Mauricio 17/08/2019A crise da democracia no mundoLivro lançado meados de 2018, portanto antes da eleição brasileira do mesmo ano. Fala sobre a crise de representatividade e guinada à direita populista e autoritária em países do primeiro mundo: EUA, Inglaterra, França e Espanha. No caso espanhol o autor faz um maior aprofundamento do contexto político-partidário de lá o que tornou menos compreensível a nós brasileiros.
Ao ler, é possível até se colocar na posição daqueles trabalhadores de classe média-baixa, branca, de baixa qualificação e pouca instrução, que de repente se viram abandonados e com seus empregos e valores ameaçados pela entrada abrupta de uma nova ordem advinda do globalismo: direitos humanos, valores ambientais, igualdade de gênero, etnias, imigrações, abertura de fronteiras, de comércio, de bens, serviços, capitais, etc. Vitimados por sucessivas políticas de austeridade e percas de direitos, indignados pelo aumento da percepção sobre a corrupção (antes menos palpável devido a menor influência e capilaridade midiáticas) e vencidos pelo medo, a saída foi se apegar numa nova corrente de extremismo e ufanismo como forma de proteção de seus antigos valores diante destas ameaças.
Interessante notar a grande semelhança dos contextos que levaram aos acontecimentos lá, com os daqui do Brasil em 2018/2019 e essa ruptura de que fala o autor é exatamente o pessimismo generalizado para uma saída política viável em tempos de grande fragmentação causada pela revolução tecnológica dos meios de comunicação.
O futuro é incerto, mas o autor deixa um recado de que há uma luz no fim do túnel.