Vidas secas (eBook)

Vidas secas (eBook) Graciliano Ramos




Resenhas - Vidas Secas


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Amanda3913 21/05/2024

Vontade de ler mais
O texto de Vidas Secas é direto, seco e ao mesmo tempo aflora sentimentos de desassossego, raiva, angústia e esperança.

Acompanhamos Fabiano, Sinhá Vitória, sua esposa, seus dois filhos e a cachorra Baleia.

Cada parte do livro acompanha o olhar de um dos personagens. Todos secos, muitas vezes sem conseguir externar o que sentem e com desejos simples.

Sinhá Vitória sonha com uma cama de couro. A sua, de esteira, lhe dá dor nas costas.
O filho mais novo quer ser igual ao pai. O pai quer apenas o que é fruto de seu trabalho. O filho mais velho quer saber, aprender e o bem de Baleia. A Baleia quer um mundo onde a sua família não tenha escassez.

Fiquei com vontade de ler outras obras de Graciliano Ramos.
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Gabriele 20/05/2024

Esse livro é sobre gente
Tudo indicava que aquela família era menos gente que as outras. O autor nos faz refletir através de uma escrita seca, mas para mim, nada objetiva, sobre o que é ser humano. Apesar das autoridades, materializadas de diversas formas no livro, tanto no soldado amarelo quanto nos impostos, insistirem em reafirmar a falta de "civilidade" naquela família, eles tinham problemas de gente: as infelicidades, angústias, a esperança no amanhã. O que nos resta para além do ser civil obediente?

Um personagem que me intrigou muito foi Fabiano. No começo achei ele esquisito e violento, mas ao longo da sua trajetória fui reparando o quanto me pareço com ele. Acho que seu desejo de se defender com palavras eloquentes como Sinha Tirta, ser sabido como Seu Tomás da bolandeira, se assemelha com os nossos quando encontramos nos outros mais dignidade do que em nós mesmos.
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Eduardo 20/05/2024

Dolorido.
Havia lido há muito tempo atrás e resolvi reler em conjunto com um amigo. Foi complicado reviver essas emoções e todo o sofrimento que o livro causa, estava passando por um momento frágil mentalmente e tudo me atingiu de maneira amplificada.

Esse livro é marco na literatura brasileira e muda sua perspectiva sobre algumas coisas básicas da humanidade, sobre os privilégios que alguns de nós temos, tudo isso de maneira dolorosa.
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Gleidson 20/05/2024

Todo mundo é um pouco Baleia
As palavras de Graciliano Ramos me fizeram sentir toda a aspereza dessa história, a secura de vida e a poeira que se assenta sobre a pele, cria uma casca rígida e permanente e aos poucos aterra os personagens. Vai se perdendo o serviço, peso, sonhos, palavras e só a volta da chuva pode fazer a vida florescer. No fim, gente e bicho se confundem. Ambos têm medo de terem os olhos arrancados e serem comidos vivos pelos urubus. Pestes! Mas se a morte é um destino que não se pode evitar, só resta dormir, e então "acordaria feliz, num mundo cheio de preás".
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JAlia372 20/05/2024

Uma bosta. Pra mim o autor acordou num dia e pensou "vou escrever um livro. Escreveu qualquer coisa, misturou o presente da história com o passado sem explicar nada e publicou, nem revisou.
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Renata.Crema 20/05/2024

A história mostra a extensão dos efeitos relacionados ao processo de exploração do capitalismo colonial e do trabalho alienado.

A narrativa é atemporal, e não se encerra naquele contexto histórico e social, porque a desgraça vivida por Fabiano se repete até hoje.
Essa miséria é, primeiramente, uma consequência da natureza humana, do bicho homem que maltrata, exclui, engana e subjuga, e se mantém por interesse de quem os explora, que é quem os priva do acesso à educacao e à cultura.
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ncamilafreitas 19/05/2024

Uma leitura triste, densa e necessária.

pegar esse livro por livre e expontânea vontade, sem ser por motivos institucionais, me fez entender o quão importante ele é e o motivo pelo qual ele é tão indicado nos âmbitos educacionais.

li ele enquanto escutava também o audiobook na audible e em alguns momentos tinha que voltar e reler algumas partes porque me sentia confusa, mas no fim tudo estava esclarecido.

é uma leitura bem forte, seca e é triste - muito triste.
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carlos 19/05/2024

Tristeza crua e seca
Tô lendo esse ano mas já havia ouvido falar tanto dele que não poderia mais fugir.
O livro é curto mas não um livro simples, muitos dos capítulos são fortes e tristes exemplificando o sofrimentos dos sertanejos de tantas regiões do Nordeste, além disso, o livro tem uma linguagem bem característica dos sertanejos da época então tive um pouco de dificuldade para compreender algumas partes mas isso trouxe uma nova bagagem linguística para mim, coisa que gosto muito.
Achei um livro, forte, pesado mas senti falta de um pouco mais de alguns personagens mas com certeza entendo a grandiosidade dessa obra para a literatura do nosso país, por fim, digo aqui o quanto amo a Baleia e que queria que ela não tivesse sofrido tanto!
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cami 19/05/2024

Inferno, inferno?
?Como podiam os homens guardar tantas palavras? Era impossível, ninguém conservaria tão grande soma de conhecimentos.?

A conversa hoje é sobre um dos maiores clássicos nacionais!

Em ?Vidas Secas?, Graciliano Ramos retrata a vida de forma dolorosa, real e humana, e transforma a complexidade em poesia.

O autor traz uma escrita única e uma forma de ver o mundo muito clara, abordando sobre abuso de poder, desigualdade social, relações humanas de forma mais primitiva, e sobretudo a esperança em sua forma mais singela.

Durante a leitura é possível sentir a seca, o sol ardendo, a necessidade de água, a impossibilidade de vislumbrar um futuro diferente mas a vontade de viver, o desespero, as descobertas e a injustiça.

A aproximação mais íntima com os pensamentos confusos dos personagens traz a sensação de desordem e isso foi simplesmente genial, já que eles sentem dificuldade até mesmo de pensar de forma lógica e acaba fazendo total sentido com a proposta do livro.

O fato de seus familiares não terem direito nem de um nome é outro ponto importante e retrata de forma crua a desumanização da sociedade em relação à realidade presente na história.

Em específico o capítulo sobre a cachorrinha Baleia foi o que mais me emocionou e gerou identificação, ela é afeto, companheirismo, vigia, fome e dor, e lidar com isso foi triste, principalmente por ela ser um dos pontos altos da narrativa.

?Vidas Secas?, nesta edição da Principis, traz uma diagramação impecável e uma ilustração de capa lindíssima, com certeza uma das minhas favoritas!

Não deixe que o receio da escrita regionalista te impeça de ler essa arte, se deixe levar pelas reflexões propostas pelo autor e se permita voltar para 1938, para perceber que algumas dessas coisas (infelizmente) nos pertence até hoje.

4,5 ??
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Alice 19/05/2024

Livro muito bom, é realmente tudo o que falam, mas tenho certeza que não teria tido maturidade em ler ele no Ensino Médio kkkkkkkk

A leitura é um pouquinho difícil, mas é ótimo para aumentar o vocabulário e entender certas coisas do Sertão Nordestino. Recomendo demais a leitura :)
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Procyon 19/05/2024

Vidas Secas ? Resenha
A obra mais emblemática do escritor alagoano Graciliano Ramos, Vidas Secas tem como principal demarcador estético a predominância do silêncio. Publicado em 1938, o quarto e último romance de Graciliano narra os problemas da seca, da fome, do desamparo, da miséria, da violência, da desigualdade social, a luta de classes, entre outros. O livro conta a luta pela sobrevivência diante do flagelo da estiagem por uma família de retirantes do sertão nordestino. Difícil é se dizer brasileiro e nunca ter sequer ouvido falar na cadela Baleia (nome este por si só imbuído de conotações a respeito da água, ou da falta dela, em meio à seca).

Sob um pano de fundo telúrico, o autor apresenta personagens psicologicamente complexos, marcados pela interioridade, apresentando densidade, e, além disso, por serem condicionados a uma vida subumana, tendem a uma fala entrecortada. Sua linguagem sumária é muito impelida pelo personagem Fabiano, pai da família, que traz na alpercata uma visão fatalista, e que representa uma condição animalesca ao qual eles estão submetidos. A própria personagem Baleia é alçada à condição humana (vide que, ao contrário dos filhos de Fabiano e Sinha Vitória, ela possui nome), enquanto os demais são rebaixados à condição de bicho-homem (?agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado.?, p. 17).

Dentro de uma narrativa episódica, porém bastante econômica, o livro revela a indigência rural, a incomunicabilidade entre pais e filhos, relações de poder e dominância, exploração, roubo, humilhação e abandono. Tudo dentro de um estilo seco, objetivo, e com uma prosa enxuta, ? embora porventura haja uma quebra nessa dinâmica, como no capítulo de Baleia ?, e que condiz com a aridez do sertão, onde até mesmo o apuro estilístico do autor é muitas vezes confundido com uma rigidez formal. Utiliza-se o discurso indireto livre, onde narrador e personagens por vezes se confundem. A estrutura do livro é dada por treze capítulos, sendo que doze deles passam-se na seca e um (Inverno), passa-se em meio às chuvas, dividindo a obra.

Como representante da segunda geração do modernismo brasileiro ? a geração regionalista de 1930 ?, Graciliano trata a narrativa com verossimilhança e sob tipificações sociais (os personagens representam homens e mulheres que estão sob condições análogas às da família de Fabiano). Graciliano vai além de servir os desígnios formais do Romance de ?30, pois existem também uma originalidade da experiência proporcionada por sua narração, uma quebra com a cronologia tradicional entre capítulos, além de uma narrativa de denúncia e crítica social ? não panfletária ? ao Brasil de tempos políticos efervescentes (Estado Novo, Entreguerras, etc.).

Ocorre, ainda, na obra, problematizações de diferentes temas de caráter social. Numa época de utopia migratória e de êxodo nordestino devido à estagnação econômica e secas constantes, o livro é influenciado pelo Primeiro Ciclo da Borracha, e seu título quase paradoxal remete à esterilidade de vida, de condições mínimas para a sobrevivência humana. Para tanto, o romance tem um caráter cíclico e uma estrutura fragmentária (ao que o notório cronista Rubem Braga chamou de ?romance desmontado?), de modo que ele começa e termina com as personagens rumando a um não lugar. À parte isso, existe uma dinâmica formal quase cinematográfica em relação à montagem dos planos, no qual várias cenas estão direcionadas sob várias perspectivas (ou ângulos).

O livro também evidencia classes subalternas sob o jugo do latifúndio e da seca. Note-se, por exemplo, o soldado amarelo, o fiscal da prefeitura e o dono da fazenda que antagonizam com Fabiano e representam a opressão do poder institucional controlado por práticas oligárquicas (e lembremos, ainda, que o soldado amarelo pôs Fabiano na cadeia porque procurava exercer autoridade e discriminação com um tipo social que julgava mais fraco, de maneira que sua força vinha ?de cima?, ou de fora, não do seu interior, como acontece com Fabiano). Por fim, numa relação contraditória entre sertão e cidade, o autor propõe uma reflexão da realidade brasileira sob a vista da falta de comunicação e sob um retrato da deficiência linguística no país, sob uma ótica denuncista, enxergando fatores como o descaso, as desigualdades sociais e a exploração humana.

(Texto completo no Medium)
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Fran2016 18/05/2024

"A família estava reunida em torno do fogo, Fabiano sentado no pilão caído, sinha Vitória de pernas cruzadas, as coxas servindo de travesseiro aos filhos. A cachorra baleia com traseiro no chão e o resto do corpo levantado, olhava as brasas que se cobriam de cinza."
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Well 18/05/2024

Rápido mas não uma leitura fácil
O livro é extremamente curto, porém eu achei a leitura bem truncada por conta de várias palavras e dialetos que eu não conhecia. Acho que nesse aspecto a edição poderia ter feito um trabalho melhor.

O livro retrata bastante sobre o descaso social na vida de milhares de famílias brasileiras e como a seca e a pobreza impactam massivamente essas famílias.

São pessoas que trabalham a vida toda para outras famílias mais ricas e que se veem sempre nesse ciclo vicioso e sem escapatória.

Ainda assim alguns pontos me incomodaram um pouco, porém acredito que seja um livro que precise de um estudo um pouco mais atento e aprofundado. O que não era minha intenção neste momento.

?Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!?

Como nesse trecho por exemplo que eu não entendi se ele se trata de uma crítica social ou puro preconceito. Enfim, acho que vale a leitura principalmente pelo desafio e por se tratar de um clássico brasileiro.
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@1livro_1sonho 18/05/2024

Romance documental inspirado nas experiências do autor e lançado originalmente em 1938, "Vidas Secas"
pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, esta é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.
Com capítulos curtos e leitura fluída, esse foi um clássico que já queria ler há muito tempo e através da parceria com a Principis tive essa oportunidade.
É uma história forte e dolorosa, mostra a vida dura no sertão, principalmente quando a seca chega, também mostra a desigualdade, a pobreza e o quão difícil pode ser a vida em algumas regiões do Brasil, apesar de ser um livro lançado a muito tempo, você consegue enxergar situações atuais em muitos trechos.
Representando personagens reais, o autor conseguiu trazer uma grande obra, com palavras simples e de fácil compreensão e com isso, conseguiu tocar os leitores, gerando sentimentos e profundas reflexões.
Não tenham medo ou preconceito por se tratar de um clássico da literatura, leiam e venham se apaixonar pela escrita primorosa de Graciliano.
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