Resenhas - Na Pior em Paris e em Londres

AndreCF 01/02/2021

Orwell - Na Pior em Paris e Londres
Gostei bastante do livro. A leitura é impactante em alguns momentos e achei bastante relevante entender um pouco mais sobre as relações de trabalho na França e os hábitos dos mendigos ingleses. Pretendo ler outros livros do Orwell com a escrita mais puxada para o jornalismo. Achei bem corajosa a postura de relatar situações como um espectador que se coloca na mesma posição dos indivíduos a serem analisados, principalmente quando as situações são tão extremas quanto as descritas. Me admira muito a escrita e a militância do Orwell. O único problema pra mim são os inúmeros termos escritos em francês sem que haja um glossário ou notas de rodapé. Isso quebrou um pouco meu ritmo de leitura. Mesmo assim recomendo bastante o livro

Juliana Tavares 05/02/2021

História da vida real na década de 1920
Quem conhece o trabalho de George Orwell com base nos clássicos "1984" e "A revolução dos bichos" pode estranhar um pouco a dinâmica de "Na pior em Paris e Londres".

Isso acontece porque o livro é mais um relato, ou um "diário de viagem", do que uma história fictícia. Mas esse detalhe não tira em nada o aspecto profundo e real das situações descritas no decorrer do livro.

Também achei muito bacana a ideia de viajar no tempo. Como a história se passa no final da década de 1920, muito do que é relatado ali é bastante datado dando-nos a oportunidade de conhecer uma Paris e uma Londres que não existe atualmente, mas que certamente carrega em si muitas marcas daquela longínqua época.

Maninha 24/11/2021

Na Pior em Paris e Londres
Foi minha primeira experiência com o autor e estou profundamente encantada. Ele passou o sentimento da trama, me fez sentir como se eu tivesse sem um tostão. Estou animada para ler outras obras de George Orwell!

Mel 17/02/2022

A incrível narrativa de um jovem inglês sobre sua experiência miserável nas principais capitais da época: Paris e Londres

Analice.Comassetto 27/03/2022

Como em 1984 e a Revolução dos bichos, Orwell mais uma vez conseguiu entregar com uma escrita simples e sensível a realidade, inclusive por ele mesmo vivenciada em um período de vida, de outras verdades de Paris e Londres além das responsáveis pela fama e glamour de cada. Sem requinte nenhum, vemos os bastidores de restaurantes - funcionários e patrões, ruas, preconceitos e desprezos provavelmente até hoje atuais e mais intensos.

Ansiosa pela leitura dos seus próximos títulos!

Thiago662 13/07/2022

"O mal da pobreza não está no sofrimento que impõe ao homem, mas no apodrecimento físico e espiritual que provoca".

Essa é, juntamente com Lutando na Espanha e Homenagem a Catalunha, mais uma obra essencial para compreensão dos fundamentos e influências presentes nas obras mais conhecidas de Orwell (1984 e Fazenda dos Animais). Por algum tempo, Orwell viveu no submundo de Paris e Londres. Como mendigo ou lavador de pratos sentiu na pele a exploração (jornadas de trabalho excessivas) e as péssimas condições de vida de milhares de pessoas nas duas capitais (os relatos de dias sem comer e seus efeitos sobre o corpo).

O suposto luxo de uns, necessariamente significa a exploração de outros tantos. Sobre isso, vale uma lida mais atenta dos capítulos 22 e 36 e sua análise atenta.

São descritos personagens interessantíssimos como Boris, Jules e Bozo, o pintor de calçadas que admirava as estrelas. Para Orwell, a pobreza aniquila o futuro. Alguns passam a viver apenas para tentar comer e para se mover, com raras exceções, se perdendo, se alienando.

A partir de sua leitura consegui compreender a noção de socialismo enquanto solidariedade, compartilhamento, companheirismo presentes, por exemplo, n'A Revolução dos Bichos (Sansão, o trabalhador incansável e devotado, disposto a se doar ao outro, tão contrário ao socialismo de Estado). Mesmo com pouco, muitos dos pedintes que passaram pelo caminho de Orwell dividiam.

Guilherme.Pimenta 16/08/2022

George Orwell amassando como sempre
George Orwell nos traz nesse livro uma retratação da pobreza extrema vivida em Paris e em Londres.
De escrita leve, Orwell nos faz ficarmos tao imersivos no texto que as vezes me via angustiado pelo fato de ele nunca sair dessa situação, sempre indo de mal a pior. Descrevendo os seus dias como mendingo vemos o quanto é difícil e como são menosprezados. Mesmo sendo iguais a todos nós, as vezes os tratamos como se eles fossem vagabundos por opção ou por que é uma vida mais fácil sair pedindo do que trabalhar, as vezes podemos encontrar pessoas que realmente são assim, mas geralmente estamos equivocados.
Trabalhando em Paris de forma desumana, com cerca de apenas 5 horas de sono e o resto de trabalho, não foi possivel aguentar essa rotina e logo se mudou para Londres, onde teria uma oportunidade de melhora de vida, porem teria que esperar mais um pouco e foi vivendo como mendigo até esse dia chegar.

Esse livro nos faz olhar com mais carinho para as coisas que temos em casa, que muitas vezes reclamamos da vida boa que a gente leva se comparado com outras vidas(não acho muito interessante ficar se comparando com outras experiencias de vidas, mas algumas valem a pena).

Milena 31/12/2022

"Esse é o mundo que espera por você, se ficar sem um tostão"
O que dizer deste livro?

Na Pior em Paris e em Londres é uma ótima leitura para se aprofundar na mente de George Orwell e entender o que se passa em seu mundo, isso é, o mundo dos miseráveis, da pobreza e principalmente dos moradores de rua, onde Orwell decidiu passar a maior parte do tempo e vivenciar na pele como é ser visto como um "párea" na sociedade. Como é viver sem um tostão, como é pelejar para conseguir comida, como é passar fome da maneira mais cruel possível. Orwell nos apresenta a um mundo do qual, muita das vezes, não costumamos olhar com bons olhos. Ou, muita das vezes, nem ao menos nos damos ao trabalho de olhar. A lição que fica no final da leitura é a seguinte: não faça uma refeição em um restaurante chique, e NUNCA rejeite panfletos.


Recomendo demais esse livro!

Rafaella270 30/01/2023

O livro é exatamente o que promete, um relato leve de um homem de classe média alta, sobre um período no qual viveu na pobreza (em Paris) e na extrema pobreza ( em Londres). Um retrato profundo e intimista sobre a vida das pessoas que vivem em condições precárias nas mencionadas cidades. Não é um texto jornalístico, é uma narrativa sem floreios, sem grandes picos nem conflitos, porem surpreendentemente intrigante

Ãris s.s 26/02/2023

Surpreendente
Um dos melhores livros que já li. Na pior em Paris e Londres é um livro que retrata a desigualdade social em que não só o protagonista mas vários outros personagens foram vítimas. Este livro me fez pensar e repensar várias ideias que eu tinha e também me deu novas opinião nas quais jamais havia imaginado. Espero que este livro chegue na maior quantidade de pessoas possível para que elas possam obter os conhecimentos que esse livro traz

Lana 30/05/2023

Meu primeiro contato com o autor... e foi fascinante.

O modo como ele descreve o sofrimento, a dificuldade...
Não é cômico, mas às vezes te traz essa sensação. De um desespero enjaulado.

Uma rotina tão comum para tantos e extremamente cruel.

Ver o outro como humano não deveria ser tão difícil, levar em conta os sentimentos alheios, além da classe social, deveria ser comum.

A proximidade que você sente com as diversas pessoas apresentadas por George é enervante.
Você sente como se fosse você ali, sofrendo tudo aquilo e perde a esperança, tanto quanto os personagens.

As risadas de descrença, a sensação irônica, tudo parece cômico, mas não em seu sentido real, o de ser engraçado.
Mas no de ser quase uma piada, uma sociedade que não olha para quem mais precisa, para quem mais deve ser visto e ajudado.

O peso que lhe reprime em pensar que um livro antigo... infelizmente ainda é atual.
E provavelmente seguirá sendo.

Karla.Fortunato 30/11/2023

Beeeem ok
Para quem tem A revolução dos bichos e 1984 na carreira esse livro é bem ok. Uma história por muito engraçada, mas que no geral não me cativou.

JéssicaPrado 18/01/2024

Esse livro me fez refletir bastante. Gostei da abordagem sobre a pobreza e as condições de vida e trabalho de grande parte da população de Paris e da Inglaterra. Bem diferente da realidade que conhecemos e da visão que tive quando visitei essas cidades recentemente como turista.

"Aqui está o mundo que espera por você, se você estiver sem um tostão."

xLeoSaraiva 27/02/2024

"A pobreza liberta [as pessoas] dos padrões usuais de comportamento, assim como o dinheiro liberta as pessoas do trabalho".
"Na Pior em Paris e Londres", de George Orwell, é mais uma obra brilhante e curiosamente ofuscada pelo sucesso de outras duas grandes obras do mesmo autor: "A Revolução dos Bichos" e "1984".
Neste livro, conhecemos uma parte da história do então Eric Arthur Blair, um aspirante a escritor que narra uma trajetória de vida extremamente difícil nos subúrbios das grandiosas Paris e Londres. Ao longo do texto, Orwell não apenas aborda a disseminação da pobreza e da desigualdade enquanto produtos de um sistema econômico, como também discute e problematiza algumas de suas principais consequências, como a fome, a insalubridade urbana e a mendicância.
Um diferencial de "Na Pior em Paris e Londres" em relação a outros livros da obra orwelliana reside no caráter autobiográfico que a história tem. O começo, o meio e o fim da narrativa estão voltados à descrição de um estado de coisas que impressionaria qualquer leitor contemporâneo: desde a más condições em que viviam aquelas pessoas, até a exaustiva jornada de trabalho de quinze a dezoito horas sobre as quais elas estavam submetidas.
Seja por debater a temática da fome, seja por descrever os percalços de uma vida marcada pela instabilidade financeira, "Na Pior em Paris e Londres" muito se aproxima de "A Flor na Inglaterra", uma ficção narrada em terceira pessoa que já tive a oportunidade de escrever uma resenha aqui no Skoob (https://www.skoob.com.br/atividades/post/user/659224d46668174c228b4ea7).
Tendo em vista as reflexões e risos que a leitura pode proporcionar, além de minha clara fascinação pessoal pelo autor, deixo aqui a minha recomendação. Se estiver na dúvida entre dar ou não uma chance ao livro, comece pelo capítulo 22, depois retorne para o início. Garanto que terá uma experiência incrível e sem spoilers ao desfrutar de desta genialidade transcrita em forma de romance autobiográfico.

SARAIVA, L.