spoiler visualizarRafa569 17/04/2024
#13: A menina que roubava livros - Markus Zusak
História ambientada na Segunda Guerra Mundial, na Alemanha nazista. Narradora: a Morte, alguém que teve bastante trabalho naquele período, segundo relatos próprios. A protagonista é Liesel Meminger, uma garotinha que conhece a face da morte logo cedo ao perder o irmão de 6 anos. Seu primeiro furto literário acontece ainda no cemitério: o Manual do Coveiro. Ela é entregue pela mãe a um casal que a adota, Rosa e Hans Hubermann (descobriremos depois, que sua mãe era comunista, assim como seu pai, que não aparece no começo da história).
Apesar do período em que a história se passa e das tragédias que Liesel precisa superar ainda muito jovem, ela é rodeada de muito afeto, começando pelos pais adotivos, passando por seu melhor amigo Rudy Steiner, Ilsa Hermann, esposa do prefeito, dona de uma biblioteca pessoal que terá alguns exemplares furtados pela menina, além dos vizinhos na rua Himmel e de Max Vandenburg, um judeu acolhido e escondido pelo casal Hubermann.
Cuidado com o spoiler: no final da história, a rua Himmel é bombardeada e Liesel perde a família e todos os amigos e vizinhos. Ela estava no porão escrevendo sua história (A menina que roubava livros), em um caderno recebido de Ilsa Hermann. Max já havia sido levado para um campo de concentração e sobrevive, reencontrando Liesel (que é acolhida pela esposa do prefeito) posteriormente.
Este livro me fez refletir sobre o papel dos cidadãos alemães no nazismo, concordando e apoiando, pois foram gradualmente sendo convencidos pelos discursos de Hitler, e quem fosse contra era considerado amigo de judeus e traidor. As palavras têm um papel muito importante e sutil nesta história, desde a construção de mentalidades até a salvação de Liesel do bombardeio em sua rua. E também me fez pensar em um aspecto muito triste: as pessoas que sofrem tanto, tendo que lidar com perdas de pessoas muito próximas e tragédias, ainda muito jovens. As reflexões da Morte sobre a humanidade também são um destaque: segundo ela, nós temos o bom senso de morrer, e ela se assombra com a humanidade, além de observar a dualidade entre bem e mal que existe nos seres humanos.