spoiler visualizarDebinha 03/03/2022
Divã, de Martha Medeiros
Mercedes, decide aos 40 anos iniciar sessões semanais de análise com o Dr. Lopes, para entender expectativas impostas que não condiziam com sua perspectiva de vida.
Ela passou pelas fases que muitos consideram importantes, como casar e ter filhos, no entanto, a meia idade começou a incomodá-la quanto a pressão que enfrenta por não ter mais o que ser vivido, de apenas começar a colher os frutos de toda uma vida e sossegar.
Mercedes é professora, tem como hobby a pintura de quadros e uma amiga de anos, da qual considera sua única companhia feminina; pois seu ambiente familiar da infância ao casamento era totalmente masculino
A vida de Mercedes é vista por terceiros como modelo, por ela ser de classe média, ter uma família bem estruturada e sem problemas externos. No entanto, ao longo das sessões de análise, problemas internos são revelados e os fatores que desencadearam os mesmos como suas insatisfações quanto a sua profissão de professora de Matemática, mesmo após encerrar seu trabalho em escolas e investir em aulas particulares por ser mais fácil e menos cansativo; quanto ao seu casamento de décadas, sem romance, cuja convivência transformou marido e mulher em um casal de irmãos; colocam Mercedes frente à questões internas negadas a si.
Mercedes apaixona-se por outro homem, mas continua mantendo o casamento ?de fachada? , pois suspeitava que seu marido também tinha um caso. Após um tempo, o casamento chega ao fim, mas decidem ser amigos.
O namoro também chega ao fim, e questões quanto a sua vida pessoal e profissional, dúvidas, sofrimentos, medos, limitações passam a ser trabalhadas nas terapias e fazem com que Mercedes aprenda a viver no seu próprio tempo, a ver que sua idade não é um impedimento, a rever seus valores, a questionar seus comportamentos autossabotadores, a viver de acordo com as possibilidades e principalmente aprender a trabalhar suas emoções a seu favor e não contra si.
Divã é um livro que faz o leitor se identificar com Mercedes, quanto aos conflitos do cotidiano, além de desmistificar o papel da terapia, muitas vezes vista como uma alternativa para transtornos ou casos sem solução, sendo apresentada como um processo importante no autoconhecimento.