O Olho da Rua

O Olho da Rua Eliane Brum




Resenhas - O Olho da Rua


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Taise.Mazzotti 17/04/2021

Necessário e impactante
O livro é realmente lindo. Transforma em palavras escritas a oralidade de acontecimentos e vidas de pessoas comuns, mas reais e lindas. Os cenários e as fotos tornam tudo mais impactante.

Senti (porque o livro é pura sensação) duas únicas ressalvas, se assim as posso chamar. A primeira com relação ao capitulo sobre a Brasilândia, em que vi muita romantização sobre o local (prefiro a verdade nua e crua da Carolina de Jesus). E a segunda no capítulo sobre o final da vida de Ailse, em que me senti invadindo um momento muito particular da família, talvez em troca de algum valor financeiro pago pela reportagem.
Mas essas sensações (minhas) em nada diminuem o poder do livro.

Recomendo.
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Livros e Pão 07/04/2021

Um olhar sobre o próprio jornalismo
As reportagens desse livro permanecem comigo até hoje. Histórias inesquecíveis contadas (e revisitadas) de modo magnífico pela autora. Recomendo imensamente.
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Duda Paz 17/03/2021

Jornalismo literário
Demorei bastante tempo para terminar este livro. Cada reportagem uma nova visão dos muitos Brasis que existem no país. Sou fã da Eliane Brum ainda mais depois de ter lido o Olho da Rua. Não é uma leitura fácil, não pela escrita, mas pelos temas que causam muito sofrimento ao leitor. A minha reportagem preferida foi a primeira do livro, "A Floresta das Parteiras", achei de uma subjetividade linda!
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Edu 16/02/2021

Profissão Repórter em Livro
Ler esse livro foi um exercício para a escuta. A importância de ouvir o outro nunca foi tão necessário hoje em dia e esse livro é um manual de empatia.

Em que pese as reportagens incríveis escritas com cuidado, profissionalismo e humanidade, conhecer os bastidores pelo olhar da jornalista que escreve são os pontos mais altos do livro.

Escrever reportagens é um processo criativo de construção que precisa de sensibilidade. É preciso estabelecer laços com os personagens para entende-los. Nesse mundo tão dual, o livro envelheceu bem e tornou-se mais necessário.

É uma obra para quem é jornalista, para quem está na faculdade de Comunicação, para quem quer ser jornalista ou para qualquer um que goste de histórias ou de pessoas.
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Lívia 10/11/2020

Inspiração de profissional
O livro que começa no nascimento e termina com a morte. Simplesmente perfeito. Histórias que o mundo merece conhecer.

Cada vez mais apaixonada por Eliane Brum e seu jeito de ser repórter s2
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Fernanda 22/10/2020

Eliane Brun
Essa autora sempre me surpreende. Os livros dela nunca me desapontam. A escrita dela é belíssima e necessária.
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Karla 02/08/2020

Eliane Brum tem um texto impecável. Até os assuntos mais sensíveis ganham melodia quando ela escreve. Suas reflexões sobre reportagens anos depois mostram como ela se transforma profissionalmente em pouco tempo. Isso só é possível quando se vive muito em curto espaço de tempo. Muito bom!
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caroldea 18/05/2020

Sensível
Eliane Brum, como sempre, sensivel a temas tão relevantes na sociedade. Cada reportagem desta coletânea nos dá um soco no estômago. Impecável.
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vitória 23/03/2020

se tornou um dos meus livros favoritos.
graças ao bom Deus, conheci Eliane Brum através dessa obra. fico em dúvida sobre o que eu mais gostei: a escrita da autora ou as reportagens. isso, o livro traz uma série de reportagens que a Eliane fez, e ao final de todas elas, ela se dedica a dizer suas impressões pessoais sobre os assuntos. terminei o livro com vários sonhos. um deles cresceu e outros novos surgiram.
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Laura Regina - @IndicaLaura 08/04/2019

Um livro sobre a força das Realidades
Numa coletânea de 10 reportagens da primeira década do séc. XXI, a jornalista gaúcha nos apresenta diversos Brasis, num olhar intimista e profundo.

“Uma repórter em busca da literatura da vida real” – está é a melhor definição que poderia se dar sobre a escrita de Eliane, e sobre este livro em especial. É a busca da arte no cotidiano, da beleza no dia a dia, da poesia em pequenas vitórias ou em grandes tristezas.

Aqui, temos as reportagens como foram publicadas na época, falando sobre parteiras na Amazônia, um garimpo se formando no meio da floresta, um asilo de idosos, um hospital de cuidados paliativos, mãe que perdem seu filhos para o tráfico, entre outros.

Além disso, há uma outra escrita da autora em cada capítulo, mais recente, falando sobre os bastidores da reportagem, da viagem, de alguns dos personagens encontrados, do que ela aprendeu com toda a experiência.

É triste e enriquecedor.

Mais indicações no Instagram @indicalaura

site: https://www.instagram.com/indicalaura
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Carina 08/01/2019

Resenha: O olho da Rua, faz olhar além da rua, de Eliane Brum
Eliane tem um dom maravilhoso para a escrita, com o jeito espontâneo e inteligente para usar as palavras a seu favor. Como ela diz "faço um parto das palavras". Se as palavras são seu filho é impossível não ter orgulho dessa criança cheia de histórias. Sinceramente sou suspeita pela paixão que sinto ao ler os seus textos, pois a anos leio sua coluna no El Pais e a cada leitura fico mais admirada pelo seu trabalho. Porém esse foi o primeiro livro que li dela e estou ansiosa para ler os demais.

O título não conseguiria ser mais completo que o "O olho da rua", devido o olhar profundo e delicado de Eliane em ir nos lugares e contar a historia de pessoas que não tem voz. Mais através de dela essas pessoas se abrem com o coração e alma para serem escutadas e ganharem voz.

Por esse carinho com cada pessoa e a preciosidade de dar voz, para quem não tem, foi um dos motivos, uma por forte influencia da Eliane, por eu ter escolhido o jornalismo como profissão de vida e alma. Ela tem muito amor pelo que faz, sempre reflete os ensinamentos dos seus mais de 20 anos de carreira e a cada novo "personagem"(acho melhor usar aspas, pois são pessoas reais) surgem novas reflexões. Como ela mesma diz:"Se um dia eu voltar a mesma de uma viagem para a floresta do Amapá ou para a periferia de São Paulo, abandono a profissão"

Acho sinceramente que ela, felizmente, nunca vai abandonar o profissão.

Importante destacar esse livro foi feito com algumas reportagens dela quando estava na revista Época, então tem matérias de 2000 até 2008. Desse modo, torna-se um importante documento histórico daquela época.

Algo muito difícil, além de ler o livro, que foi uma leitura de quebra de realidade por conhecer um Brasil ao qual eu nem imaginava, foi parar de passar marca pagina amarelo. É serio, são tantas frases incríveis, e entendi o Caco desde o início, por querer grifar o livro e mostrar para outras pessoas, no caso dele o pessoal do Profissão Repórter.

Então o Caco Barcellos faz o texto de abertura do livro, dando uma breve síntese da enxurrada de sentimentos das próximas paginas.

Sinceramente adoraria contar das 10 reportagens trazendo trechos e comentando, mas poderia parecer um grande spoiler e talvez não incentivaria a leitura. Então vou apenas comentar sobre alguns e falar sobre a parte verde mar (parte de comentários de cada reportagem).

Historia vivida de repórter e personagem:
O livro abre com as historias das parteiras indígenas da Amazônia, as quais como diz Dorica, uma parteira de 96 anos (em 2000), "Parteira não tem escolha, é chamada nas horas mortas da noite para povoar o mundo". Ela sempre esta acompanhada da irmã Alexandrina, de 66 anos (na época). Cada uma cumpri uma tarefa importante, de apoio mutuo, no parto para continuar povoando.

Outra parteira importante mencionada foi Jovelina, de 77 anos (na época), a qual também trouxe muitas crianças ao mundo e tem um belo sorriso.

Na visão das parteiras, o seu trabalho não foi uma escolha individual, mas escolhido por Deus, um dom. Desse modo, fica por tarefa delas trazer crianças ao mundo. Uma tarefa linda, a qual fazem de graça e de modo tradicional.

Eliane inicia o livro contando da beleza da vida nos olhos das parteiras, mas termina contando os últimos 4 meses de Ailce. Um maniqueísmo de vida e morte ou felicidade e dor, o qual o leitor entra na emoção do começo e sofrimento\luta para não acabar a vida.

Esse sobre a morte e a Casa de Repouso foram as reportagens mais difíceis que eu já li. Talvez por eu ter perdido a minha avó, em 2017, tenha influenciado na minha reação durante a leitura e ela passou pela doença, luta pela vida e a morte como essas senhoras. Ninguém quer o fim, mas tem a escolha de lutar para evita-lo ou aceita-lo.

Então falaremos sobre "A casa de velhos", a qual Eliane se hospedou numa do Rio de Janeiro, por uma semana. Ela viveu a reportagem para contar a historia dos moradores, precisando sentir e conviver na rotina deles para entende-los.

Nessa casa em especial, há uma ala dos pobres, quem vive de graça para a casa não pagar impostos, e ricos pagantes de um quarto individual. Apesar da desigualdade, todos foram abandonados pela família sujeitos a raras visitas, enquanto outros não tem família para visita-los. Vivendo nesse lugar varias contradições como essa. Assim como as paixões internas, a espera da morte e uma nova chance de viver.

Esses moradores abandonaram uma vida de conforto e rotina domestica para irem ao "asilo"(odeio essa palavra), para colocar "A vida inteira espremida numa mala de mão",a frase favorita de Eliane, o por que só lendo o livro...

Além de historias na favela ou periferia em "Expectativa de vida: 20 anos" e "Um país chamado Brasilândia", que demostram um outro maniqueísmo do livro. A vida curta de jovens através do trafico e a vida unida dos moradores da Brasilândia, ambos mostrando visões diferentes da realidade da maioria.

Após ler a historia da repercussão do documentário "Falcão", ela conta a visão das mães que perdem os filhos cedo e começam a pagar o caixão deles ainda em vida. Como imaginar pensar na morte quando a criança ainda suspira, corre e brinca? Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas isso ainda acontece no Brasil.

Além das historias do "Povo do Meio", uma referencia a J.R.R. Tolkien: Terra do meio (autor de "Senhor dos anéis", caso você não o conheça), como "A guerra do começo do mundo" e "Coração de ouro". Esse último, conta a vida dos garimpeiros do Eldorado de Juma, pessoas que vieram de varias parte do Brasil para viverem a experiencia da "Serra Pelada" e a esperança da riqueza. Imagine condições sobre humanas só por uma pedra de ouro e um monte de gente encima louco para te-la também.

Nesse cenários, também tem as prostitutas, os vendedores e Zé Capeta. O que Zé Capeta? Sim, o dono da terra tem esse apelido, mas na verdade é manso e vitima do analfabetismo brasileiro. Se você se impressionou, a Eliane também ficou curiosa e conseguiu uma bela entrevista com ele.

Os garimpeiros não são só destruidores da flora local, mas são sonhadores por uma vida melhor para a família. O mesmo que faz uma pessoa migrar para outra região, mas quem nunca viveu a miséria gosta de jugar. Então tente apenas entender os fatos.

Porém esse sonho do ouro durou pouco, em 2017, houve danos numa barragem e afetou a região. Clique aqui para ver.

Voz da repórter:
"Escutar abarca a apensão do ritmo, do tom, da espessura das palavras. Escutar é entender tanto o que é dito como o que não é dito. Escutar é entender tanto o que é dito como o que não é dito. Escutar é compreender que o silêncio também fala -ou compreender que as pessoas continuam dizendo quando param de falar"

Esse é apenas um trecho sobre a importância do ato de escutar, pois ouvir não é o mesmo que escutar e aprende-se mais escutando que ouvindo. É essencial entender isso para saber como ela consegue ótimas entrevistas. Cada jornalista tem um jeito de entrevistar, por meio de perguntas direcionadas ou vagas para obter uma boa resposta, mas para ela é diferente.

Além desse trecho, tem outros que vou colocar no final da resenha para vocês entenderem o quanto é difícil não riscar o livro inteiro.Apesar do perigo de colocar esses trechos sem o verdadeiro contexto, mas o objetivo aqui é incentivar você a ler o livro e espero ter conseguido.

Voltando. A parte do final de cada reportagem é um relato e momento de reflexão de Eliane sobre o processo de elaboração, experiencia de rua e ideias tidas durante o ato da escrita. Aliais importante destacar a grande importância para ela sobre a escrita e o seu amor imensurável pelas palavras, senti que estava lendo algo da Clarisse Lispector sobre o amor as palavras.

Nessas reflexões sobre a palavra também tem importantes ensinamentos sobre as suas experiencias no jornalismo, como atravessar a rua de si mesmo para entender o outro. São relatos de vida e pedras preciosas para a vida de quem escolheu a profissão ou ser um humano descente.

Além dessa parte apresentar uma pessoa real com medos, apreensões e dores como todo mundo, que consegue transformar a vida em obra de arte. Apesar de ser contra o seu ex-professor Mestre Leonam, que "Quando o jornalista é mais importante do que a noticia, um dos dois não é verdadeiro". Não que isso seja mentira, na verdade é essencial, mas as vezes exceções são ótimas.

Veja algumas frases tiradas do livro:
"E olhar para ver é perceber a realidade invisível"

"Olhar para ver é o ato cotidiano de resistência de cada repórter, de cada pessoa"

"Aprendi que repórter não é, se torna. E se torna ao ousar atravessar primeiro a larga e sempre arriscada rua de si mesmo"

" sou repórter quando me torno ponte entre Brasis"

"Olhar para ver é o ato cotidiano de resistência de cada repórter, de cada pessoa."

site: https://teenagersandteenagers.blogspot.com/2019/02/resenha-o-olho-da-rua-faz-olhar-alem-da.html
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Ana Ruppenthal 22/09/2017

Sensacional
"Escrever, para mim, é um ato físico, carnal. Quem me conhece sabe a literalidade com que vivo. E, principalmente, a literalidade com que escrevo. Eu sou o que escrevo. E não é uma imagem retórica. Eu sinto como se cada palavra, escrita dentro do meu corpo com sangue, fluidos, nervos, fosse de sangue, fluidos, nervos. Quando o texto vira palavra escrita, código na tela de um computador, continua sendo carne minha."

Quando me pedem alguma recomendação de livro, ou quando eu mesma saio em busca de uma nova leitura, eu sempre fico com um pé atrás quando eu vejo que o autor é jornalista. Geralmente jornalistas tem uma escrita cretina, tendenciosa, cheias de verdades vendidas - isso eu falo com base no que eu acompanho na mídia. Mas também conseguem ser justamente o oposto. Quando um jornalista dotado de sensibilidade escreve um romance com base no que vivenciou e observou - até porque jornalistas são seres que viajam muito - a obra é sensacional.

Esse livro é uma das exceções a que me refiro. O Olho da Rua retrata de maneira figurativa, quase metafísica, os extremos da realidade da nossa vasta nação - os muitos Brasis de um só país.

Para mim em particular foi fenomenal por causa do momento em específico em que eu o peguei pra ler: simplesmente peguei um volume aleatoriamente na biblioteca, o juntei na pilha de livros para a monografia e saí da biblioteca esperando que eu conseguisse ao menos ler um capítulo (já que eu erroneamente julguei que, pela capa um tanto quanto feia o livro fosse ruim), para me descansar a cabeça de tantas teses e teorias.

E o que a autora me permitiu foi justamente uma viagem. Um passeio a rincões mais inóspitos do Brasil, onde você menos espera que tenha gente, e onde você menos imagina que haja esperança. Um contraste com as nossas mais diversas realidades, ou, como no meu caso, um encontro com elas.

A autora não tem grande estilo na sua escrita, mas tem paixão, tem sensibilidade, tem envolvimento com o retrato. Eu particularmente amo os clássicos literários, amo vocabulários eruditos, alegorias, lirismo, estilização - e toda aquela parafernália que um volume de um livro pode conter. Mas esse livro foi justamente um retorno ao plano dos fatos; a obra me arrancou de toda a idealização a que eu me acostumei e me trouxe para a vida cotidiana de Roraima, do subúrbio do Rio de Janeiro e de São Paulo, lugares onde eu nunca estive física ou psicologicamente até então.

O livro retrata toda a beleza do ser humano mesmo em seus quadros mais trágicos. É um livro inteligente, envolvido, um autobiográfico até (pois veja que a autora põe muito de si em sua arte). Concluindo essa resenha eu nem sei mesmo como classificá-lo (se é que um sentimento de estupefação, como o sentimento que esse livro me trouxe, pode ser classificado em palavras), e nem sei mesmo para que gênero de leitor recomendar. Então, internautas que estiverem a ler essa resenha, eu recomendo esse livro fortemente a todos aqueles que estiverem querendo se descontrair sem fugir da vida real, justamente através de uma viagem rumo à realidade social brasileira.
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Ana Laura 27/08/2016

Indispensável
Obra-prima do bom jornalismo e da boa narrativa. Leitura indispensável. Eliane aborda, em diversos capítulos, separados por histórias diferentes, assuntos como o ofício das parteiras, o cotidiano de um asilo e a importância da medicina paliativa.
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Wilton 23/01/2014

À Flor da Pele
Livro escrito com sensibilidade. A autora não se limitou a publicar reportagens interessantes. Deu verdadeira aula não só de jornalismo, mas também de expressão. No livro, não há palavra fora de lugar, não há espaço para dúvidas. Texto limpo, preciso, harmônico e único. O melhor livro que li neste ano. Dificilmente, encontrarei um melhor.
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