Barreto tornou-se “persona non grata” nos meios jornalísticos da república do início do século XX, pois traça, sem dó, um retrato satírico e ácido desse meio e das pessoas que faziam parte dele – jornalistas, intelectuais, políticos e “socialites”. Um mundo no qual as pessoas vivem de hipocrisias, manipulações e trocas de favores, e , enquanto os medíocres se elevam, pessoas de valor e de conhecimentos reais são relegadas a um segundo plano, quando não totalmente desacreditadas.

O livro meio que se divide em duas partes distintas. Na primeira, mais introspectiva, temos o narrador-personagem às voltas com os problemas de adaptação ao Rio de Janeiro e as dificuldades de se assentar na vida. Muitas das situações vividas pelo protagonista põem o dedo na ferida do preconceito racial (tema muito caro ao próprio Lima Barreto) - Isaías Caminha, evidentemente, é tratado de forma diferenciada em diversos momentos por conta da sua ascendência. A partir da segunda parte (capítulo VIII), o foco de Lima Barreto se volta para retratar o dia a dia de um jornal e as figuras pitorescas que fazem parte desse ambiente. Aqui, a veia satírica do autor carioca se sobressai em detrimento da denúncia social. Também, nessa segunda metade, a figura de Isaías Caminha fica (excessivamente) em segundo plano, privilegiando-se a fauna de personagens que compõe aquela redação.

Apesar dessa mudança de tom, que acaba se tornando a principal fragilidade do romance – perde-se um pouco da unidade narrativa apresentada até então –, é uma obra cujo valor e importância devem ser reconhecidos, por conta do contexto no qual foi produzida.

(Leitura para a categoria 4 - um "roman à clef", do Desafio Livrada! 2017.)
meriam lazaro 28/08/2017minha estante
Também estou lendo para essa categoria do Desafio Livrada. Gostei da resenha.




Fabio Henrique 20/07/2017

Irregular
Vale como retrato histórico, principalmente das características da imprensa brasileira no começo do século XX.

Mas como narrativa ficcional, é muito fraco.
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Kelvin 10/05/2017

Ótimo livro do Lima Barreto. Interessante é que é o primeiro e mesmo assim é "bão demais da conta, sô". Ao contrário de Triste fim de Policarpo Quaresma, a história tem menos personagens e, portanto, é menos confusa, e trás à tona uma crítica muito importante à classe jornalística e (por que não dizer?) acadêmica brasileira.
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Marcos Scheffel 18/02/2016

Uma crítica contundente à intelectualidade brasileira
Lima Barreto queria escrever um romance de polêmica que chocasse o meio literário. As caricaturas dos principais intelectuais do período e suas relações escusas com imprensa e com o poder foram mal recebidas pelo campo literário e por críticos como José Veríssimo. O forte teor confessional também foi alvo de críticas.Toda essa recepção negativa só assinala uma coisa: Lima Barreto atingiu em cheio seu alvo, contribuindo para que o papel do intelectual fosse (re)discutido e (re)pensado no país.
Entre os anos 70 e 80, críticos como Antonio Arnoni Prado (Lima Barreto - o crítico e a crise) e Nicolau Sevcenko (Literatura como missão) apontaram esse caráter crítico e engajado da escrita de Lima Barreto como uma ruptura com a escrita beletrista em voga no início do século XX.
Há personagens incríveis no romance como: o gramático Lobo - obcecado pelo purismo linguístico; o crítico literário Floc - que só elogia os autores que fazem parte da sua panelinha; o russo Ivã Gregoróvitch - que usava sua escrita como um cutilo.
Para quem conhece a biografia de Lima Barreto, é visível a mágoa do mulato (inteligente e ilustrado) personificada no narrador de primeira pessoa. Isaías Caminha é uma máscara frágil que não consegue esconder o seu autor. Isso que incomodou a crítica da época, é para mim o grande ganho do livro.


site: http://www.uel.br/pos/letras/terraroxa/g_pdf/vol15/TRvol15i.pdf
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Café & Espadas 22/04/2015

Resenha Recordações do Escrivão Isaías Caminha
Quero enfatizar em primeira instância a ótica de Lima Barreto para que possamos não só contemplar a grandeza de Recordações do escrivão Isaías Caminha, mas antes atentar ao filtro crítico do autor. Nesta obra, o jovem intelectual promissor protagonizado por Isaías Caminha é dotado de nobre sensibilidade, criado à luz dos grandes escritores. Tem origem pobre e provinciana além de ser mulato e parte para o Rio de Janeiro encaminhado com uma carta de recomendação para conseguir um emprego, com desejo principal de estudar na grande capital. Algumas desventuras o assolam inicialmente mas por fim consegue o emprego de “encher os tinteiros” da redação d’O Globo.

Eis o meio escolhido pelo autor para expressar suas confissões. O prodígio intelectual em meio à massa amórfica de “formadores de opinião” da capital. Tendo em vista a percepção apurada de Lima Barreto, com segurança afirmo a honestidade e sinceridade com que o desenrolar da história será narrada. Sendo assim, na presente ficção, temos um perfeito retrato da verdadeira intelectualidade contrastada com a patota medíocre de pseudo intelectuais brasileiros, além da corrupção causada por estes ao jovem promissor.

Tiremos, pois, os antolhos e veremos que o tema latente fluindo nas linhas de Recordações é simplesmente atemporal ao leitor. Na cena da câmara de deputados logo no inicio do livro, por exemplo, em que Isaías descreve o doutor Castro, vemos o real contrastado com o ideal na forma mais simples da observação pelo nosso narrador personagem.

"Nada nele manifestava que tivesse um forte poder de pensar e uma grande força de imaginar, capazes de analisar as condições de vida de gentes que viviam sob céus tão diferentes e de resumir depois o que era preciso para sua felicidade e para o seu bem-estar em leis bastante gerais, para satisfazer a um tempo ao jagunço e ao seringueiro, ao camarada e ao vaqueano, ao elegante da Rua do Ouvidor e ao semi-bugre dos confins do Mato Grosso. Onde estava nele o poder de observação e a simpatia necessária para entrar no mistério daquelas rudes almas que o cercavam e o elegiam? Nada transpirava na sua preguiçosa e baça personalidade."

Conseguinte o contraste à “baça personalidade”…

"Para tirar regras seguras para a vida total desse entrechoque de paixões, de desejos, de ideias e de vontades, o legislador tinha que ter a ciência da terra e a clarividade do céu e sentir bem nítido o alvo incerto para que marchamos, na bruma do futuro fugidio. Quanta penetração! quanto amor! que estudo e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Quiromancia e a Matemática, a Grafologia e a Química, a Teologia e a Física, a Alquimia!… Era preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e alevantado oficio!"

As cenas referentes à redação do jornal O Globo são em primeira instância o simplório cotidiano da época mostrada pelo prisma do jovem que ainda se adapta. Porém, para o olhar astuto, as entrelinhas estão em realce. Toda a hipocrisia, malícia e puerilidade de uma mídia embusteira estão ali reveladas.

Isaías é, por fim, reconhecido pelo o editor d’Globo e fica onde muitos queriam está. Contudo tal situação é insustentável para nosso protagonista. Resumindo, Isaías é muito melhor do que tudo aquilo. O desfecho do livro é belíssimo em sua simplicidade.

Não vejo superior analogia com o que nos permeia hoje. Eis um possível retrato do inicio de tudo, no que diz respeito à mídia nacional. Recordações do escrivão Isaías Caminha traz de certa forma à tona uma faceta de nossa história e também uma lição aos jovens promissores deste país. Não siga este caminho clama o livro!

site: http://cafeespadas.com/?p=2899
Ingrid.Santana 20/08/2018minha estante
O livro as recordações do escrivão Isaías Caminha foi publicado em 1909, editora penguin,o narrador é personagem, a história se passa no Rio de Janeiro. O livro é muito bom e aborda vários temas como o racismo, eu indicaria esse livro; Porque é um livro muito bom, e de fácil compreensão.
Isaías Caminha, mora no interior, desde cedo se dedicou aos estudos Quando decidi ir para o Rio de Janeiro para se tornar doutor, Isaías consegue uma carta de recomendação do chefe eleitoral local para o deputado Doutor Castro, ele vai para o Rio de Janeiro com o intuito de se tornar doutor. Chegando ao Rio, ele se instala em um Hotel e conhece o doutor Ivã Gregoróvitch Rostóloff, jornalista do jornal o globo. Isaías vai procurar o deputado Castro para conseguir um emprego mas o deputado não o contrata.
Ele já estava sem dinheiro e sem emprego, quando recebe uma intimação para ir à delegacia depor sobre o roubo no Hotel em que estava. Ao chegar à delegacia para dar o depoimento, ouve o delegado o chamar de ?mulatinho?, Ele revoltado com o tratamento do delegado, xinga o delegado de ?imbecil? e é preso. Depois de um tempo ele solto e decide mudar-se também do hotel. Passa a procurar emprego mas na primeira negação percebe que por causa da sua cor seria muito difícil se ajustar na vida. Passa dias perambulando pelas ruas do Rio, passando fome, vendendo o que tinha para comer algo, até avistar Rostóloff que o convida para dar um passada na redação de O Globo, onde passa a trabalhar como contínuo.
Ali ele conhece as pessoas envolvidas com o meio jornalístico, como o diretor Ricardo Loberant, e Frederico Lourenço do Couto, o Floc, crítico literário. A redação do jornal é descrita como um lugar imundo, Floc age com hipocrisia, em sua coluna, cobre de elogios pessoas de seu círculo de amizades e membros da alta sociedade.
Isaías passa a agir como seus colegas, passando a usar alguns ternos. Os amigos mais humildes, que ele conheceu nos primeiros tempos de Rio de Janeiro, são abandonados. A notícia da morte da mãe não o abalou muito. Certa noite, Floc se mata com um tiro na cabeça porque sofre para escrever sua crônica diária. Isaías é encarregado de avisar o diretor Ricardo Loberant do que tinha acontecido.
Com esse segredo, consegue do chefe um tratamento melhor, melhorando o seu cargo, Em dois meses, sai da condição de contínuo para a de repórter da Marinha, Um dia, envolvido em reflexões, Isaías compara sua vida presente com os sonhos que tinha alimentados na juventude e fica decepcionado. Resolve abandonar a redação, Isaías abandona a amargura que se apodera dele e se torna político.




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