Fome

Fome Roxane Gay




Resenhas - FOME


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Ingrid_mayara 14/02/2019

desconfortavelmente comovente
Assim como a minoria das pessoas que conheço, sempre tive dificuldades para engordar. Na infância, eu tinha a impressão de que pessoas gordas estavam sempre sorrindo, até que fui crescendo e vi que a realidade é bem diferente. A sociedade é hostil com pessoas fora do padrão. Por me identificar com assuntos tão diferentes e parecidos ao mesmo tempo, eu decidi ler esse livro logo após ver as entrevistas da autora.

Ao iniciar a leitura de Fome, lembrei-me de quantas vezes eu deixei de sair, à espera do maldito número trinta e seis que nunca alcancei. Lembrei-me das ofensas que ouço, disfarçadas de piadas, quando faz muito vento e “cuidado pra não voar”. Lembrei-me das pessoas que, após anos sem ver, antes mesmo de um cumprimento já me dizem que eu não mudei nada, como se o corpo fosse a única coisa que inspirasse boas conversas. Às vezes, é como se apenas o corpo padrão tivesse o direito de abrir a boca.

Ao dar continuidade à leitura, notei que a escrita da autora é bem direta, intercalando o passado distante com o recente. Os capítulos são curtos e dão dinâmica à narrativa; há alguns trechos que se repetem para reafirmar o que foi dito. Pouco depois da metade, a estabilidade do relato estava quase me fazendo parar para continuar outro dia, daí cheguei ao capítulo oitenta e quatro, que quase me fez cair da cadeira (risos de desespero). Então terminei de ler no mesmo dia.

Achei esse livro muito interessante e honesto. É bem bacana a maneira como a autora reconhece os poucos privilégios que teve na vida. Há uma parte em que ela diz algo sobre o vegetarianismo que me intrigou um pouco, mas nada que desmereça um relato tão necessário quanto o de Roxane Gay. Eu pensei que o tema racismo fosse mais abordado no livro, mas talvez isso tirasse o foco do próprio subtítulo, sei lá.

Acredito que nossa sociedade está precisando de narrativas como essa para desconstruir nossas mentes repletas de preconceitos. Sendo assim, não ouso dizer que Fome é um livro incrível, mas com certeza é urgente.


site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
Flávia 14/02/2019minha estante
não é fácil ser fora do padrão. seja no peso, na opção sexual, na cor da pele... em p* nenhuma.


Ingrid_mayara 14/02/2019minha estante
Bem que o Skoob poderia liberar a curtida de comentários


Flávia 14/02/2019minha estante
kkkkk concordo!


Kesy 20/08/2022minha estante
Esse livro me marcou muito!




eu_atila 10/03/2023

Um livro bem triste que mostra a triste realidade de uma sociedade onde corpos são apenas uma forma de estética sem emoções, seria interessante se cada um se colocasse no lugar de pessoas que não se encaixam ao padrão social e pensasse no que pode ter ocorrido à esse indivíduo no passado e repensar atitudes e falas. Eu acho que Roxanne foi forte por ter aguentado tudo em silêncio e não ter desabafado com a família por medo de ser julgada, pode-se perceber que há uma relação com a falta de diálogo e confiança na família. Deve ter sido gratificante poder soltar se expressar sem julgamentos e consequentemente dar voz e inspirar outras pessoas.
Marcia Regina 11/03/2023minha estante
Perfeito, Átila!




Carol Vidal 06/01/2018

"Fome" é daqueles livros que eu desejava que não precisasse existir, pois é inimaginável que alguém passe pelo que Roxane Gay passou. Infelizmente, ela é só mais um caso na estatística de casos de meninas e mulheres que sofreram abuso.

Dói perceber como esse fato muda a vida de alguém. A cada página, eu sentia ali a dor dela, mas também a coragem dela dividir essa história conosco.

Espero que cada pessoa que leia esse livro consiga olhar o outro com mais empatia e sem julgamentos. Que respeitem os corpos gordos e não definam quem alguém é somente pela aparência. Essa é a maior lição que o livro deixou para mim.
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Carla Rúbia 14/04/2018

Intenso
Relato intenso e verdadeiro. Mtas vezes angustiante mas que da convida para uma reflexão sobre a comida e seu bem estar. Uma compulsão alimentar mas tb na forma que a autora escreve.
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spoiler visualizar
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Bruna Baggio 16/05/2018

o mundo vai ter que lidar com isso
“Deve ser um luxo se sentir confortável em seu corpo. Será que alguém se sente à vontade com o seu próprio corpo?”

A primeira coisa sobre a história de Roxane Gay que você precisa saber é: isso não é uma história sobre alguém que era gordo, sofria demasiadamente com isso, mas se supera e finalmente torna-se magro, possibilitando um final feliz com uma narrativa positiva sobre a vida. Não que Roxane não tenha se superado em diversos momentos, passado por obstáculos imensos e sua trajetória não nos sirva de exemplo. Mas, essa autobiografia não tem pretensão nenhuma de nos oferecer um final feliz ou uma conclusão, pois é uma história que permanece desenvolvimento, já que nossa protagonista -Roxane Gay- segue em busca de respostas, rendição, autoconhecimento, enfim, de aprender a viver com o que lhe aconteceu.
O que lhe aconteceu?
Após ser estuprada quando tinha 12 anos por cinco garotos de sua escola, ela passou a comer descontroladamente para sentir-se segura. Hoje, vive com mais de 200kg.
Como se vive assim?
Com muita dificuldade. Roxane nos mostra como nosso mundo não consegue acolher um corpo como o dela (tanto materialmente como emocionalmente): cadeiras pequenas, palcos altos que possibilitam situações extremamente constrangedoras durante suas palestras, pessoas encarando, pessoas irritadas por terem de sentar ao lado dela durante um simples voo, lojas de roupas incapacitadas para disponibilizar roupas bonitas/femininas, enfim, uma muralha de coisas que ao longo do tempo foram fortes o suficiente para convencer Roxane em alguns momentos de que ela não possui valor nenhum. Nesses momentos, ela se envolveu em relacionamentos abusivos, se afastou de uma família amorosa, largou estudos, comeu, comeu, comeu e comeu. Mas Roxane é cercada por seus amigos e por sua família quando um acontecimento inesperado lhe aparece, e é nesse momento em que ela não é mais capaz de continuar negando a si mesma um fato: ELA É UMA PESSOA AMADA. Para mim, esse foi o momento em que ela parou de lutar contra si mesma. Não, Roxane não emagrece. Muito menos vira a pessoa mais feliz do mundo. Além disso, ela ainda possui seus demônios e lembranças perturbadoras, mas ela consegue parar de se odiar e isso é um grande passo. Ela decide que não vai deixar seu valor estar estritamente ligado ao seu corpo. E essa é a mensagem do livro.
Roxane pesa mais de200 kg, é uma mulher gorda e negra. E ela não vai mais se odiar e o mundo vai ter que lidar com isso.
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Iza 01/06/2018

Resenha do livro Fome - Roxane Gay
Nessa autobiografia do corpo, a autora relata de forma sincera a história do seu corpo e de como passou a usá-lo como fortaleza após um abuso sexual. Fala também da relação do corpo gordo com a mídia, a família, a saúde, a moda e uma série de outros assuntos. Debate sobre a gordofobia e os padrões culturais sobre a pessoa gorda. Eu adorei a leitura desse livro e pude aprender muito. É muito bom quebrar certos paradigmas sobre a pessoa gorda e enxergar as dificuldades e desafios de sua vivência na sociedade, e como a mesma não está preparada para aceitar a diversidade de corpos.

@leituras_da_iza
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Ana 01/11/2018

Fome em todos os seus sentidos
Esse livro não foi fácil. Acho que essa é a melhor forma de começar a explicar tudo que senti lendo.
Antes de começar a ler, fiz uma pequena pesquisa na internet para entender quem era Roxane Gay e porque eu deveria ler sua história. O que descobri foi que Roxane sofreu um tipo de abuso quando criança e isso mudou toda sua vida até os dias de hoje. Isso bastou para que eu ficasse muito interessada. Mas eu não estava preparada para o tapa na cara que foi essa história. A forma como a autora escreve é aterradora e dá para sentir sua dor em cada palavra.
Roxane é escritora, professora, editora, comentarista, feminista e palestrante a favor dos direitos das mulheres. Nesse livro, ela conta sua história e mais do que isso, também fala sobre todo o preconceito que viveu e ainda vive por ser uma pessoa gorda. Ela fala também sobre o mundo em que vivemos e como ele não está pronto para pessoas gordas que enfrentam, além de olhares maldosos, muitos obstáculos físicos.
"Fome" não é só uma autobiografia, é um manifesto da autora e, em tempos de abusos e bullying, deveria servir como um aviso sobre como uma situação negativa pode transformar a vida de alguém.

site: https://bit.ly/2SBRnMz
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Denise.Pereira 23/11/2018

Fome de quê?
Adorei a forma como a autora escreve e me identifiquei com muitas coisas que ela escreveu. Alerta de gatilho para violência sexual.
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Aline Marques 11/12/2018

Comportamento é comunicação. [IG @ousejalivros]
Quando o controle lhe é roubado, resta sobreviver.

Roxane Gay era.
Uma boa filha, boa irmã, boa aluna e amiga. Ativa e determinada, alegre e sonhadora.
Até ter tudo isso arrancado de dentro de si, por um grupo de meninos que enxergou um monte de carne e ossos que valiam a pena ser sacudidos, penetrados e descartados. Um objeto, uma coisa. Menos do que humana e digna.

Adolescentes, em sua maioria, ainda estão aprendendo a lidar com as mudanças de seus corpos, longe de se sentirem confortáveis. Some isso ao fato de ser mulher, negra, filha de haitianos e vítima de uma violência abominável, e tudo fica muito, muito mais complicado.
Gay precisava sentir que seu corpo era seguro, que o passado apenas a assombraria, sem voltar para um novo acerto de contas. Então, ela comeu e comeu e comeu.

Ao expor a história de seu corpo com tamanha honestidade, Gay traduz as experiências de diferentes leitores que, talvez pela primeira vez, poderão ver além dos limites de sua aparência, diminuindo o controle (mesmo que metafórico) de terceiros sobre seus corpos e mentes. Aqueles que perpetuam padrões inalcançáveis, apontando a humanidade como uma vergonha, excluindo e destruindo, também tem muito com o que se identificar.

A narrativa não é (sempre) linear. Marcada por repetições de ideias, pensamentos e afirmações, poderia se tornar extremamente cansativa, mas os capítulos curtos e a apresentação de conceitos sobre autoimagem e feminismo, por exemplo, dinamizam e despertam a curiosidade do leitor. A autora também aborda, com sutileza, o preconceito e a discriminação racial, motivando reflexões importantes sobre racismo e representatividade.

Uma leitura necessária e memorável, capaz de despertar uma grande fome por empatia e justiça, nos lembrando de que a busca pelo conforto e a força são individuais, mas que não há problema em dar voz a nossa fraqueza e pedir ajuda.
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Larissa 14/01/2019

Uma leitura forte.
Em Fome, Roxane Gay vai nos contar sua história com o seu corpo. Preciso alertar que pode gatilho para muitos. A autora fala sobre como, após sofrer um abuso sexual aos doze anos, passou a utilizar seu próprio corpo como um esconderijo contra os seus piores medos. Ao comer compulsivamente para afastar os olhares alheios, buscando tornar seu corpo indesejável, por anos Roxane guardou sua história apenas para si, até escrever este livro. Esta é uma história que, segundo a autora, precisa ser contada. Não é fácil de ler. Pesado e triste, mas muito muito importante. Com toda a sua sinceridade, ela nos expõe a realidade arrebatadora que uma sobrevivente de abuso sexual enfrenta. Fiquei muito impactada com todo o sofrimento vivido pela Roxane, mas a achei incrivelmente forte por relevar sua história ao mundo. Trouxe muita reflexão e eu indico para todos que se sentirem preparados para entrar nessa história, pois ela com certeza nos transforma de uma certa maneira.
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lucianan 23/01/2019

Auto biografia do corpo
Sexto livro lido em 2019, porém o primeiro sendo de uma pessoa autora negra. Quando falamos de representatividade e intencionalidade, me remete a quantidade de livros que existem e como poucas pessoas autoras negras estão nas listas dos mais vendidos ou que sejam parte do dia a dia da escolha das pessoas leitoras.
Este livro eu ganhei de aniversário em 2019. Comecei a ler logo de cara, porém, levei alguns socos na cara logo de início. Além de ter me identificado, foi bastante forte para mim reviver alguns momentos da minha vida. Vi, na época, que não estava preparada para ler. Aprendi, li, refleti e ouvi muito neste período. Em 2019, foi o primeiro livro físico na minha lista de leitura.
Em resumo, o livro conta a história de Roxane Gay, que está dentro de alguns recortes. É uma auto biografia que fala sobre diversas situações e reflexões que ela teve durante os anos e que se estende até hoje. O grande foco do livro é ser uma mulher, e ter tido uma infância e adolescência, sendo criticada pelo seu peso.
Recomendo a leitura com a mente aberta, com a disponibilidade e interesse de entender contextos diferentes do que você preza ou acredita, caso seja. Para quem faz parte de um dos recortes, além do recorte de gênero, o livro pode conter gatilhos.

"Meu corpo não é uma piada, nem objeto e diversão, mas eu suponho que seja para muita gente."

"A preocupação da minha família passou a ser um coro constante de resmungos, sempre bem-intencionados, mas sempre um lembrete de como eu estava fracassando na mais humana das minhas responsabilidades - manter meu corpo."

"Não quero diminuir a gravidade do que aconteceu. Não quero fingir que está tudo bem. Estou vivendo com o que aconteceu, seguindo adiante sem me esquecer, seguindo em frente sem fingir que estou ilesa."
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Pipoco 06/02/2019

Um soco no estômago
É duro, principalmente porque fui gordo quase a vida toda, ler os relatos de Roxane Gay no livro "Fome". Algumas artimanhas para esconder o volumoso corpo, algumas situações de constrangimento, medo de ser notado- e não pelas potencialidades, julgamentos, dentre outras questões dolorosamente pontuadas fazem com que os leitores sintam-se incomodados. Aos que compartilham do fato de estar acima do dito peso ideal, emergem memórias dolorosas.
Leitura arrebatadora.
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anahelenaborges 09/04/2019

Necessário, mas enjoativo
O livro é muito necessário, toda a história de Roxane Gay ressalta as marcas de um abuso físico e como ele persegue a vítima. O livro nos faz ter uma reflexão profunda de estereótipos e preconceitos diversos. Impossivel não sentir incômodo ou parar em alguns momentos para pensar se você já não fez algo similar que fez Roxanes sofrerem ou não ter uma identificação em alguns pontos.

No entanto, a autora se repete muito na tentativa de expressar ou enfatizar suas perspectivas e sofrimentos. Algo desnecessário porque as situações narradas já são o suficientes. O livro acaba tendo um didatismo exagerado e desnecessário.
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Fernanda.Kaschuk 22/04/2019

Os excessos do corpo e a fome da alma.
Roxane Gay é reconhecida como uma escritora ácida, bem humorada e honesta, dado isso não se poderia esperar menos desse livro. "Fome" relata a trajetória de uma menina doce e sonhadora de 12 anos que foi corrompida brutalmente de corpo e alma até sua fase de quarenta anos e finalmente aceitando-se. Roxane desenvolveu diversos distúrbios alimentares providos pela grande culpa que sentia pelo destino de sua juventude que agregaram cicatrizes suficientes para uma vida. Para além da discussão sobre o amor, sobre o estupro, sobre decepção, sobre sexo enfim, Roxane aborda tudo isso tendo em vista sua atual posição feminista e nos faz repensar nossos próprios privilégios com relação ao corpo alheio, e o quanto o corpo fora dos padrões é amplamente assistido, julgado e tratado com total desprezo nas mais diversas áreas de entretenimento e atendimento ao público em geral. Uma válida reflexão sobre o contexto contemporâneo, uma leitura não tão pesada quanto poderia, uma escritura madura e dinâmica fazem valer a pena a 272 páginas.
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