Pedra Bonita

Pedra Bonita José Lins do Rego




Resenhas - Pedra Bonita


25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Katia Rodrigues 14/03/2021

"O caminhar do sertão era aquele, monótono"
Meu primeiro contato com José Lins do Rego não poderia ter sido melhor. O livro me soou um tanto quanto estranho e lento no começo, mas aos poucos as descrições acuradas da vida cotidiana sertaneja foram ganhando meu afeto. E acabei por perceber a importância dessa lentidão na narrativa que tanto serve para aclimatar o leitor como serve de espelho para vida rural, sertaneja.

Ao longo do romance, o autor explora a questão do fanatismo religioso, passando pela formação de uma identidade social brasileira e por uma busca de valorização das raízes humanas perdidas no tempo. Essa tentativa de construir uma visão nacionalista, característica dos romances regionalistas, ganha ares de documento sociológico da verdade humana.

Outro aspecto marcante do livro é a escrita arrebatadora do romancista: “Povo e terra viviam ali há um século numa intimidade profunda. Mas sem se quererem, inimigos íntimos". Reitero a fala do crítico Otto Maria Carpeaux quando diz que a obra de José Lins do Rego “é qualquer coisa de vivo”.

Ig: @ingrisias
Fatima 15/03/2021minha estante
Não conhecia o livro e fiquei interessada depois de ler sua resenha ?


Katia Rodrigues 15/03/2021minha estante
Que bom, Fatima. Ele é maravilhoso. Boa leitura! :)




Kailane 30/10/2022

"E Bento partiu a galope para Pedra Bonita"
Nunca imaginei que essas palavras tão simples teriam acabado comigo tão rapido.

Esse é um daqueles livros que você encontra o plot nas últimas linhas, que tem um daqueles finais que te prende e gera uma ansiedade absurda sabe?
Confesso que nesse fim eu me senti traida, não imaginei de jeito nenhum tal decisão do Bentinho,(o Protagonista) e no meu ver, isso é oque faz essa leitura excelente.
comentários(0)comente



Everton Vidal 16/05/2020

Entre a abnegação e o desatino religioso
É um romance em diversos aspectos religioso. Mostra os dois caminhos que a fé e a religião podem tomar (no caso do livro no ambiente duríssimo do sertão nordestino do início do século XX): Abnegação e altruísmo ou desesperança e fanatismo.
Como se vive entre os dois? É o desafio que Betinho, o protagonista, vai descobrir enquanto busca compreender e construir sua própria história.
comentários(0)comente



Deco 29/11/2022

O sertão em suas letras.
Este foi meu primeiro contato com José Lins do Rego, e não podia ser melhor. Escolhi ler essa obra durante uma viagem de carro pelo nordeste, justamente no intuito de conhecer um pouco mais sobre o espírito do sertão por onde iríamos passar.

Um romance histórico, regional e psicológico, tudo ao mesmo tempo. Em sua linhas foram capturados o espírito de uma época e do sertão, do cangaço, das volantes e do fanatismo religioso que tanto impactou o imaginário e a história do nordeste.

Uma obra completa no seu enredo, profunda em suas personagens e essencial para entender um pouco mais sobre o povo sertanejo, suas dores e, principalmente, a sua força.
comentários(0)comente



Jeff_Rodrigo 30/10/2023

A história beira ao terror.

Os personagens principais carregam consigo um episódio de vida difícil de decifrar. Quase um tabu entre os habitantes da vila onde decidiram se refugiar das amarguras do passado e do presente.

O tempo é difícil de localizar. Mas o contexto, não. É bem mais comum e atual do que parece.

Certa vez, ouvi de minha tia-avó uma história, que viviam contando para ela, de uma grande seca no sertão do nordeste. Onde as pessoas sucumbiam sob um sol escaldante e os urubus eram tão gordos que não conseguiam voar muito alto. Nesse cenário, surgiram homens com falas e roupas estranhas, prometendo a salvação antes de tocarem a última trombeta.

Ela me disse que também surgiram outros tipos de homens, que pareciam o diabo pronto para resolver tudo com o punhal o na base da bala.
comentários(0)comente



anaclaraleitegomes 20/08/2022

É inovador e revolucionário? É sim!
?Uma leitura fluída
?Misticismo, cangaço
?Um romance com mistério e suspense
?Baseada numa história real
?Crítica ao coronelismo, a polícia e ao cangaço
?Obra prima
?Ainda digerindo esse livro
Eu antes de saber porque ninguém gosta de pedra bonita:??
Depois de saber o porquê:??????
comentários(0)comente



Raquel Lima 03/07/2012

Vida de nordestino e fanatismo
Vida sofrida, fanatismo, tristeza e dor.
comentários(0)comente



Edson Camara 14/09/2020

Sertanejo sofre de todo jeito: com santo, com cangaceiro, com a volante.
Pedra Bonita é o relato do sofrimento que o povo sertanejo parecia designado e resignado desde o nascimento. O autor conta a história de Antonio Bento, o bentinho que foi deixado pela família na seca de 1904 para ser criado pelo padre do vilarejo menos pobre de Açu.

Pelos olhos e pensamentos de bentinho acompanhamos na primeira parte do livro a vida modorrenta e sem esperança de uma dezena de personagens com menos ou mais importância no enredo. O padre Amâncio, os habitantes de Açu e a família de bentinho.

Tudo vai se arrastando até que bentinho precisa voltar para o seio de sua família. E ai as coisas começam a mudar e acontecer com mais velocidade.
Na segunda parte do livro acontece muita injustiça, desespero, violência, fanatismo e resignação.
As cenas de violência não são explicitas, na maioria são só sugeridas, mas sentimos na pele do mesmo jeito.
Há cenas de erotismo bem audaciosas para época como a descrição do desejo da solteirona Fausta por bentinho.
Dá para sentir a poeira nos dentes e o cheiro de suor causado pelo calor infernal da caatinga: "O sol se espalhava pela caatinga com furor. Podiam ser seis horas, e aquele queimar de sol parecia de meio-dia".

A Pedra Bonita, um conjunto de duas pedras que se projetavam em um vale como as torres de uma igreja escondia uma historia de tragedia e muito sangue inocente que havia corrido 100 anos antes.
Um parente de bentinho tinha sido o causador da tragedia no passado, e agora que a história se repetia bentinho tinha uma oportunidade de mudar a reputação do sangue ruim da sua família.

José Lins do Rego é um bom contador de histórias e um criador de personagens profundos, fortes e de personalidades marcantes.
O desenlace da história se insinua umas 40 páginas antes, mas a certeza do que acontece, só sabemos na última linha da última página.
E aí fica aquela vontade de querer saber mais, mas não tem mais. Acaba bruscamente sem oferecer um final feliz ou infeliz, só fica a duvida no ar como uma preparação para uma continuação que não veio.
Pedra bonita é um excelente livro, da mais pura e notável literatura brasileira e José Lins do Rego é um grande escritor.
comentários(0)comente



Gláucia 23/04/2011

Pedra Bonita - José Lins do Rego
Padre Amâncio é transformado em santo por um povo sofrido e carente de um líder a quem seguir, um amparo a quem se apoiar. Fanatismo religioso em meio a uma terra seca, inóspita e sem lei, um povo dominado pelo medo do rigorismo da natureza e do poder do cangaço.
comentários(0)comente



Rodrigo 09/03/2012

ACHANDO GRAÇA COMUM EM JOSÉ LINS DO RÊGO
"O Padre Amâncio estava ali no Açu porque amava a Deus. Ouvira D. Eufrásia dizendo: "Se Amâncio quisesse já era Bispo, um grande, um príncipe." E não. Ficava no Açu para aguentar aquele povo, aquela gente. Montava a cavalo para andar seis léguas com o tempo que houvesse (...) para salvar uma alma das profundezas do inferno. Se não fosse ele, teria fugido com Dioclécio, teria fugido com homem mais feliz do mundo. O que anda pela terra, o que amava mulheres lindas e vira um milagre, uma força de Deus se exercendo. Antônio Bento vacilava assim entre o Padre Amâncio e o mundo que Dinoclécio descobrira.

José Lins do Rêgo em PEDRA BONITA, pp 82

COMENTÁRIO MEU: Antônio Bento foi criado pelo amoroso, piedoso, altruísta e dedicado Padre Amâncio. Aquele homem sempre foi seu referencial de abnegação, amor a Deus. Realmente, este personagem ainda que fictício tem traços admiráveis de devoção e compaixão. Narra o autor que ele poderia ter ascendido na hierarquia, tornado-se se Bispo, mas preferiu continuar na pequena cidade, sofrendo com e por aquelas pessoas.

Entretanto, certo dia, o jovem se depara com um forasteiro, um cantador, cangaceiro, que narra história incríveis, recheadas de aventuras, mulheres, milagres, e tudo num ritmo alucinante e poético. Uma vida livre e libertina. Acontece que o referencial do jovem é abalado. Ele passa a admirar aquele homem, até mesmo em confronto com a imagem criada ao redor do Padre.

Uma perola literária que nos fala profundamente a respeito de nossa natureza humana, que parece se encantar mais com aventuras libertinas, coisas vãs que nada contribuem para o crescimento de outros, do que com o sacrifício pessoal, a humildade e o altruísmo sem vaidade.

Pensamos que a felicidade está na satisfação de nossos desejos egoístas. E passamos longe da real satisfação plena e perpetua que em está em Deus!

Já dizia o salmista:
Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente. (Salmo 16:11)
comentários(0)comente



spoiler visualizar
Antonio 09/07/2013minha estante
Já li nos últimos meses o ciclo da cana-de-açúcar inteiro(Menino de Engenho, Doidinho, Bangüe, Moleque Ricardo, Usina e Fogo Morto) comecei a ler Pureza hoje.. Pedra Bonita será o próximo...quero ler até o ultimo livro de José Lins...


Antonio 09/07/2013minha estante
Você agora terá que ler Cangaceiros, que é a continuação de Pedra Bonita!


Jorge460 25/07/2013minha estante
continuação, como assim
?




Caroline 10/02/2023

Culpa, perdão e cangaço
Este livro traz uma ótima ambientação do interior nordestino na época do cangaço. O autor deixa claro que a polícia e os cangaceiros acabam sendo dois lados da mesma moeda.
Gostei de muitas coisas do livro: as cidades do interior do sertão, os romeiros, a boataria, os beatos, o padre abnegado, as carolas, o delegado autoritário, o violeiro, o fazendeiro, a viúva... vários dos elementos obrigatórios do sertão que me fizeram reconhcer muito da minha cidade natal.
Bento é um personagem daqueles que me faz torcer muito para que algo dê certo. É angustiante ver como ele é tratado na cidade e é interessante ver que são o próprio povoado empurra para que o desenrolar final.
Foi interessante notar também que, apesar de a história se mostrar como cíclica, rumando para a repetição dos fatos, Bento toma a ação oposta ao "judas" antecessor.

O autor cria um clima de tensão em que vamos esperando que a qualquer momento ele reaja ou quebre... adorei o espaço para que possamos imaginar o que pode ter acontecido ali, ao fim da história. Por isso, recomendo a leitura!
comentários(0)comente



Lurdes 27/12/2022

Me emocionei e me envolvi demais na estória de Antônio Bento, o Bentinho, nascido em Pedra Bonita e que, com 5 anos de idade, durante a grande seca de 1904, é levado para a Vila do Açu por Padre Amâncio, a pedido de sua mãe, na esperança de oferecer um futuro ao filho.

Padre Amâncio, extremamente generoso, sempre procurou proteger o pequeno Bento, não só da miséria, mas do preconceito dos moradores do Açu que consideram o povo de Pedra Bonita amaldiçoado, devido a acontecimentos do passado que iremos conhecer no decorrer da narrativa.

Não tem como não nos apegarmos a Bentinho e Padre Amâncio.
Acompanhamos a infância e adolescência de Bentinho, que auxilia o padre na manutenção da igreja, cuida dos objetos sagrados e toca o sino diariamente. O sonho de se tornar padre é frustrado por falta de condições financeiras da família e do padre para pagar o seminário.
O contato com a família se dá apenas através das visitas esparsas de sua mãe.
Apenas muitos anos depois Bentinho irá retornar à sua casa e conviver, por um breve período, com os pais e os dois irmãos mais velhos, Domício e Aparício.
Este encontro com suas origens vai revelar a Bentinho a estória da maldição de Pedra Bonita que envolve diretamente sua família.
Alguns fatos novos vão desencadear uma série de mudanças, não só nos membros da família mas na comunidade da Pedra Bonita, profundamente envolvida pelo cangaço como pela repressão das forças policiais, tão ou mais violentas que os cangaceiros.

Não bastassem todos os problemas destas comunidades, envoltas em um contexto de miséria e violência, nos deparamos com um falso profeta que começa a arregimentar uma multidão de fanáticos em busca de milagres que mudem seus destinos e curem seus males, a exemplo do que já ocorreu na região, no passado.

A tensão provocada por estas 3 forças negativas (cangaço + tropas policiais + fanatismo religioso) vai em um crescente que nos provoca muita angústia.

Um livro atualíssimo, já que estamos cercados por forças negativas, de fanatismo, preconceito e violência.

Um dos melhores de José Lins que li.
comentários(0)comente



Ludmilla 21/02/2020

Peculiaridades da época do cangaço.
O livro nos conta sobre as várias facetas do nordeste à época do cangaço: o misticismo, a vida sofrida, a violência e as agruras de todos os lados (povo/cangaceiros/agentes do poder estatal).
comentários(0)comente



Glauber 20/08/2021

Bela história
Sou fã incondicional da Geração de 1930, do Modernismo brasileiro. Sobretudo desse pessoal que escreveu o Nordeste tão profundamente.

Particularmente, considero José Luis do Rego um grande escritor. Gosto da simplicidade da sua escrita, tão lírica e reverberadora de memórias tão palpáveis...

"Pedra Bonita" não é dos seus melhores livros, mas não deixa de trazer uma boa história sertaneja com doses de religiosidade popular e problemas sociais.

Acompanhamos tudo pela visão de um ajudante do padre na vila do Açu, que por ter nascido em Pedra Bonita, é estigmatizado, devido a uma história macabra de fanatismo, que não só marcou aquela região, como está prestes a se repetir, mexendo com a cabeça e o destino daqueles que ele ama.
comentários(0)comente



25 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR