spoiler visualizarNominável 07/01/2024
Eu juro que não sabia
Achei que seria um livro com conselhos para se desviar do niilismo. É muito mais que isso, inclusive digo que esse livro deve ser lido em parceria com o do Soljenítsin "O arquipélago Gulag" por tratarem de eventos parecidos. Eu não sabia quem era Viktor Frankl e que esse homem lidou com quatro campos de concentração.
Este é mais um daqueles livros que se qualquer evento tivesse sido diferente esse livro nunca chegaria em nossas mãos.
O livro não foca em narrar o que se fazia no holocausto, isso já bem sabemos, mas foca em mostrar o aspecto psicológico de alguém ali sob tortura física, psicológica e tendo perdido tudo na vida e sem expectativa nenhuma de sobreviver.
Imagine desde a hora que levanta até a hora de dormir você é escravo e se sequer passar o braço na testa pra suspirar já está levando porrada, se ficar doente, morte. Alimentação só uma sopa rala e um pedaço de pão que mal tem calorias para repor o que se perdeu trabalhando. Claro que o autor por ser médico teve alguma vantagem, não como os Capos, mas teve.
Imagine você preso em Auschwitz, e consegue por algum mérito em ter sido bom escravo, ganha ali dois cupom que troca por 12 cigarros, cada um desses cigarros dá pra trocar por um prato de sopa, mas agora pare e pense... A pessoa que trocou a sopa ficou sem comer e, se trocou a comida por um cigarro é porque já desistiu da vida e quer morrer. Os doze pratos de comida a mais pra ele teve consequência para outros.
Enfim, o ponto é, aquele sofrimento ali era inevitável, eles não tinham o que fazer para mudar o sistema, só restava então mudar a si mesmos e foi o que Frankl passou a observar: O que mantinha as pessoas a querer "ficar"? E ele desenvolve o que chamou de logoterapia, que aliás quero ler mais sobre.
Gente, perto desse cara a gente não sofreu nada, Life's good.