O olho da rua

O olho da rua Eliane Brum




Resenhas - O Olho da Rua


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Sabrina 21/07/2010

Uma aula sobre o jornalismo e sobre a vida
Poucas vezes vi uma narrativa como a da Eliane Brum. Genial é pouco para descrevê-la.

Sua narrativa é leve, fácil, rápida de ser lida. Tem um ritmo tão bom que às vezes é preciso voltar para absorver a profundidade e a beleza da frase. E como esse livro tem frases assim!

Seus personagens são tão caricatos que não parecem reais. Eliane Brum sabe retratar as pessoas de um modo único, que faz delas personagens que seriam inverossímeis em um romance, como ela mesma salienta.

É fantástico como a autora consegue ser imparcial, relatar a cena com precisão, e mesmo assim colocar a sua visão, o seu sentimento. Tudo na medida certa, não tentando convercer o leitor, mas apenas mostrando o que é que se sente ao estar ali. E a sua visão é sempre tão particular e ao mesmo tempo tão abrangente, que constantemente deixa o leitor se questionando o que é mesmo que ele acha ao terminar de ler a reportagem. Afinal, ela sempre mostra os vários lados da história. Nada é simples, nada é apenas bom ou mau. Pode ser os dois, pode não ser nenhum.

E é por isso que algumas das histórias desse livro são tão chocantes. Eliane Brum nos leva a lugares que não gostaríamos de ver. Nos mostra histórias tão tristes que gostaríamos de manter longe de nós, como quando ela acompanha os últimos meses de vida de uma pessoa com câncer. Mas, com a sua ousadia de repórter, ela coloca a faceta da morte na nossa porta, nos mostra com delicadeza que esse é o destino de todos.

Como ela mesma diz, não adianta tentar fugir da vida, ela vai acabar te alcançando na esquina. Então, é preciso ver tudo o que o mundo tem para nos mostrar. Enfim, viver.

O Olho da Rua é uma aula de jornalismo. E é uma aula para qualquer um que quer enxergar além do óbvio, além dos estereótipos e preconceitos.
Guedo 21/10/2021minha estante
Deveria ser leitura de sugestão em todos cursos de jornalismo




Ana Rohrer 29/12/2023

A reportagem que virou a vida da jornalista.
As vivências que não puderam ser deixadas apenas como reportagem.
O jornalismo vivido.
Yasmin O. 30/12/2023minha estante
Eliane Brum é maravilhosa! Já li tudo que foi publicado, quero reler esse aí!




megacombo 16/01/2009

Além das matérias, o livro traz comentários da jornalista sobre cada reportagem que valem como uma aula de Jornalismo!
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Martha Lopes 22/06/2009

Maravilhoso
Absolutamente obrigatório para qualquer estudante de jornalismo, jornalista ou aspirante a. Eliane Brum é repórter especial da Época e certamente uma das maiores repórteres da atualidade. Ela mergulha fundo em suas investigações e na vida dos objetos de suas reportagens. Além disso, usa o texto com maestria, em sintonia perfeita e deliciosa com os fatos que retrata. Notável a primeira reportagem, sobre as parteiras da Amazônia. Nela, Brum adota um estilo textual bem caboclo, à la Guimarães Rosa, para transmitir a sabedoria milenar dessas mulheres. Vale a pena mesmo! É um grande exemplo de como é possível fazer um jornalismo mais digno, respeitável e agradável!
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Wellington Ferreira 09/11/2009

SENSACIONAL!!!
O melhor livro de jornalismo que já até hoje. A sensibilidade da Eliane em retratar no papel aquilo que ela via e sentia é único.
Recomendadíssimo!!!
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Cintia 03/08/2010

Encantador
Com um olhar diferenciado sobre os acontecimentos do dia a dia, Eliane Brum, aborda de forma poética fatos inusitados presenciados por uma jornalista de revista.
Utilizando uma linguagem que está longe do padão de objetividade pregado nas escolas de jornalismo, Eliane consegue ilustrar situações reais como em um romance exaustivamente produzido. Encanta em diversos momentos.
O que mais chama a atenção no livro é a estreita relação da jornalista com as palavras. Texto fácil, completo, envolvente.
Por vezes sentimos a tristeza escondida de uma merendeira no final de sua vida; a surpresa de uma nova vida nos túneis de uma floresta intocada; a indignação das mães que perdem os filhos pro tráfico e o sofrimento de um homem desempregado.
É um livro que ensina muito sobre o dia a dia da profissão, mas que principalmente prova que um jornalismo mais comprometido é possível.

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Fernanda 15/10/2010

A vida inteira espremida numa mala de mão
Além das informações técnicas e da finalidade objetiva do trabalho jornalístico da repórter, Eliane adentra um território perigoso: o da subjetividade. E o faz com tanto talento que não ultrapassa seu limite de observadora imparcial (a não ser quando decide cuidadosamente fazer o contrário). Seu diferencial é saber escrever sobre os mais variados assuntos com toda a profundidade que merecem, com uma compreensão muito clara de que para tratar de determinada realidade é necessária uma verdadeira imersão na mentalidade das pessoas, que são a matéria-prima da reportagem. A grande lição é que a visão crítica de uma situação só tem real credibilidade se levar em conta cada referencial.

Eliane ensina ao leitor que há uma enorme diferença entre saber uma informação e entender esta informação. As matérias sobre a Amazônia exemplificam isso. Muitas pessoas têm informação, sabem dados sobre a região, mas não a entendem. A autora ajuda o leitor na busca pelo entendimento, mas, principalmente, o faz reconhecer e sentir a complexidade do emaranhado de origens e de idéias que tecem as situações abordadas, trazendo a todo momento informações inusitadas, que jamais poderiam ser presumidas.

Quem poderia imaginar que um tal de "Zé Capeta", temida figura e patrão do garimpo de Apuí, seria analfabeto e teria medo de sair de casa? E quem diria que praticamente todas as famílias de uma violenta favela da periferia de São Paulo teriam pelo menos um caso de alguém que fugiu de casa por amor? E que um desempregado não procuraria trabalho por vergonha de sair de casa desempregado? E que num pacato asilo muitos velhinhos planejariam fugas e seriam proibidos de namorar? Ao lidar com tantos fatos inesperados, o leitor acaba por rever todos os seus conceitos.
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Nádia 09/01/2011

Comentário
Decidi ler esse livro sem maiores pretensões... apenas porque descobri que a sua autora é minha conterrânea e pensei: como ainda não li nenhum livro dela? Posso dizer que me apaixonei pela leveza com que Eliane escreve sobre realidades tão duras do cotidiano... poesia pura em prosa. Vale a pena!!! Recomendo!!!
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Mari Gominho 23/05/2012

Sensibilidade jornalística
O livro de Eliane Brum reúne reportagens escritas por ela que tratam de diversos temas, dentre os quais podem ser destacados disputa de terras, tráfico de drogas, doença e velhice. Esses tópicos são, na verdade, interligados, visto que todos desaguam na morte. A partir daí, a autora promove uma reflexão do que é essa passagem, do que significa para a sociedade.
É um livro deveras interessante que mostra também a desigualdade do país. A linguagem da autora é simples e sedutora, com metáforas riquíssimas, poéticas. É uma jornalista que sabe sempre captar o lado mais humano das palavras, dos gestos e também do silêncio. Recomendo a todos a leitura!
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Suh Oliveira 26/04/2012

O olho da rua é um livro muito interessante. Além de reportagens muito boas Eliane Brum ainda comenta no que errou na reportagem, suas sensações, tudo isso acaba te deixando mais perto da realidade dela. Um livro muito interessante mais confesso que em certas horas meio cansativo.
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Nanda 30/11/2012

Fico encantada com a escrita de Eliane Brum.
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caixetamaira 19/06/2013

Eliane diz que não é mais a mesma depois de uma reportagem e eu não sou mais a mesma depois de seus livros. A sensação que tenho ao terminar "O olho da rua" é, ao mesmo tempo, de ser privilegiada por ter conhecido as histórias que ela conta neste livro para o qual nem tenho adjetivo suficiente para classificar, e vontade de compartilhá-las com o máximo de pessoas possível. Quase não dá pra acreditar que as histórias são reais, devido ao modo como a autora descortina a beleza por trás do aparentemente banal ou óbvio para nós.
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Wilton 23/01/2014

À Flor da Pele
Livro escrito com sensibilidade. A autora não se limitou a publicar reportagens interessantes. Deu verdadeira aula não só de jornalismo, mas também de expressão. No livro, não há palavra fora de lugar, não há espaço para dúvidas. Texto limpo, preciso, harmônico e único. O melhor livro que li neste ano. Dificilmente, encontrarei um melhor.
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Ana Laura 27/08/2016

Indispensável
Obra-prima do bom jornalismo e da boa narrativa. Leitura indispensável. Eliane aborda, em diversos capítulos, separados por histórias diferentes, assuntos como o ofício das parteiras, o cotidiano de um asilo e a importância da medicina paliativa.
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Ana Ruppenthal 22/09/2017

Sensacional
"Escrever, para mim, é um ato físico, carnal. Quem me conhece sabe a literalidade com que vivo. E, principalmente, a literalidade com que escrevo. Eu sou o que escrevo. E não é uma imagem retórica. Eu sinto como se cada palavra, escrita dentro do meu corpo com sangue, fluidos, nervos, fosse de sangue, fluidos, nervos. Quando o texto vira palavra escrita, código na tela de um computador, continua sendo carne minha."

Quando me pedem alguma recomendação de livro, ou quando eu mesma saio em busca de uma nova leitura, eu sempre fico com um pé atrás quando eu vejo que o autor é jornalista. Geralmente jornalistas tem uma escrita cretina, tendenciosa, cheias de verdades vendidas - isso eu falo com base no que eu acompanho na mídia. Mas também conseguem ser justamente o oposto. Quando um jornalista dotado de sensibilidade escreve um romance com base no que vivenciou e observou - até porque jornalistas são seres que viajam muito - a obra é sensacional.

Esse livro é uma das exceções a que me refiro. O Olho da Rua retrata de maneira figurativa, quase metafísica, os extremos da realidade da nossa vasta nação - os muitos Brasis de um só país.

Para mim em particular foi fenomenal por causa do momento em específico em que eu o peguei pra ler: simplesmente peguei um volume aleatoriamente na biblioteca, o juntei na pilha de livros para a monografia e saí da biblioteca esperando que eu conseguisse ao menos ler um capítulo (já que eu erroneamente julguei que, pela capa um tanto quanto feia o livro fosse ruim), para me descansar a cabeça de tantas teses e teorias.

E o que a autora me permitiu foi justamente uma viagem. Um passeio a rincões mais inóspitos do Brasil, onde você menos espera que tenha gente, e onde você menos imagina que haja esperança. Um contraste com as nossas mais diversas realidades, ou, como no meu caso, um encontro com elas.

A autora não tem grande estilo na sua escrita, mas tem paixão, tem sensibilidade, tem envolvimento com o retrato. Eu particularmente amo os clássicos literários, amo vocabulários eruditos, alegorias, lirismo, estilização - e toda aquela parafernália que um volume de um livro pode conter. Mas esse livro foi justamente um retorno ao plano dos fatos; a obra me arrancou de toda a idealização a que eu me acostumei e me trouxe para a vida cotidiana de Roraima, do subúrbio do Rio de Janeiro e de São Paulo, lugares onde eu nunca estive física ou psicologicamente até então.

O livro retrata toda a beleza do ser humano mesmo em seus quadros mais trágicos. É um livro inteligente, envolvido, um autobiográfico até (pois veja que a autora põe muito de si em sua arte). Concluindo essa resenha eu nem sei mesmo como classificá-lo (se é que um sentimento de estupefação, como o sentimento que esse livro me trouxe, pode ser classificado em palavras), e nem sei mesmo para que gênero de leitor recomendar. Então, internautas que estiverem a ler essa resenha, eu recomendo esse livro fortemente a todos aqueles que estiverem querendo se descontrair sem fugir da vida real, justamente através de uma viagem rumo à realidade social brasileira.
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