Rafael.Montoito 22/12/2023
Um livro que ilumina o leitor
Virginia Woolf tem uma escrita única e mágica, que transcende as páginas do livro para fazer, de cada parágrafo, uma obra de arte; poucos escritores vão tão longe no potencial da linguagem quanto ela, e este "Ao farol" é uma prova incontestável disso.
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Neste romance, a história gira em torno da família Ramsay, a qual passa um período reunido na sua casa de campo, na ilha de Skye (Escócia), hospedando vários amigos. A personagem principal - o "farol" da família - é a matriarca da família, que faz o possível para lidar com ar soturno do marido, com as necessidades afetivas de seus filhos, e com as diferentes opiniões que os convidados - sendo a pintora Lily Briscoe uma das personalidades mais interessantes - trazem à tona.
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O romance, de tom profundamente introspectivo, é divido em três partes, sendo que a segunda "atravessa" o leitor com força. Nela, a propriedade ganha centralidade na história, quando são descritas as transformações por que passa ao longo dos anos que demarcam a Primeira Guerra Mundial. Não só a casa se transforma, envelhece e rui: membros e amigos da família adoecem, envelhecem e morrem (poeticamente, é verdade).
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Se houvesse um museu para livros, "Ao farol" deveria estar exposto, com destaque, nele!