Zancki 03/11/2023
"Eu perdi minha voz, meu amor, minha casa e o meu rumo"
"Os três podem ser perfeitos desconhecidos, com vidas diferentes e problemas diferentes, mas ali, [...] estão medindo a tristeza da mesma forma. Estão medindo em perdas."
O livro todo se passa em um único dia. Ele conta a história do ponto de vista de três pessoas, que através de um acidente, tem as suas vidas entrelaçadas e que aos poucos vão percebendo que para resolver os conflitos de suas vidas, vão ter que contar com a ajuda um do outro.
Esse livro todo é uma grande experiência. A autora trata dos sentimentos dos personagens de uma forma tão precisa e ao mesmo tempo abstrata que acabou fazendo com que eu sentisse pelo menos um pouco do que os personagens estavam passando. E o mais impressionante: ela conseguiu fazer com que o tempo em que se passa a história (1 dia) não fosse um problema para a narrativa e para o desenvolvimento dos personagens no decorrer do livro. A escrita é fluída e em nenhum momento se tornou entendiante (se eu soubesse organizar o meu tempo, teria terminado esse livro faz tempo kkkkk). E o final, galera, foi de tirar o fôlego.
Esse livro mostra pra gente que a perda não precisa se tornar o final de tudo. Que o medo de perder é aterrorizante, sim, mas que a decisão de não arriscar e guardar para sí toda aquela incerteza pode ser bem pior. E que mesmo depois da perda, nós sempre temos a oportunidade de recomeçar, seja se desapegando, jogando tudo pro alto ou encontrando novos propósitos para viver.
"Os segredos entalham fissuras, que se tornam valas, que se transformam em canais, que viram rachaduras, e de repente você está só, sobre um bloco de gelo, separado de todas as pessoas que ama. Já faz muito tempo que ele se sente só. O mais estranho é que hoje, logo neste dia, não está se sentindo."