Gabe | @cafecomgabe 20/03/2019
Amelia Moura é uma jovem que dá aulas de literatura por paixão, veio de uma família influente. Seu pai, um importante deputado em Curitiba tem um nome e reputação a zelar e criou Amelia e Gustavo para serem os filhos perfeitos. Mas as escolhas de Amélia nunca pareceram agradar nem o pai e nem a mãe, tendo então que se "desvincular" da família logo cedo em busca de independência.
Amélia é noiva de um grande empresário da região, um homem que desperta o interesse nas pessoas logo de cara, principalmente das mulheres. A vida de Amélia tem tudo pra ser perfeita, até que num fatídico dia ela chega ao fim.
Amélia some repentinamente, é procurada por meio de uma grande investigação mas que por fim é logo arquivada, chegando a conclusão de que ela simplesmente fugiu para reconstruir a vida. O jogo vira quando após uma grande tempestade numa região mais afastada da cidade, o corpo de Amélia é encontrado enterrado na lama com várias marcas de agressão. Rapidamente o caso retorna à mídia e a competência da policia é questionada. Caberá a delegada Ana Cervinski e o policial Júlio Bragatti desvendar os mistérios desse homicídio.
Brilhantemente escrito intercalando a investigação atual narrado em terceira pessoal com capítulos apresentando o passado de Amélia narrado pela própria, a autora soube como conduzir um suspense policial pra ninguém botar defeitos. A evolução da trama é totalmente instigante, o desenrolar das pistas nos deixa totalmente imersos na história buscando a cada capítulo as respostas para o grande mistério que envolve a morte de Amélia.
Mentiras, traições, relacionamentos abusivos, descobertas, sentimentos conflitantes, família, aceitação... esses são só alguns dos temas que a autora insere na história trazendo um pacote completo recheado dos mais diversos elementos indispensáveis para se construir um bom drama e levantar críticas sociais pertinentes.
Terminei a leitura totalmente surpreso com a qualidade da escrita e com o final totalmente imprevisível ao qual somos atirados, nos fazendo questionar até que ponto uma pessoa cuja mente foi corrompida com expectativas alheias pode se tornar tóxica e fora de si.