Ensaio sobre a lucidez

Ensaio sobre a lucidez José Saramago




Resenhas - Ensaio sobre a Lucidez


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Gustav.Barbosa 05/12/2021

Uma nova epidemia
Uma outra epidemia, agora a dos votos em branco. José Saramago retoma a ambientação e os personagens apresentados em Ensaio Sobre a Cegueira, quatro anos após o acontecimento extraordinário da cegueira branca. Desta vez, ao se revelar o resultado de eleições municipais da capital do país fictício, um acontecimento semelhantemente inopinado se apresenta: a maioria da população, oitenta e três por cento dos votantes, prefere o voto em branco a votar nos partidos de Direita, do Meio ou de Esquerda. Um cenário improvável e melindroso que deixa o governo aturdido. O que teria dado na cabeça dos munícipes para que, sem aviso algum, resolvessem não escolher seus representantes de um dos três partidos? Estaria um ser maquiavélico por trás de tal perfídia? – Era o que o governo se perguntava.

Sem saber o que fazer, membros do poder executivo resolvem retirar da cidade qualquer sinal de poder do Estado, deixando-a viver a própria sorte. Na ausência de policiais para defenderem os cidadãos ou garis para limparem as ruas, a vida na capital seguia, ao contrário do que esperava a corja política, logrando de boa harmonia e organização.

O livro abre uma discussão sobre a fragilidade da nossa democracia, ou se o que se vive atualmente pode ser mesmo chamado de Democracia. A busca incessante dos membros do governo por um bode expiatório para o acontecimento parece dialogar com a tendência covarde de nossos representantes em tentar afastar de si suas incompetências diárias.

Saramago usa também aqui seu estilo único de escrita, e seu humor perspicaz costura toda a obra. Contudo, o romance ainda fica aquém do que se esperaria da sequência do magnífico Ensaio Sobre a Cegueira, mas cumpre o seu papel.
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Silmara.Alencastro 17/10/2021

Arrebatador
Bem ao estilo de Saramago. No início eu não gostei muito, demorei para me acostumar, para me prender a história, mas fetos que o enredo engrenou, não consegui mais parar de ler.
Mais de 80% de um país inteiro vota em branco e isso desencadeia uma série de consequências imprevistas que levarão os personagens de Ensaio Sobre a Cegueira se reencontrar em uma nova trama, talvez muito mais perigosa.
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Marilia 21/09/2021

Lúdico e Impactante
Impressionante como Saramago com a sua Distopia nós faz ter uma reflexão crítica mesmo com uma escrita tão lúdica.
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Luzia67 20/09/2021

Os Brancosos
Adorei o livro!

Faz a gente pensar em como os políticos iriam realmente pirar se não recebessem nossos votos
.
A visão de Saramago é incrivelmente realista

Como seria bom se todo mundo pudesse enxergar a mudança de visão após essa leitura
Hoje estamos precisando abrir mais os olhos.
Ainda mais aqui, que temos alguém que quer implantar uma ditadura travestida de democracia
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Leticia Garozi 10/09/2021

Enredo inteligente e bem construído, extremamente crítico e sarcástico, com o clássico pessimismo de Saramago.
No começo demorei a engatar na leitura, achei arrastada, e os capítulos sem um único parágrafo e frases rebuscadas não ajudaram. No entanto vale a pena insistir, ultrapassado o momento inicial a história se torna envolvente e interessante
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jilua. 08/09/2021

uma obra geniosa! mais uma vez, o saramago não decepcionou mesmo. toda a construção do livro é maravilhosa, ligando diversas pautas sociais e políticas. o livro começa com essa sociedade, esse lugar hipotético, até mesmo distópico, onde um número majoritário de cidadãos votam em branco nas eleições. tudo começa a dar errado a partir daí no ponto político, porque é um fio tão destrinchado e tão certeiro que de verdade me surpreendeu. a partir desse momento foi só estresse, raiva e tensão. essa realidade conseguiu me tirar do sério em poucos segundos. a cada decisão dos políticos era mais um revirar de olhos meu. sério, sem condições nenhuma. do ponto de vista social, foi muito interessante a abordagem do saramago, porque, pras autoridades, aquilo era um ato de rebelião, uma ameaça ao sistema democrático e etc e etc, mas pra uma sociedade como um todo, foi apenas uma atitude massiva de mudança de consciência. ver como a política no geral reagiu e lidou com essa situação foi muito desesperador. apesar de ser um livro fictício, uma cidade hipotética num país hipotético, isso reflete tão bem nossa sociedade hoje em dia que é aterrorizante. fiquei apreensiva durante todo o livro. mas ver a resistência das pessoas e a forma como passaram a viver depois das decisões das autoridades foi delicioso KKKKKKKKKKKKKKK infelizmente, por mais que os políticos quebrassem a cara muitas vezes, ainda sim o povo foi muito sofredor. esse livro me pegou muito de surpresa, porque comprei sabendo quem era o autor mas comecei a ler sem expectativa nenhuma. até mesmo cogitei que não iria me interessar ou conseguir terminar o livro justamente por se tratar de política. mas digo com tranquilidade que esse foi um dos melhores livros que já li. sem dúvidas, consegue prender a atenção de qualquer leitor. tem drama, confusões, tensões, tristeza. e muitas surpresas. muitas mesmo. comecei a ler sem saber que "ensaio sobre a cegueira" seria bastante referência no livro, e até mesmo fundamental, considerando que são meio que par. "ensaio sobre a lucidez" remete à crise de cegueira que assolou essa mesma população em "ensaio sobre a cegueira", e foi feito de uma forma profunda e geniosa.
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Mari 05/09/2021

Extremamente atual, Saramago critica e satiriza as ações de um governo que não tem apoio popular e é capaz de tudo para enquadrar a população e forjar uma narrativa que justifique os votos brancos de mais de 80% da população.

Embora seja um pouco cansativo, é uma sequência interessante de ?Ensaio sobre a cegueira?. Tem doses de reflexão e humor características do autor que tornam a leitura agradável.
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Laris 04/09/2021

"Aprendi neste ofício que os que mandam não só não se detêm diante do que nós chamamos absurdos, como se servem deles para entorpecer as consciências e aniquilar a razão..."

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência, é apenas José Saramago dando mais um soco no seu estômago e te fazendo rir com vontade de chorar.
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Camila.Costa 29/08/2021

Saramago sendo Saramago?.
Apesar desse não ser o melhor livro do Saramago, ou não ter a grandiosidade do seu antecessor, ainda sim é o um belo de um livro. Saramago traça as figuras do governo de forma tão caricata e sarcástica que eu gargalhei lendo esse livro. Além disso a temática tão atual nos faz refletir. Talvez ele peque pelo final decepcionante? e pela introdução exagerada dos personagens do ?Ensaio sobre a cegueira?. Mas mesmo sim a forma como ele mostra as ações, os atritos, as discussões e personalidades do governo é genial. Enfim, Saramago?.. não acho q exista algo de fato ruim escrito por esse homem.
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luizaslike 09/08/2021

Crise democrática e paranoias
A continuação de ensaio sobre a cegueira com um enredo diferente cujo desenvolvimento trará um liame com o livro anterior. o problema surge quando 4 anos após os acontecimentos inexplicáveis da cegueira branca do livro 1 as eleições na capital se tornam um fiasco após o resultado de 83% dos votos absolutos serem em branco. O governo diante do suposto ataque direto às instituições democráticas toma decisões horrendas e restringe a atuação política e as força policial de contenção do sistema representativo. partindo em debandada os principais órgãos da cidade. em nome de *controlar o inimigo invisível. deixando os habitantes da capital a mercê... Tem diversas discussões importantes sobre democracia, voto, atuação política autoritarismo e etc. é um espetáculo e a partir da metade isso vira um caldeirão. personagens antigos reaparecem para demonstrar o quando alguns políticos estão dispostos a fazer para confirmarem suas suposições infundadas resultado do mais vil delírio. compreende-se que por trás dos votos em branco estava a manifestação de desagrado contra o status quo e a febre da lucidez. o fim é um horror... saramago n tinha esse direito. tô acabada.
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Francisco 26/07/2021

Quando a democracia vive crise de representatividade, resta aos cidadãos o voto em branco. Assim, Saramago projeta uma nova epidemia branca.

Resgatando personagens de Ensaio Sobre a Cegueira, Saramago cria uma narrativa com elementos da política moderna, as conspirações, as mentiras fabricadas, o bode expiatório e a incapacidade do governo de não conseguir representar quem os elegeu ou deveria eleger.
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Juliana 16/07/2021

Nem se compara com o ensaio sobre a cegueira
Achei a ideia do livro de uma nova epidemia branca MT bacana , quando começou a abordar a falta de representatividade da democracia etc
No entanto,quando começou a correlacionar com os personagens do ensaio sobre a cegueira achei que não fez mto sentido, achei forçado.
Mas o contexto é bom, fala mto bem sobre como são criadas as conspirações do governo e propagacoes de fake news ( bem atual ), mas acho que se não tivesse misturado os dois livros ficaria melhor .
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Millene.Grandemagne 16/07/2021

Trechos
"os humanos são universalmente conhecidos como os únicos animais capazes de mentir, sendo certo que às vezes o fazem por medo, e às vezes por interesse, também às vezes o fazem porque perceberam a tempo que essa era a única maneira ao seu alcance de defenderem a verdade."

"Agora sois uma cidade sem lei. Não tereis aqui um governo para vos impor oq deveis e oq não deveis fazer, como deveis e como não deveis comportar-vos, as ruas serão vossas, pertencem-vos, usai-as como vos apeteca, nenhuma autoridade aparecera a cortar-vos o passo e a dar-vos o bom conselho, mas tbm, atentai bem no que vos digo, nenhuma autoridade virá proteger-vos de ladroes, violadores e assassinos, essa será a vossa liberdade, desfrutai dela. Talvez imagineis, ilusoriamente, que, entregados ao vosso alvedrio e aos vossos livres caprichos, sereis capazes de organizar melhor e melhor defender a vossas vidas que oq em favor delas nos haviamos feito com os metodos antigos e as antigas leis. Terrivel equivoco o vosso. Antes cedo que tarde sereis obrigados a tomar chefes que vos governem, se é que não serão eles a irromper bestiamente do caos inevitável em que ireis cair, e impor-vos a sua lei. Entao vos dareis conta da dimensao tragica do vosso engano. Talvez venhais a rebelar-vos como no tempo dos contrangimentos autoritários, como no ominoso tempo das ditaturas, mas não tenhais ilusoes, sereis reprimidos com igual violencia, e não sereis chamados a votar, pq não havera eleicoes, ou talvez, sim, as haja, mas não serão isentas, limpas e honestas, como as que haveis desprezado e assim será até o dia em que as forcas armadas que comigo e com o governo da nacao, hj decidiram abandonar-vos ao destino que havíeis escolhido, tenham de regressar para vos libertar dos monstros por vos proprios gerados. Todo o vosso sofrimento haverá sido inútil, vã toda a vossa teimosia, e entao compreendereis, demasiado tarde, que os direitos so o sao integralmente nas palavras com que tenham sido enunciados e no pedaco de papel em que hajam sido consignados, quer ele seja uma constituicao, uma lei ou um regumento qualquer, compreendereis, oxalá convencidos, que a sua aplicacao desmedida, inconsiderada, convulsionaria a sociedade mais solidamente estabelecida, compreendereis, enfim, que o simples senso comum ordena que os tomemos como mero simbolo daquilo que poderia ser, se fosse, e nunca como sua efetiva e possivel realidade."

"Possivelmente foi pela mesma razao que ao terceiro dia sairam a rua os trabalhadores da limpeza. Não traziam uniformes, vestiam a civil. Disseram que os uniformes é que estavam em greve, não eles."

"Parecia que a policia, afinal, não fazia nenhuma falta a seguranca da cidade, a propria populacao, espontaneamente ou de maneira mais ou menos organizada, tinha tomado a sua conta as tarefas de vigilancia."

"Quem quiser os fins terá de querer os meios"

"Senhor presidente, a minha boca está e estará fechada, e a minha também [...], mas há ocasiões em que me ponho a imaginar oq este mundo poderia ser se todos abrissemos as bocas e não as calasse-mos enquanto, enquanto que, senhor presidente, nada, nada, deixe-me só"

"são estas pequenas rachas no verniz do comportamento, e não as revolucoes aparatozas, que, com vagar, repetição e constancia, acabam por arruinar o mais solido dos edificios sociais."
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jjuniorig 13/07/2021

Saramago e sua lucidez
Este ensaio, como uma sequência do ?Ensaio sobre a cegueira?, traz de uma forma um pouco quebrada essa sequência, mas a história e suas entrelinhas propostas por Saramago de forma impecável fazem a história do livro ser incrível. Como sempre e simplesmente é Saramago, então a leitura é necessária.
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