Divã

Divã Martha Medeiros




Resenhas - Divã


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24/09/2014

Bom
Martha Medeiros sempre tem uma profundidade empolgante. Mas confesso que esperava mais desse livro, acho que Fora de Mim, mexeu tanto comigo que Divã ficou devendo. Mas sempre vale a pena ler essa mestra das palavras.
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Lia Gracy 19/06/2014

Muito bom, leitura leve e descontraída.
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Agatha - @emmeufoco 30/01/2014

Uma comédia bem estruturada
Foi uma agradável surpresa ler este livro, engraçado como a mente da gente funciona não? Ao me falarem que o livro era um monólogo, que não havia uma única conversação entre duas personagens e que o tempo inteiro seriamos apresentados a vasão dos pensamentos por vezes confusos e conturbados de uma protagonista que insiste em não seguir uma lógica, fiquei: “Tem certeza de que você acha que eu vou gostar desse livro pois eu ainda nem li e já estou relutante...”, mas me falaram para insistir e ler que no fim eu iria gostar.
Devo dizer apenas que apesar da demora inicial, sabe aquelas primeiras páginas que você passa lentamente quando não quer ler um livro? Essas aí, bom assim que passei e engajei com Mercedes a leitura foi fluída e eu percebi que o livro era sim muito bom! No fim estavam certos...
“'Divã' conta a história de Mercedes - uma mulher com mais de 40, casada, filhos - que resolve fazer análise. O que começa como uma simples brincadeira acaba por se transformar num ato de libertação - poético, divertido, devastador. Movida pela angústia existencial, que se não é coisa triste tampouco é libertadora, a busca da protagonista de Martha é universal e atemporal - quer descobrir, entre todas aquelas que ela é, quem é a chefe, quem manda dentro dela. Marinheira de primeira viagem em terapia a personagem encara o consultório como se fosse uma espécie de alfândega que vai dar o visto para ela passar para o lado mais oculto de sua personalidade. Na verdade, o mundo inventado por sua protagonista é abertamente inspirado na realidade que ela captura em suas deliciosas crônicas.”
Somos apresentados a uma jovem senhora e por meio de consultas terapêuticas passamos a conhecer uma mulher cheia de vida, dúvidas, alegrias e dores. Em tantos momentos eu me identifiquei com a protagonista, e não, não tenho 40 anos, não sou mãe e não sou casada ou qualquer outra coisa que a ela seja ou tenha feito, mas por vezes me identifiquei com a essência do que dizia e passava.
É incrível como Martha Medeiros conseguiu colocar no papel situações, emoções e ações tão corriqueiras e ao mesmo tempo tão intangíveis! Ficava ansiosa por cada capítulo, pensando “O que Mercedes vai revelar agora?”, e como o tempo passou rápido!!!
Em um virar de páginas tinha se passado anos, nossa protagonista tinha amadurecido e percebido como a vida é imprevisível, como o todo é mais importante que o individual e que não adianta querer entender aquilo que não foi feito para ser compreendido, há coisas que é melhor continuarem o mistério que são.
É um livro bom, realmente gostei, a autora soube como começar, pegou o bonde e desceu no ponto certo, não se atrasou um segundo sequer, isso é importante, a estória tem início, meio e fim, tudo contextualizado, não é o tipo de livro que você acaba e fica se perguntando “Nossa só isso?!”.
Super recomendo, tanto para as mulheres quanto para os homens, apesar deste último grupo talvez apreciar menos, entretanto um compreensão melhor do universo feminino pode ser um bônus bem vindo.
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Jacy Coelho 11/01/2014

Desafio Literário Skoob 2014 - Janeiro (Livro que virou filme
mimimi demais

pronto, resumi o livro.


A história começa bem, no jeito Martha Medeiros de ser, várias frases de efeitos, parágrafos que você se identifica, prometem, parecem até auto ajuda, até aí tudo bem.

"Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu hermafroditismo cerebral. Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher" (p.9)

Os capítulos de Divã são sempre as sessões de Mercedes com seu teraupeuta Lopes.É um monólogo, nada contra o formato, mas pra mim, o problema é que faltou ligação entre um capítulo e outro, e aí parece que estou lendo contos. Eu não sei quanto tempo se passou entre uma sessão e outra (e no meio do livro, já se passaram dois anos). Inclusive, as separações dos capítulos são claramente dividas por tema (filhos, traição, separação, menopausa,etc...)

Então o livro se tornou cansativo, e sinceramente, não consegui enxergar a Mercedes nada menos como uma dona de casa bem de vida cheia de mimimi. E acabou se tornando mimimi demais pra eu acompanhar, uma pena, já que a personagem criada prometia ser espetacular.

Um adendo sobre o filme. Tive que assistir e tirar minhas próprias conclusões e nossa, nunca vi rebaixarem tanto assim um personagem. A Mercedes no livro, pode até está cheia de mimimi, mas tem uma personalidade impar, nunca seria a Mercedes do filme que gritaria que nem uma criança mimada "repica, repica". Achei o Ó. E o fato de terem dado voz a outros personagens fez o filme parecer uma grande comédia pastelão.

Martha Medeiros escreve bem, é inteligente e nem de longe eu diria, "não leia esse livro". Ele pode servir muito bem pra outras pessoas, e às vezes, tudo depende de fase...
Flávia 11/01/2014minha estante
Pois é, a sensação que tive que eu vou me identificar, eu vou,eu vou mas quando chega, nada. Não sei se leria. Nossa, o filme destruiu assim o livro. Só VI o filme e realmente puxa para comédia. Beijos


LUA 11/01/2014minha estante
Eu gostei muito do livro, acho que Mercedes tem um ótima personalidade e os conflitos dela, são conflitos por quais muita gente passa e eu me identifiquei com alguns. O filme destruiu o livro, nem parece inspirado no mesmo...gostei da resenha.
bjs


Luna 12/01/2014minha estante
"mimimi demais
pronto, resumi o livro."
heiehiehiehiehiehiehieheheiheie... \o/

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E sim, tudo depende da fase... fui ler, mas não fez meu estilo =/ Acabei trocando com uma amiga q adorou ^^




Léia Viana 19/12/2013

“Saudade a gente tem é dos pedaços de nós que ficam pelo caminho.”
Eu fui na contramão, como fã de Martha Medeiros, assisti primeiro ao filme, uma, duas, três vezes ... Perdi as contas de quantas vezes assisti e deixei crescer o medo (que já existia e não sei explicar bem o porquê), de ler o livro e correr o risco de ficar desapontada como foi o caso de “Selma e Sinatra”. Para minha surpresa, Divã é uma obra interessante, auto-reflexiva e muito bem escrita.

“O inferno não são os outros. O inferno são os outros sem atrativos para mim.”

A identificação com o texto foi imediata, é um livro de razão, de sentimentos expostos abertamente que não dói, nos desvenda o que andava pela superfície e ignorávamos.

“Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.”

Esta é uma das poucas exceções em que o livro é diferente do filme, mas o conteúdo é igual, o que muda é a maneira expressada, e tanto um quanto o outro valem a pena. Contraditório? Explico-me melhor: no filme, conseguimos rir, nos ver em algumas falas / situações, pensar e sentir-se leve. No livro a leitura nos tira do lugar comum, e ficamos remoendo a leitura, os trechos que nos emociona por um longo tempo, e exatamente por isso é que o livro e o filme são iguais, guardando-se as diferenças como nos toca e de como é abordado.

"O mundo progride, progride, progride e quando vamos analisá-lo no ato final, ele se apresenta o mesmo, estancado há seculos numa única e incorruptível verdade: segue sendo o amor a coisa mais revolucionária que há. Independentemente de tudo o que existe, é o amor que transforma, irrita, movimenta, embeleza, enfeia, impulsiona, destrói, liberta e prende. Em sua órbita, apenas distrações.

Fiquei muito feliz em ler algo tão profundo, amadurecido como esta narrativa, especialmente por ser escrito pela Martha Medeiros. Leitura recomendada!
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Flavinha 04/10/2013

Auto-retrato
Foi exatamente esta a sensação que tive com este livro: de que Martha Medeiros (brilhante, diga-se de passagem) escreveu um auto-retrato meu (e creio que de quase todas as mulheres) em forma de romance! Assisti o filme no cinema e apesar de ter gostado muito,nunca cogitei a leitura da obra que o inspirou - até encontrá-la dando sopa numa banquinha de livros usados no Centro da cidade; Comprei pra dar de presente pra minha mãe, que depois que terminou deixou o livro na minha estante pra quando eu quisesse ler, que foi o que ocorreu no dia de ontem: Sim, eu disse ontem! Sim, eu li em 1 dia estas 154 deliciosas páginas! (Já me aconteceu antes, mas fazia tempo que não se repetia)
Mercedes são várias mulheres vivendo dentro de uma só, como ela mesma se define; É divertida, dramática, insegura, batalhadora, feminina, "muié macho, sim senhor!", tudo ao mesmo tempo. E como eu disse, é um auto-retrato meu e de tantas outras mulheres que são tantas em uma só e passam a vida inteira tentando encontrar sua identidade real, que na verdade é exatamente esta: todas elas!
O livro é feito em forma de monólogos engraçados, sensíveis, emocionantes, divertidos... o final feliz? Sim, ele está aí: ao final de cada dia, do jeito que ela, eu e você fizermos.
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Queria Estar Lendo 22/08/2013

Só mais um - Divã
Só mais um: Divã
Link oficial da resenha: http://goo.gl/EAxwoc

A resenha de hoje é sobre um livro que foge um pouco do que foi apresentado até então por aqui. Estou falando do livro Divã, da autora Martha Medeiros, que já foi adaptado para as telonas tendo Lília Cabral no papel de Mercedes, nossa protagonista, e que é um dos maiores sucessos das redes sociais no que diz respeito a citações. É difícil achar alguém que nunca tenha se deparado com qualquer citação de Martha Medeiros em sua timeline no facebook, sendo a maioria delas originárias do livro em questão.

O livro é narrado pelo ponto de vista de Mercedes, uma mulher que, como a própria sinopse já diz, tem mais de quarenta anos, casada, tem filhos, e resolve fazer análise. O motivo nem ela sabe ao certo, é mais sobre uma inquietação, ou, como ela mesmo diz: o medo de ser feliz para sempre. Mercedes já passou pelas fases da vida que os demais julgam como as mais importantes, agora está chegando a hora em que todos esperam que não tenha mais nada para ser vivido, que é hora de apenas colher os louros de todo uma vida e sossegar. Mas talvez ela não queira isso, porque essa felicidade a qual os outros pintam não é o modelo de felicidade que ela quer para si.

Não existem diálogos no livro pois ele nada mais é do que o relato de Mercedes ao seu analista, Dr. Lopes, o que nos possibilita entrar na cabeça da personagem e viajar junto com ela em cada consulta. O leitor assume o papel de Lopes, como ela passa a chamá-lo, sendo ele seu ouvinte e confidente. Ao fazer isso Martha possibilitou que uma relação fosse criada entre personagem e leitor desde as primeiras palavras até as últimas.

A história se passa desde a primeira até a última consulta da protagonista, e durante esse tempo vemos todas as mudanças, essas nem um pouco pequenas, que ocorrem em sua vida. Mercedes deixa de ser apenas mais uma para se tornar alguém, ela para de cumprir as expectativas dos outros e passa a viver de acordo com as suas expectativas. É claro que nem tudo são flores, existem altos e baixos durante esse processo de mudança, mas o simples fato de ela ter mudado já vale todo o processo em si.

Divã não é um livro sobre acontecimentos, sobre fatos. Longe disso, Divã é um livro sobre pensamentos e sentimentos. Um livro interno e não externo, diferente dos demais. É tão fácil se identificar com a personagem que chega a assustar, não é de estranhar que milhares de pessoas compartilhem trechos do livro. Em algum momento do livro, seja logo na primeira página, no meio ou até mesmo no final, você vai parar e pensar: ei, isso parece tanto comigo. Parece que foi escrito pra mim.

E isso é unânime, pois Divã é um livro universal. Independente da idade, do sexo ou de qualquer outra distinção, ele é um livro que fala pra todos. Como já deve ter ficado mais do que óbvio, sou uma apaixonada convicta por esse livro tão perfeitamente escrito por Martha Medeiros. Quem nunca leu, deveria. Divã mudou minha vida, e com certeza fará o mesmo com qualquer um que o ler.

Depois de tudo isso, só me resta dar seis estrelas para este que é um dos meus livros favoritos!

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Gostou da resenha, quer mais? Então acesse o blog 'Só mais um' e venha viver este vício conosco! :)

Esta resenha foi feita por Eduarda Henker, membro do blog 'Só mais um', e a reprodução integral ou parcial da mesma é proibida. Plágio é crime.

Só mais um
http://migre.me/akZTi
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Sayonara 14/07/2013

Uma verdadeira ida ao psicanalista!
O livro tem passagens que realmente nos fazem refletir e nos identificar com nós mesmos, e faz-nos criar um novo "eu". Mas no geral, achei a protagonista exagerada demais, complicada demais, indecisa demais e acomodada demais, o que me deixava revoltada em certas partes do livro. E imaginar que há milhares como ela é por ai, no mundo.. a nossa volta...
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Catharina.Mattavel 18/04/2013

Divã
Muito bom! Um livro que me fez refletir bastante sobre o dia a dia e o que pensamos sobre muitas coisas.
É bem rapidinho de se ler, e fácil de entender. Ás vezes chega até nos prender na leitura.
Enfim, recomendo.
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Rafael Revadam 02/03/2013

Divã: Turbilhão Coletivo
Antes de iniciar a resenha, gostaria de acrescentar que esta foi a terceira vez que li Divã. Ao afirmar isso, já transponho a qualidade da obra – ninguém lê um livro ruim três vezes, não é? O fato é que resenhar uma obra que já foi devidamente devorada é muito mais difícil do que resenhar uma obra recém-conhecida, pois fica este desejo de narrar o prazer que ela traz, o prazer que me fez repeti-la tantas vezes.
“Quero saber, entre todas aquelas que sou, quem é a chefe, quem manda dentro de mim. Me confundo com tanta autoridade, já não sei bem a quem obedecer”
Divã conta a história de Mercedes, uma mulher de quarenta e poucos anos que resolve um dia fazer terapia. O fato é que ela aparentemente não teve nenhum motivo específico para abrir sua mente a um psicólogo, ela simplesmente decidiu e foi.
No decorrer de suas consultas, Mercedes começa a se colocar em dúvida e questionar o modo de viver. Se no início a personagem narrava sua vida com uma autoconfiança inabalável, no avançar das páginas as perguntas surgem e toda sua vida perfeita desaba, mostrando raciocínios deliciosos.
“Não quero investigar nada, não quero concluir nada. Talvez não seja uma atitude esperta de minha parte, mas compreenda, Lopes, é preciso um pouco de segredo e de mistério para fazer as coisas parecerem maiores do que são”.
O grande destaque dessa obra é o modo como foi escrita. Sempre na primeira pessoa, o livro ganha forma de um monólogo, no qual cada capítulo retrata uma das consultas de sua protagonista. Esse modo de escrever faz com que você se coloque como a personagem e se identifique com tudo o que ela diz.
Por fim, é valido concluir quer ler Divã é a própria terapia, é o se analisar pela voz dos outros. E não, você não precisa dizer nada. A consulta é de Mercedes, mas o diagnóstico é de todos.

http://criticoteca.wordpress.com/2013/03/02/diva-turbilhao-coletivo/
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Sally.Rosalin 15/01/2013

A Mercedes que há dentro de cada uma de nós
Uma surpresa literária no início do ano. Como não gosto de ler o livro após assistir o filme, daria esse livro (que já era presente de alguém pra mim) a uma colega do trabalho. Na força da curiosidade comecei a ler e caramba! Mercedes sou eu! Como assim?! O filme simplesmente não foi fidedigno ao livro, não expressa tudo que Marta Medeiros transmite.

Mercedes é uma pacata mulher, externamente. O livro é um dialogo com seu terapeuta em um momento tranquilo da sua vida. Dentro dela existem várias mulheres, conflitos e certezas. Mãe de filhos já criados e casada com Gustavo, analisa sua vida a partir da normalidade e da necessidade de sair do senso comum.

Mercedes precisa sair da zona de conforto para poder se descobrir. Criada sem mãe, acredita que as dores que deveriam ser permitidas na infância, saem do profundo para o raso da sua existência.

Mercedes passa pelo adultério sem culpa, pelo divórcio sem traumas e pela perca de sua grande amiga Mônica sem incertezas quanto à vida. Um livro que indico para todas as mulheres que necessitam de palavras para descreverem o turbilhão de sentimentos contidos dentro de si.
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Silvana (@delivroemlivro) 14/12/2012

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
Então acesse o Coleção de Frases & Trechos Inesquecíveis: Seleção dos Leitores: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2012/12/diva-martha-medeiros.html

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Tks!
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GilbertoOrtegaJr 10/12/2012

Divã – Martha Medeiros

Eu realmente gostaria de ter um motivo mais inteligente ou diferenciado para comprar, e ler, este livro... Mas a verdade é que eu não tenho uma justificativa, além da minha clássica: vi um pedaço do filme na televisão, mas como prefiro ler o livro a ver o filme foi o que fiz, o comprei e guardei durante um bom tempo, e somente agora me sobrou tempo pra que eu pudesse ler ele.
Mercedes é uma mulher, de quarenta e poucos anos, que decidi fazer análise, isso a leva e pensar e repensar sua vida e condição, o que resulta sempre em mais dúvidas do que respostas. Porém é como se ela passasse a se descobrir mais, a tirar o conforto da prioridade... É com se ela decidisse pensar isso é confortável, não machuca ninguém, mas me faz feliz?
O que me ajudou muito a gostar facilmente do livro é que há uma empatia muito grande entre o texto de Martha e o leitor, não no sentido de sei como uma mulher de 40 anos se sente, mas no de muitas vezes pensar isso é tão simples e comum que poderia ter acontecido comigo ou com qualquer um.
“Nunca assisti a um atropelamento. Nunca fui cantada por um amigo de um filho meu. Nunca fui assaltada. Nunca ganhei um concurso. Não saberia dizer qual seria minha reação diante disto tudo. O que eu vivi até hoje foi o que costuma ser vivido por todos...”
(Página 167)
Todos os capítulos são curtos de no máximo quatro páginas, e vão desfilando acontecimentos que vão desde lembranças do casamento dela, passando por perda de virgindade, morte de pessoas próximas, amantes, relacionamentos com parentes que ela não se dá muito bem, e tudo isso vem mesclado com reflexão e bom humor.
“‘ De uma hora pra outra, meu corpo mudou, fiquei mais matrona e menos temperada. Eu que dormia de cobertor em fevereiro, passei a sonhar com frigoríficos e excursões pela Sibéria.”
(Página 140)
Ouvi muito falar que ele dava pra ser lido em uma sentada, mas eu preferi ler alguns capítulos e tomar um ar pra que tudo fosse se encaixando de forma calma e natural em mim. Como se fosse constantes mergulhos na alma de alguém, e assim como mergulhar na água exige que voltemos pra respirar, tive que sair pra fora do livro pra ir tomando fôlego e deixando tudo se encaixar em mim. E acabou que não tinha notado até agora que fiz esta resenha, o quanto o livro se encaixou em mim de uma forma positiva.

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W Nascimento 09/12/2012

Um livro para Mulheres, e homens também
Martha Medeiros é uma das vozes feministas mais importantes da literatura brasileira. Uma das primeiras autoras interessadas em explorar e divulgar o universo da mulher em suas obras. Todavia, o que poderia ser um verdadeiro “pé no saco” para qualquer leitor masculino, torna-se algo tragável e até mesmo compreensível, dado a habilidade da autora em combater o machismo sem necessariamente apontar e culpar toda a raça masculina pelos infortúnios da mulheres ao longo dos séculos. Algo que normalmente outras feministas fazem de sobra.
Narrado em primeira pessoa, o leitor toma o lugar de Lopes, psicanalista que tem de escutar durante as 170 páginas de Divã as loucuras e paranoias de Mercedes. Uma mulher de meia idade, divorciada, com filhos já criados e que recentemente começa a redescobrir os prazeres que julgava enterrados para sempre.
Entre amantes cada vez mais novos, amizades importantes e lições e aprendizados que obtém seja através de outros, seja por via de suas próprias reflexões, a personagem principal vai traçando um mapa de autoconhecimento que acredito tocar a fundo grande parte dos leitores desta obra. E mesmo aqueles eu não possam se identificar completamente com a personagem, seja pela sua idade, ou por seu sexo, ainda sim poderão se condizer dela se encararam o trabalho de mente aberta.
“Divã” é sem dúvidas um trabalho agradável, com uma escrita suave e bons momentos de humor e drama. Uma leitura ágil, mas que permite momentos de reflexão, com monólogos passados, mas que não se deixam cair completamente em clichês. Um livro que vale a pena ser lido, seja por homens ou mulheres, que queiram ou não explorar o universo feminino. Na verdade, um aviso é importante ser deixado para aqueles que procuram a obra de Medeiros atrás de respostas para problemas pessoais ou de suas cônjuges: desista. Pois nenhum autor, por melhor que seja, poderá dar tais soluções.

Willian Nascimento.
Autor dos livros "O Véu" e "De Corpo e Alma"
Esta e outras resenhas você encontra em:
http://pordetrasdoveu.blogspot.com.br/
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