O Tempo Desconjuntado

O Tempo Desconjuntado Philip K. Dick




Resenhas - O Tempo Desconjuntado


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Daniel Muniz 10/02/2019

Philip K Dick
Meu primeiro livro do autor. Adorei a capa dura, o tema, etc. A premissa é muito interessante. A leitura pra mim correu muito bem e fluida. Livro curto, porém um excelente entretenimento, se pensando em ficção científica...
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davidplmatias 07/01/2019

Estamos mesmo na realidade correta? Um prelúdio a Matrix na década de 50. Gostei, só achei confuso o final.
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Lê | @ledelicor 07/01/2019

O Tempo Desconjuntado
Sobre o livro

O ano é 199, Ragle Gumm mora com sua irmã, seu cunhado e o sobrinho, em uma pequena cidade. Depois que começou a descobrir um enigma de um concurso que sai no jornal todos os dias, fez disso seu trabalho. Tudo na vida dele é tranquilo até o momento em que ele acha uma lista telefônica e acha estranho os números que estão nela. Depois disso ele encontra uma revista com uma mulher loira, Marilyn Monroe, que aparentemente ninguém conhece.

Quando as coisas não poderiam ficar mais estranhas, objetos começam a sumir na sua frente, ficando em seus lugares um simples pedaço de papel com o nome do objeto sumido. Quando tudo fica cada vez mais estranho, ele resolve fugir da cidade, contudo ele pode não estar preparado para as descobertas que ele fará.



Minha opinião

Essa é minha segunda experiência lendo Philip K. Dick, a primeira foi com O Homem do Castelo Alto. Eu ando lendo bastante ficção científica e por isso quis explorar as obras do autor, contudo depois dessas duas leituras, cheguei à conclusão de que não me dou bem com Dick. Apesar de seus questionamentos e de suas tramas bem elaboradas, o modo como as histórias são construídas não me cativam.

O tempo Desconjuntado foi escrito originalmente em 1959, sendo assim a história apresenta em seu enredo o sentimento de paranoia que tomou conta dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Inclusive, na cidade do livro, há reuniões de cidadãos que discutem possíveis invasões e bombardeios. Depois da leitura fica claro que foi desse livro a inspiração para o filme O Show de Truman, a muitas semelhanças entre os dois.

A palavra não representa a realidade. A palavra é realidade.

O problema na leitura foi certamente minha falta de empatia pelo protagonista. Eu via ele como um homem sem muita personalidade, sem ambição e satisfeito com a vida que leva. Mesmo quando ele começa a questionar o mundo ao seu redor e a descobrir a verdade, eu não sentia muita personalidade nele.

Com uma escrita rápida e direta, Philip apresenta uma narrativa em terceira pessoa com o foco em Ragle, mas em alguns momentos acompanhamos outros personagens. Com isso, conseguimos compreender melhor tudo que está acontecendo e o objetivo por trás dos fatos.

O Tempo Desconjuntado explora a sensação de paranoia e da desconfiança com uma história inovadora e muito bem elaborada. Um ótimo livro para os fãs do autor e de ficção científica.

site: https://www.lelendolido.com.br/2019/01/resenha-o-tempo-desconjuntado-philip-k.html
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Bruno Garcia 19/11/2018

Uma Distopia Atemporal
Se numa pacata cidade americana em 1959, o rádio fosse um objeto estranho e Marilyn Monroe uma atriz desconhecida, isso seria uma realidade alternativa?

Nesse mundo vive Ragle Gumm, uma celebridade por sempre acertar a resposta para um concurso diário no jornal local, que mora com a irmã e flerta com a vizinha. Cotidiano alterado por objetos e lugares que parecem sumir, pedaços de papel que aparecem como enigmas e situações estranhas perante conhecidos.

Gatilhos para uma jornada de autodescoberta questionadora da natureza oriunda de suas alucinações paranoicas e o porque do seu tempo parecer desconjuntado.

O livro nos mostra uma sociedade americana típica dos anos cinquenta pelos olhos de um protagonista em crise de idade, família, atividade e identidade. A pressão interna por mudança e externa do jornal pelas respostas criam nele um sentimento de vigilância permanente. Refletida na convivência com família, “chefe” e vizinhos.

Difícil não lembrar dos filmes Show de Truman ou Matrix ao avançarmos na leitura e adentrarmos na paranoia do que é sonho ou realidade de Ragle. A fuga como solução e laços de confiança são temáticas comuns em distopias, porém a narrativa de K Dick não nos entrega nada de badeja e nos convida a duvidar de tudo e todos.

Recheado de referências culturais da época e críticas ao padrão de vida e política americana como pano de fundo da trama, esse livro é uma agradável entrada no universo do autor para aqueles que só conhecem as suas adaptações audiovisuais.

Um thriller onde estranhamos as aparências e escolhas dos personagens a cada página, viajamos pelos capítulos tentando conjecturar o tempo desconjuntado.

site: http://iradex.net/16721/resenha-o-tempo-desconjuntado/
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Ricardo.Vibranovski 15/10/2018

Então...
Philip K. Dick é um escritor brilhante capaz de criar as mais incríveis e intrigantes histórias. Essa não é uma delas.
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Paulo 06/10/2018

Vocês já tiveram aquela sensação de que algo deveria estar em um lugar e não está? Uma lâmpada que ontem estava em um lugar e no dia seguinte estava no outro? Uma sequência de degraus que era para ter oito degraus, mas tem só sete? É com essa premissa que Philip K. Dick escreve O Tempo Desconjuntado, um de seus primeiros romances de ficção científica e que já apresentam traços do escritor talentoso que veremos em romances como Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas. Tudo está ali: as altas ideias, a confusão na realidade.

A edição especial da Suma está muito bonita em capa dura e com um projeto gráfico sensacional. Acho que a ideia é repetir o sucesso de outras coleções que eles iniciaram recentemente como a do H.G. Wells e a Biblioteca Stephen King. Só queria dar uma sugestão ao pessoal da editora: por que não colocar textos de apoio ou um prefácio especial escrito, sei lá, pelo Bráulio Tavares, que é uma pessoa que traduz materiais do Dick há anos. Entendi toda a proposta de trazer as obras do Dick com toda pompa, mas se não houver algo a mais, por que então fazer um material de luxo? Falando no Bráulio Tavares, a tradução está excelente. Fácil de ler e mesmo o livro sendo um pouco datado, a gente consegue pegar bem as expressões do período sem perder o nexo da história.

Esse já é o décimo livro do Dick que eu leio. E eu já li coisas realmente bizarras como Valis. Então posso dizer que conheço um pouco da escrita dele. Dick não segue muito "o manual" e tem uma escrita muito livre que vez ou outra incomoda os leitores. Ele é um autor cuja escrita acaba se tornando refém da história. Tudo gira em torno de qual a ideia que ele tem para a sua narrativa. Até mesmo os personagens podem ser deixados de lado para que o que ele imaginou em um primeiro momento ganhasse forma. Por essa razão é que alguns de seus críticos afirmam que Dick é péssimo no desenvolvimento de personagens. Eu discordo, mas tem algumas histórias onde ele peca nesse sentido. Aqui, ele escreve em terceira pessoa em algo que eu posso associar ao modelo de Pontos de Vista. Não é o sistema que estamos acostumados hoje porque, novamente, Dick não se prende a modelos estabelecidos. Mas, ele alterna entre três personagens: Vic, Raggle e Billy. E isso ele faz muito bem com boas passagens de um personagem para o outro que não comprometem a narrativa final.

"Mas na Revista do consumidor eles estão sempre dizendo para a gente ficar atenta a fraudes, propaganda enganosa. Você sabe, roubo no peso das mercadorias, coisas assim. Talvez essa revista aí, a propaganda sobre essa Marilyn Monroe, seja só conversa fiada. Estão tentando fazer publicidade de uma atrizinha qualquer, fingindo que todo mundo a conhece, para que quando as pessoas ouvirem falar nela pela primeira vez digam "Ah, claro, aquela atriz famosa!". Bem, eu acho tudo que ela tem é um problema com as glândulas."

Os personagens realmente não são muito bem trabalhados. Apesar de ser uma trama que trabalha as relações entre os personagens eu senti que em alguns momentos ficou uma série de brechas na narrativa. Por exemplo, o autor poderia ter trabalhado de forma melhor o triângulo entre Junie, Raggle e Billy. Por mais que Billy não se importasse com Junie, o autor poderia ter criado uma tensão que geraria algumas situações intrigantes. O mesmo pode ser dito da parceria entre Vic e Raggle. Inicia-se um momento de investigação sobre o que está acontecendo na cidade onde eles vivem, mas as respostas acabam aparecendo de forma muito simples e previsível para o protagonista. Aqui eu senti em alguns momentos, Dick atuando como um deus ex machina para que a trama conseguisse se mover.

Consigo dividir a narrativa em dois momentos: um onde existe toda a questão das coisas desaparecendo e das informações vazando. E um outro momento em que temos uma narrativa que podemos associar à de O Show de Truman. Vou ser sincero e dizer que eu gostei mais da primeira parte porque Dick introduz algumas ideias curiosas. A noção de coisas desaparecendo é algo que nós convivemos em nosso cotidiano. Claro que não se trata de uma manipulação da realidade, mas a nossa mente pregando peças. E é algo totalmente relacionável que causa no leitor aquela sensação de estranhamento e familiaridade ao mesmo tempo. Quando o autor introduz a ideia dos pequenos papéis, pensei na hora que viria algo realmente grandioso. Como em Ubik em que ele se utiliza de uma premissa semelhante. Porém, essas ideias são deixadas de lado sob uma justificativa de um aparente controle subliminar que não faz o menor sentido. Pelo menos não da maneira como o autor introduz na história.

Já o segundo momento eu não gostei porque houve uma nítida quebra narrativa entre a primeira e a segunda partes. É como se ele estivesse escrevendo uma outra história. Não que a segunda parte seja pior do que a primeira, até acho ela mais redondinha, mas é que destoa tanto do que foi apresentado inicialmente que me deixou realmente confuso. E não em um bom sentido. Ele explora o Big Brother incapaz de manter um controle tão fino sobre tantas vidas ao mesmo tempo. O personagem vai pouco a pouco percebendo as brechas na "narrativa" contada por aqueles que estão nas sombras e vai juntando as peças. Nesse momento, Dick meio que abandona tudo o que ele construiu e parte para o desfecho. Mas, esse desfecho deixa pontas soltas demais o que acabou me deixando um pouco decepcionado. Não é que a história fosse ruim ou previsível, só que a maneira como introdução - desenvolvimento - conclusão se relacionam não faz muito sentido.

Em O Tempo Desconjuntado vemos alguns traços da narrativa disruptiva que vai tornar o autor tão famoso. Ele bagunça tanto a realidade dentro do universo literário criado pela sua mente que o leito acaba desconfiando da própria realidade. É impossível confiar em qualquer informação que o autor nos apresenta na história. Se temos a expressão narrador não confiável, quando se trata de Dick a ideia é a de um escritor não confiável. Você precisa buscar não o que ele está apresentando na sua frente, mas o que ele não está contando. Pequenos detalhes não mencionados no cenário formam uma história maior do que aquilo que está aparente. Como eu mencionei antes, Ubik bebe de ideias muito semelhantes e ele manipula o cenário e o distorce de tal maneira que não conseguimos saber mais o que é real ou não.

Dick é esse tipo de autor que vai fazer você se questionar se o que você vive é real ou se realidade é um conceito relativo. A realidade é coletiva ou um construto individual? A partir dessas perguntas, O Tempo Desconjuntado é uma história um pouco desconjuntada (brincando um pouco com o título), porém já demonstra o que o autor é capaz de entregar.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 03/10/2018

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
Em 1959, numa pequena cidade dos Estados Unidos, vive Ragle Gumm, um homem de 46 anos que mora com a irmã Margo, o cunhado Vic e o sobrinho. Há anos, ele ganha dinheiro participando de um concurso de jornal, onde, através de algumas dicas, precisa descobrir em qual dos 1208 quadradinhos do gráfico o "homenzinho verde" vai aparecer, e Ragle sempre acerta (ele é quase uma celebridade local).

Mas Ragle anda refletindo sobre sua vida, questionando se não está desperdiçando seu tempo sem ter um "emprego de verdade", "encostado" na casa da irmã, não sendo tão bem sucedido quanto o vizinho, Bill Black, que trabalha no Departamento de Águas da cidade e é casado com Junnie, uma mulher que tem dificuldade de se desapegar dos tempos de adolescência.

"Uma desolação estonteante se abateu sobre ele. Que desperdício tinha sido sua vida inteira. Ali estava ele, quarenta e seis anos, brincando em uma sala com um concurso de jornal. Sem um emprego sério, com salário de verdade. Sem filhos. Sem esposa. Sem casa própria. Dando em cima da mulher do vizinho." (página 55)

Ragle tem uma quedinha por Junnie, mas esse não é seu maior problema, coisas estranhas têm acontecido: quando foi comprar algo em uma barraca de refrigerantes, a barraca simplesmente sumiu diante dos seus olhos, restando apenas um pedaço de papel onde estava escrito BARRACA DE REFRIGERANTES, e não era a primeira vez que isso acontecia! Em outra ocasião, ele se deparou com uma lista telefônica com números que não funcionavam, era impossível falar com qualquer dos número listados. E uma revista falava sobre uma famosa atriz chamada Marilyn Monroe sobre a qual ele e a família nunca tinham ouvido falar!

"- Preste atenção - disse Vic. - Você consegue coisa muito melhor do que a Junie. E de qualquer modo, ela já tem alguém.
- Um palerma.
- Não importa. É a instituição que conta, não o indivíduo.
Ragle disse:
- É difícil pensar em Bill e June Black como uma instituição. De qualquer modo, não estou no clima para questionar instituições agora.
- Me conte o que aconteceu - disse Vic.
- Nada.
- Vamos, diga.
Ragle disse:
- Alucinações. Só isso. Recorrentes.
- Pode entrar em detalhes?
- Não quero.
- É algo parecido com a experiência que eu tibe ontem à noite? Não quero ser indiscreto. Aquilo me perturbou. Acho que tem alguma coisa errada.
- Tem alguma coisa errada - disse Ragle.
- Não quero dizer como você ou comigo ou com qualquer pessoa. Quero dizer em geral.
- O tempo - disse Ragle - está desconjuntado." (página 64)

Estaria Ragle ficando louco? Ou haveria algo de errado em sua vida? Isso é o que o personagem, e nós, leitores, descobriremos no decorrer da leitura. Ao longo dos capítulos, imaginei mil e uma teorias sobre a realidade de Ragle, desde a possibilidade de ele estar mesmo alucinando até a hipótese de estar vivendo como o protagonista do filme O Show de Truman.

O final até que foi plausível, embora eu ache que essa parte da ficção científica poderia ter sido um pouco mais aprofundada na obra. A questão das coisas que sumiam (como a barraca) ficou sem explicação para mim. Os diálogos me incomodaram um pouco, pois encontrei muitos "Fulano disse", e essa repetição do verbo dizer me parecia algo mecânico. Mas gostei muito da relação de Ragle com a irmã e o cunhado, parecia mesmo uma família. Mais próximo do final, houve um daqueles momento que amo em livros: quando algo de grande importância fica nas entrelinhas, não precisa ser dito, mas é perceptível para o leitor (já tinha encontrado momentos assim em "O Sol é para todos" e "Todas as constelações do amor"); para não dar spoiler, só digo que se refere a uma importante decisão do protagonista.

É um livro não muito longo, com pouco mais de 250 páginas, podendo ser lido rapidamente. Apesar de uma ou outra questão que ficou em aberto para mim (outros leitores podem ter entendido algo que deixei passar), foi uma leitura que gostei e recomendo, tanto para quem já está habituado a ler ficção científica, quanto para quem, assim como eu, leu poucos livros do tipo. É muito interessante tentar desvendar a verdade sobre Ragle Gumm (e eu, particularmente, gosto de ler histórias escritas há algumas décadas para notar as diferenças entre as épocas e como os autores imaginavam o futuro).


site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com/2018/09/resenha-livro-o-tempo-desconjuntado.html
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Ana Luiza 02/10/2018

Interessante, mas poderia ser muito mais
A HISTÓRIA
Ragle Gumm vive uma vida tranquila ao lado da irmã, cunhado e sobrinho em uma pequena cidade norte-americana em 1959. Ele serviu na Segunda Guerra, mas agora se sustenta participando de um concurso de jornal. Todos os dias Ragle tenta descobrir onde o homenzinho verde vai aparecer e todos os dias ele acerta, o que o tornou uma celebridade local. Alguns dizem que ele tem apenas sorte, mas Ragle se utiliza de um rigoroso e complicado método de análises de gráficos e tabelas para descobrir sua resposta.

E o concurso do jornal exige tanto dele que Ragle passa os dias em casa, trabalhando em sua resposta. Pouco falante, suas interações sociais se limitam a sua família, a um casal de vizinho e a um corresponde do jornal que o visita de tempos em tempos. E Ragle achava que estava feliz vivendo essa vida pacata, até começar a perceber que tem algo muito estranho acontecendo. Quando objetos começam a desaparecer e se transformar em papel com palavras escritas, como “barraca de refrigerante”, o homem passa a suspeitar que há uma conspiração ao seu redor.

Ragle ainda encontra uma revista estampando uma atriz famosa, Marilyn Monroe, que ele nunca ouviu falar e uma lista telefônica com números desconectados, o fazendo ter certeza de que há pessoas o observando e controlando todos os seus movimentos. Ragle imagina que está ficando maluco, mas quando sua irmã e cunhado começam a notar coisas estranhas também, ele se convence de que precisa fugir de tudo isso. Ragle planeja deixar a cidade e descobrir o que diabos está acontecendo. Contudo, seus recém-descobertos inimigos não facilitarão sua jornada e Ragle vai descobrir que nem sempre saber a verdade traz paz.

O AUTOR, A LEITURA E CRÍTICAS DO LIVRO
(...)

OS PERSONAGENS E O QUE REPRESENTAM
(...)

A EDIÇÃO
(...)

CONCLUSÕES FINAIS

O Tempo Desconjuntado está longe de ser perfeito e, espero, o melhor livro do renomado autor de ficção científica. Na verdade, é quase compreensível a sensação de que “falta alguma coisa” que o livro me passou se considerarmos que a obra foi publicada alguns anos antes das demais histórias que tornariam o nome de Philip K. Dick conhecido. O livro não é ruim, na verdade, gera muitas discussões e reflexões interessantes. Ao retratar a história de um homem que começa a perceber inconsistências na sua realidade que indicam, de certa forma, que ele é a pessoa mais importante do mundo, Dick ironiza vários aspectos da sociedade norte-americana pós-segunda guerra mundial.

O que é realidade, como a consciência se forma, quem controla nossas ideias e visão de mundo, quem observa nossos passos, porque tememos o desconhecido e o novo, são alguns dos questionamentos que o livro traz. Contudo, as muitas críticas de O Tempo Desconjuntado só fazem sentido nas últimas páginas e decepcionam ao se encerrar por aí, sem confrontar tais ideias ou propor novas. No fim, a leitura é intrigante, com boas pitadas de humor, mistério e paranoia, mas lenta e frustrante em alguns pontos. Recomendo que cada leitor tire suas próprias conclusões, claro, mas continuo curiosa para ler mais livros de Philip K. Dick.

LEIA A RESENHA COMPLETA E VEJA FOTOS DO LIVRO NO BLOG:

site: http://www.mademoisellelovesbooks.com/2018/10/resenha-o-tempo-desconjuntado-philip-k-dick.html
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@biaentreleituras 10/09/2018

O ano é 1959 e Ragle Gumm vive na casa de sua irmã, com o cunhado e o sobrinho e eles moram em uma cidade pequena e pacata, com vizinhos inconvenientes e sem muita coisa para se fazer. Ele é um ex-militar e atualmente passa boa parte dos seus dias tentando encontrar a resposta certa para um concurso do jornal local. Descobrir onde vai aparecer o homenzinho verde requer muito trabalho e Ragle passa horas analisando todas as informações que reúne. Ele sempre acerta as respostas!

Ragle é uma celebridade, todo mundo conhece o homem que está sempre em primeiro lugar no concurso, várias revistas e jornais já publicaram matérias a respeito dele. O jornal lhe paga uma quantia considerável pelas respostas e assim ele consegue contribuir financeiramente na casa da irmã além de ter uma boa reserva. Tudo ia muito bem até ele se deparar com uma série de fatos estranhos, Ragle não sabe mais o que é a realidade e fica confuso sobre as coisas.

Os questionamentos acerca da realidade surgiram quando objetos começaram a desaparecer bem diante de seus olhos e no lugar deles aparecia pedaços de papel com os seus nomes escritos. Isso mexe bastante com Ragle e ele prefere não contar a ninguém, está perturbado o suficiente e não precisa de ninguém lhe dizendo que está maluco. Mas as coisas começam a piorar, seu sobrinho encontra uma lista telefônica e uma revista, aparentemente não era nada demais, porém, ao investigar os objetos, a família descobre divergências.

Para começar, a lista telefônica é completamente diferente e ao ligar para os números a ligação não é completada, depois de muita insistência uma telefonista diz que os números estão desconectados. Depois, olhando melhor a revista eles percebem que ela contém notícias desconhecidas e traz o nome de uma mulher muito famosa que eles nunca tinham ouvido falar. Mas é quando Vic, cunhado de Ragle, passa por uma situação inusitada é que ele começa a pensar que possa haver algo de errado com o tempo... ou com todos ao seu redor, como se ele estivesse no centro de uma conspiração, só não entendia exatamente o motivo.

Ragle fica cada vez mais incomodado, precisa descobrir o que está acontecendo. Tudo ao seu redor parece conspirar para fazê-lo acreditar naquela realidade de 1959, com aquelas pessoas e aqueles objetos, mas sua intuição diz que tem algo mais. Ele decide que vai fugir da cidade para ver o que tem além de seus limites, e quando coloca seu plano de fuga em prática Ragle entende que "eles" (quem quer que sejam eles) não vão permitir. Por que sair da cidade é proibido para Ragle? O que tem do lado de fora que ele não pode ver?

Enquanto Ragle enfrenta suas dúvidas e tenta arquitetar novos planos para conseguir fugir, vemos que o seu vizinho mostra muito interesse na vida de Ragle e em sua rotina. Bill Black (o vizinho) claramente sabe de alguma coisa, seria o homem por trás da conspiração? ou tudo não passa de alucinações de Ragle e elas estão fazendo-o viver em uma realidade alternativa? Ragle está confuso, mas vai seguir seus instintos para encontrar a verdade. E quando encontrar, precisará decidir de qual lado vai ficar.

Leia a resenha completa lá no blog > https://goo.gl/jZ8wQg

site: http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com.br/
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Gabriel 04/09/2018

Quão real é esse texto?
Podemos dizer que Philip K.Dick é o Stephen King das adaptações de Ficção Científica no cinema. Se grandes filmes como O Iluminado, O Nevoeiro e Carrie, a Estranha são baseados em trabalhos do escritor de literatura de terror, não faltam clássicos do sci-fi da sétima arte produzidos em cima de livros do PKD. Blade Runner, O Vingador do Futuro, Minority Report, até mesmo aquele filme o Vidente com o Nicolas Cage, em que o personagem principal consegue prever dois minutos do seu futuro, é inspirado em algum material do autor. Mas foi com uma enorme surpresa que eu havia descoberto que o famoso filme estrelado por Jim Carrey, O Show de Truman, também era derivado de um romance do Philip chamado Time Out of Joint, e fiquei ainda mais hypado quando a Suma das Letras divulgou a aquisição dos direitos de publicação dessa e de mais outras três obras do escritor no início deste ano.

Eis que finalmente pude ler o livro, traduzido pelo título O Tempo Desconjuntado, e adianto que é mais prudente pensar no filme como baseado no material fonte, e não como uma adaptação direta das ideias do romance. As versões dessa história para cinema e em texto seguem por viés bem diferentes, cada um com suas críticas e reflexões. Na obra original de Philip, Truman na verdade se chama Ragle Gumm, um rapaz americano veterano da 2º Guerra que vive com a irmã, o cunhado e o sobrinho, conseguindo uma graninha através do seu nato talento de ganhar um concurso de jornal que consiste em adivinhar a posição que um homenzinho verde estará amanhã num mapa quadriculado. Mas tudo começa a ficar estranho para o ex-soldado quando objetos reais simplesmente somem na sua frente, sendo substituídos por pedaços de papel com seus nomes. As coisas parecem cada vez mais não serem tão sólidas quando se imaginava, dissolvendo-se num piscar de olhos.

Fica bem claro que uma das temáticas dessa obra é uma das que Philip mais adorou tratar em seus trabalhos: o questionamento da realidade. Será que aquilo que enxergamos, ou o meio que vivemos, realmente é real, ou na verdade é uma farsa? O quão confiável é aquilo que dizemos ser o padrão normal das coisas? Kant mesmo pensava que vivíamos num agnosticismo sobre o mundo real em que a única verdade sobre a realidade que poderia ser dita é que não se pode conhecer nada dela confiavelmente, exceto essa própria afirmação.

E a partir disso é desenvolvida uma narrativa repleta de paranoia antropocêntrica, repletas de pensamentos insanos. Não me venha dizer que você nunca pensou uma vez na vida que tudo acontecia conspirando em torno de você, como se a madame fosse o centro do universo. E essa ideia é desenvolvida ao longo da narrativa, à medida em que o protagonista descobre informações muito reveladoras, cada vez mais inacreditáveis, sobre o ‘teatro’ que vive, buscando um meio de sair dali.

O texto do autor é muito acessível, sua linguagem é simples e objetiva. Enquanto no filme já se sabe a verdade sobre a vida de Truman, aqui acompanhamos o desenvolvimento do mistério junto com o protagonista. Talvez nesse ponto o livro seja mais como A Vila, do M.Night Shyamalan, com todo seu suspense. Alguns trechos podem parecer desconexos e sem alguma serventia para a resolução do mistério, mas com o tempo cada peça do quebra-cabeça é montada na cabeça do leitor, e se descobrimos em certo ponto da história junto com o Ragle que de fato sua realidade é inventada, duvido que se consiga adivinhar qual é o verdadeiro mundo real, com o qual penso que o Philip até perde um pouco a mão com o exagero.

O ar distópico vai aparecendo aos poucos na obra, sendo porém bem mais sutil. Mas talvez seja isso que faça dessa obra durante grande parte do tempo mais verossímil que as distopias totalitárias do século XX (Nós, 1984, Admirável Mundo Novo). Eu estava conversando com um amigo que assistiu ao Show do Truman recentemente antes de escrever essa resenha e apesar dele ter gostado muito do filme ele falou que seria impossível um reality show como o do filme existir na vida real tão escrachadamente, pois violaria os direitos humanos. Isso pode ser verdade, entretanto é por isso que a leitura do livro a maior parte do tempo sob o ponto do vista da vítima assimila bem mais as ideias da obra, pois ela mostra que não é necessário que essa alienação seja tão absurdista assim, quando ela pode acontecer através de pequenos nuances que já bastam para enganar o ser humano. O conhecimento dessa enganação não precisa ser de todos como na versão para cinema da história.

O Tempo Desconjuntado é um livro com o DNA do Philip K.Dick que talvez lhe deixe um pouco desconfiado com as pessoas e o lugar onde vive. Longe de querer causar o mesmo pânico social que A Guerra dos Mundos de H.G.Wells fez, quando a invasão alienígena que conduz a história foi dramatizada num programa de rádio na costa leste dos Estados Unidos. O livro do PKD é mais um alerta para as tentativas de dominação que tem crescido com o avanço tecno-científico. As piores, de acordo com o autor, não são aquelas que surgem como um leão, mas sim como um lindo poodle pedindo para ser adotado.

site: https://leitoresvigaristas.wordpress.com/2018/09/02/resenha-o-tempo-desconjuntado-philip-k-dick/
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happymoon 28/08/2018

Definitivamente não é minha história preferida do autor. Passou bem longe na real. É intrigante mas não tem um final tão surpreendente que eu esperava, mas sim um daqueles finais que nada dizem. Meh.
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