Paula 01/08/2009Um Haikai"Aquele mito de se tratar de algo que nunca se esquece não passava disso: um mito. Quase tudo era passível de ser esquecido. Muitas outras coisas insistiam em não ser esquecidas. E assim a memória seguia como subalterna do coração" pá. 115
"Essa é a verdade da viagem. Eu não sabia.
A vida nos ensina algumas coisas. Que a vida é o caminho e não o ponto fixo no espaço. Que nós somos feito a passagem dos dias e dos meses e dos anos, como escreveu o poeta japonês Matsuo Basho nun diário de viagem, e aquilo que possuímos de fato, nosso único bem, é a capacidade de locomoção. É o talento para viajar". pág. 125
"A viagem sempre é pela viagem em si. É para ter a estrada outra vez debaixo dos pés. Há sempre um E SE em algum lugar". pág. 82
"Haveria como guardar para sempre uma pessoa dentro dos braços de uma noite específica e das noites seguintes, poucas, insuficientes, guardar essa pessoa no aconchego de travesseiros e cobertas, no interior pulsante de um quarto, entre o disfarce de quatro paredes.
Dentro do desejo se estenderia o tapete da materialidade. Nenhum anjo do apocalipse, falso ou verdadeiro, viria incomodar, porque os anjos estariam ali mesmo e seriam de carne, osso e sexo, com asas dobradas, capazes de operar a queda invertida: do inferno ao céu" pág. 37