Garotas mortas

Garotas mortas Selva Almada




Resenhas - Garotas Mortas


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Adriana Scarpin 24/08/2018

Quando ouvi pela primeira vez sobre o que retratava este livro, pensei imediatamente no glorioso e monumental capítulo sobre os feminicidios mexicanos no 2666 do Bolaño, mas foi um erro meu à primeira vista, o livro da Almada é menos pungente no horror, mas igualmente necessário para entender os meandros do patriarcado.
E vou contar, mesmo eu tendo trabalhado numa delegacia da mulher acolhendo mulheres em situação de violência, relatos sobre essa constante violência contra mulheres só pelo fato de o serem, ainda é impactante e revoltante a menor sombra dessas violências, mas a escrita de Almada torna essa experiência ao menos passível de uma poesia do desespero, da revolta, do trágico.
Uma das passagens mais bonitas do livro é quando a autora compara uma das garotas mortas do título à Ofélia de Hamlet, tendo como intermédio o famoso quadro de Millais e a forma que o corpo fora encontrado, o que certamente demonstra a magnitude tétrica de sua escrita.
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Mirella.Augusta 30/06/2023

E quem se preocupa com elas?
Parece cena de filme, corpo de mulher é encontrado.... E quem liga? E quem procura? Quando a vítima é sempre pintada como culpada nessa sociedade doente em que vivemos!
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15/07/2019

O livro aborda casos de feminicídios ocorridos no interior da Argentina, focando principalmente em três não solucionados da década de 1980.

Apesar de ter achado interessante e lido numa tacada só, fiquei me perguntando depois qual era o objetivo da autora. Como é um assunto bastante recorrente, não há nada de novo nos casos abordados. Infelizmente. Além disso, achei a narrativa um pouco bagunçada também, pulando de um assunto para outro do nada, incomodando um pouco a leitura.
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Vanessa Garcia 21/10/2020

Garotas Mortas
(AVISO GATILHO: estupro, violência)

?Desde pequenas nos ensinavam que não devíamos falar com estranhos e que devíamos ter cuidado com o Tarado (ou Homem do Saco). Era quem podia te violentar se você andasse sozinha ? Era quem podia aparecer do nada e te arrastar até uma construção. Nunca ninguém falou que você podia ser estuprada pelo marido, pelo pai, pelo irmão, pelo vizinho, pelo professor. Por um homem em quem você tem toda confiança.?


Um dos grandes nomes da literatura argentina contemporânea, Selva Almada investiga três casos de feminicídio em seu país na década de 1980.
Três assassinatos entre centenas que não são suficientes para estampar as manchetes dos jornais ou mobilizar a cobertura dos canais de TV. Três crimes ?menores? enquanto a Argentina celebrava o retorno da democracia. Três mortes sem culpado.
Com o tempo, essas histórias se convertem em uma obsessão particular da autora, o que a leva a uma investigação bastante atípica. Mostra como as violências diárias contra meninas e mulheres acabam fazendo parte de algo considerado ?normal?.
Com uma escrita com tom jornalístico, Selva nos leva para os pormenores dos crimes, que quase sempre são deixados de lado pela mídia. Crimes sem solução, sem culpado, sem final feliz para três meninas mulheres.

?Três velas brancas. Meu adeus às garotas.
Um mesmo desejo para todas: descansem em paz.?
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fev 13/01/2021

Eu gostei do livro, mas estranhei o modo como as histórias foram contadas. A princípio pensei que seria um livro reportagem e acreditava nisso, mas não é. É um livro em que a autora foca no feminicídio de três mulheres durante a década de 80 que não tiveram os casos resolvidos. Ao mesmo tempo ela fala vai narrando histórias de como o feminicídio faz parte da sua vida. Ela mescla a sua história com as histórias da três mulheres além de narrar o processo da sua pesquisa para o livro. De um parágrafo para outro muda tudo muito rápido o foco e isso meio que deixa a gente perdido. E ao longo do livro ela cita os nomes de várias outras vítimas do mesmo crime.

É um livro bom com uma narrativa fácil, mas que eu estranhei. É pesado e pode conter gatilhos, mas acredito que seja uma leitura importante devido ao tema extremamente relevante. Tenho certeza que Selva Almada teve um estômago forte para conseguir contar as histórias de todas essas mulheres que morrem somente pelo fato de serem quem são.
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Melissa 12/12/2023

Uma experiência de leitura muito reflexiva. Delicada e assustadora. Um tanto sem respostas (o que as vezes causa uma sensação desesperançosa que é da vida mesmo). Real.
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mere 30/05/2021

A história de três meninas assassinadas. Um livro tenso em que se retrata o feminicídio.
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Suellen 13/07/2020

Pensava que se tratava de uma espécie de registro documental sobre os crimes, mas a narrativa da autora foi muito confusa e chata pra mim, não me prendeu. Mas o que garante 2 estrelas é que ela se empenhou em descobrir o que aconteceu àquelas mulheres.
Sempre será necessário escrever sobre a violência enquanto ela continua quase imutável em relação à mulher, infelizmente, não mudou muito da década de 80 pra cá, a impunidade continua presente nos crimes de feminicídio .
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Viviana Mendonça 14/05/2022

Historias fortes
Um livro que fala sobre assassinatos de mulheres argentinas nos anos 80, a crueldade dos fatos e muitos com os mistérios mal resolvidos. Histórias que demonstram o quanto o feminicidio desde de sempre é banal e muito injustiçado.
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Jessica Hellen 11/06/2020

Um relato doloroso
- Talvez seja essa a sua missão: recolher os ossos das garotas, armá-las, dar-lhes voz e depois deixá-las correr livremente para onde tiverem que ir -

Selva Almada escreve um livro simples, honesto e doloroso que conta pedaços da vida (e morte) de várias mulheres. Mulheres essas que por vezes foram esquecidas mas que merecem ser lembradas.

Eu não sei como resenhar livros assim, não sei como explicar o aperto no peito de ler como vidas foram ceifadas tão novas. Todas essas mulheres mereciam mais. Todas nós merecemos mais.

O que talvez tenha me incomodado é o final inconclusivo, veja bem, eu não esperava que as investigações dela solucionassem os casos de Sarita, Maria Luiza ou Andrea. Mas gostaria que a autora tivesse pelo menos concluído este livro com o desfecho dos processos, ou atualizações sobre eles.

- Leitura do mês de Junho do Clube do Livro Quinta Página
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Leninha 19/04/2020

Três garotas são assassinadas na decada de 80 enquanto a Argentina retorna para a democracia.
?
A autora investiga estes casos, e enfrenta uma triste realidade: não há culpados, pois são crimes considerados 'menores', mostrando que a violência contra a mulher acaba se tornando algo comum. Interessa apenas aos familiares a àqueles que podem obter proveito com a situação.
?
Nos três relatos, observa-se o menosprezo pela figura feminina e a banalidade do feminicídio.
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Nádia C. 16/12/2019

Além do choque
Quando criança, quase adolescente, a pequena Selva Almada ouviu no rádio uma notícia sobre o assassinato de uma mulher, ocorrido perto de onde ela morava, esta notícia, mesmo sem todo o raciocínio crítico de mais tarde, já impressionou a escritora, ao imaginar que: ela poderia ter sido a vítima.

Ao longo do livro, que é descrito como jornalismo literário, a escritora argentina escolhe 3 casos de feminicídio (palavra que ainda não é nem reconhecida em todos os dicionários) ocorridos nos anos 80 na Argentina para se questionar sobre as condições de violência que todas as mulheres estão expostas simplesmente por serem mulheres. Os casos relatados são de certa forma "aleatoriamente" escolhidos, poderia ser qualquer um, poderia ser ela mesma, é o que une cada leitora e a própria escritora de forma intima as vítimas desses assassinatos - todos sem resolução até hoje.

Não há uma linearidade na narrativa, a autora entrelaça memórias pessoais, como quando pedia carona no caminho da escola, ou uma história de quando o pai tentou bater na mãe dela, também seus relatos ao decidir escrever o livro e a busca pelos familiares das vítimas ou informações que a fizessem juntar as peças dos casos, mesmo sem nenhuma intenção policial. Em algum momento percebi que ela procurou reviver essas histórias não na tentativa de solucionar algo, que já parecia perdido - ou que na verdade é mais do que encontrar um culpado - um culpado abstrato personificado nos assassinos: patriarcado.
Segundo Christine Delphy e, "Dicionário Crítico de Feminismo":

“Patriarcado” é uma palavra muito antiga, que mudou de sentido por volta do fim do século XIX, com as primeiras teorias dos “estágios” da evolução das sociedades humanas, depois novamente no fi m do século XX, com a “segunda onda” do feminismo surgida nos anos 70 no Ocidente.

Nessa nova acepção feminista, o patriarcado designa uma formação social em que os homens detêm o poder, ou ainda, mais simplesmente, o poder é dos homens. Ele é, assim, quase sinônimo de “dominação masculina” ou de opressão das mulheres. Essas expressões, contemporâneas dos anos 70, referem-se ao mesmo objeto, designado na época precedente pelas expressões “subordinação” ou “sujeição” das mulheres, ou ainda “condição feminina”. (fonte: qg feminista)


É a partir dessa noção que Selva Almada vai mostrando que a violência feminina na sociedade patriarcal que vivemos - no mundo todo, em alguns lugares em níveis maiores que os outros - fazem parte do cotidiano de meninas e mulheres de forma extremamente naturalizada. É ao se dedicar a escrever sobre 3 casos já esquecidos e sem solução que a autora tenta resgatar a memória das vítimas e de tantas outras esquecidas pela ideia de que "nada podemos fazer" e dizer: nossas vidas importam!

Quando que meninas começam a ter essa noção de mundo? A ideia assustadora e quase paralisante de que podemos ser a próxima vítima? E não só de um assassinato, podemos ser a próxima vítima de um assédio sexual, de um "fiufiu", de uma coerção sexual, de manipulação psicológica, de estupro, de uma tentativa de estupro, de um soco, de um relacionamento abusivo, de uma sex tape vazada na internet, de uma nude vazada na internet, de uma mentira de cunho sexual que contam por aí, entre tantas outras violências.

Quando tomamos consciência que nascer menina é estar exposta a não pode existir livre? E o que fazer ao saber disso?

Selva Almada não dá nenhuma resposta para isso, e nem pretende. Em Garotas Mortas somos entregues a perguntas e a desolação de se perceber mulher num mundo em que homens querem te violentar na primeira oportunidade que tiverem.

E não há quem ouse dizer que isso é exagero, é só dedicar 10 minutos a pesquisar que você poderá encontrar que hoje mesmo, uma mulher sofreu algum tipo de violência, é só perguntar a qualquer mulher próxima que você terá um relato de algum tipo de violência que ela tenha sofrido, seja sutil ou não. Mas homens também sofrem violência, alguns desonestos insistem em dizer, mas não sofrem por simplesmente nascerem homens.

O ponto negativo que achei do livro é que pra mim, ela poderia ter se debruçado a uma análise mais profunda e crítica sobre o feminicídio e o machismo cotidiano. Como o livro acaba levando um tom muito subjetivo e até poético, a autora acaba deixando de se posicionar mais em alguns momentos, ela expões detalhes que imagina sobre os momentos da morte o que dá uma sensação apenas de "choque", é preciso em obras como esta, que são criadas como manifesto contra isso, que seja claro como vivemos numa sociedade totalmente contaminada pelo machismo e como isso que leva a morte de mulheres.

O final também é bastante desolador, como já disse, Selva Almada conclui que só estamos vivas por pura sorte, o que não deixar de ter sua verdade, mas também precisamos nos apegar a esperança de que podemos lutar de alguma forma enquanto estamos vivas. Inclusive decidir escrever um livro sobre isso é uma forma de não estar viva apenas desejando não morrer na próxima esquina.

Achei o livro importante, mas faço essas considerações, devemos ler Garotas Mortas como um manifesto contra o silêncio, estamos vivas e vamos fazer barulho.

site: https://as-virgulas.blogspot.com/2019/12/garotas-mortas.html
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Rittes 10/07/2018

Garotas mortas x Cultura viva
Não havia lido nada de Selva Almada, mas esse pequeno e poderoso trabalho me impressionou. Primeiro, por abordar o ainda vivo ódio que algumas mulheres, se não todas, atraem para si pelo simples fato de serem mulheres. Feminicídio, sexismo, violência e machismo se apresentam cruas nas palavras poéticas de Almada. Livro forte e necessário. Apenas leiam.
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Debora 05/06/2019

Histórias necessárias de serem contadas
Apesar da importância e necessidade de contar estas histórias, a forma como a autora trouxe parece um relato jornalístico. As histórias são figurativas do machismo que impera e mostra como as vidas das mulheres são descartáveis, quando não mais servem para o prazer ou quando apresentam algum obstáculo.
Reconheço a relevância do tema. Reconheço o esforço da autora. Contudo, esperava mais.
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