Fabio.Nunes 16/04/2024
Leitura que fazia parte da minha meta anual. Primeiro contato com Asimov ? e agora entendo por que ele é tão elogiado.
Quanto à obra, trata-se basicamente da Eternidade: um campo temporal que cria atalhos para o tempo comum, sem as limitações do tempo comum, onde toda uma casta de burocratas (mormente homens) trabalham com o intuito de aprimorar a realidade, aperfeiçoando a felicidade humana geral. E o fazem realizando pequenas intervenções na linha do tempo, alterando a todo momento a realidade, afetando diretamente milhões de pessoas em todos os milhares de séculos da linha temporal.
Um desses burocratas é o técnico Harlan. Um homem frio, de invejável intelecto, que aprendeu a reprimir toda demonstração de emoções, e que é convidado pelo computador Twissell a trabalhar num projeto especial, responsável por manter viva a própria Eternidade.
O problema é que Harlan quer tacar fogo no parquinho e destruir a Eternidade. Tudo por amor.
Ou talvez por que seja um ?virjão? nerdola que nunca viu uma mulher na vida ? há controvérsias.
A história é um tanto complexa, pois se trata de viagens no tempo que alteram a única linha temporal que existe. Então, aviso: evitem ler muito cansados ou com a cognição afetada.
Mas mesmo com as interrogações que este livro me deixou, o que vi foram excelentes discussões sobre a ideia de controle: o direito do ser humano ao seu tempo; o direito de os seres humanos (dentro do tempo) serem capazes de resolver seus próprios desafios, em busca de uma felicidade que não pode ser determinada por ninguém, e de escrever sua própria história sem intervenções.
Aliás, qual seria a natureza jurídica do tempo, num mundo em que a realidade pode ser alterada a qualquer momento?
Uma ótima dica de ficção científica.
"Existem muitas felicidades, muitos bens, uma variedade infinita. Esse é o Estado Básico da humanidade."