Dai @veraaode92
04/07/2021Tegan estava grávida de seis meses quando sofreu um acidente de carro e perdeu o bebê. A gravidade foi tanta que tiveram que retirar seu útero também. Nevava na hora do acidente, a rua estava bastante escorregadia, mas nada disso faz tirar a culpa que ela joga em cima de seu marido Gabe. Afinal, era ele quem dirigia o carro, e não estava com as duas mãos nos volantes, porque comia balas de açúcar. Essa é a única lembrança que ela tem do pior dia da sua vida.
Já se passaram três meses desde o acidente trágico que tirou a vontade de Tegan de viver. E cada vez que Gabe tenta ajudá-la a melhorar, é sempre um motivo para ela acusa-lo de seu mal estar. Mas, quando ele sugere que ela escolha 3 coisas para fazer do "pote dos desejos" que criaram juntos há um tempo atrás, ela acaba aceitando. E juntos eles embarcam em uma viagem de seis semanas, que pode trazer a felicidade de volta à vida de Tegan ou levá-la de vez ao fundo do poço.
Minha opinião
Se apaixonar por Tegan e sua história não vai ser tão fácil e nem de primeiro momento. Isso porque o livro já se inicia com o acidente que tirou o filho de Tegan e toda a possibilidade de ela engravidar de novo. A raiva que ela sente de seu marido, Gabe, por essa tragédia também só nos faz sentir antipatia por ela e acreditar que ela não passa de uma mulher bastante egoísta. Afinal, Gabe também era o pai do bebê, e com certeza ele se sente culpado, ela não precisa dizer isso a todo momento.
Contudo, não é muito difícil entender seus momentos de extremo estresse e como ela chegou em uma depressão profunda. No início do livro, ela está em fase de negação. Não aceita que tem depressão, muito menos que tentou tirar a própria vida em decorrência. E por conta desse início, a história tem seus primeiros capítulos bastante intragáveis, e se você tem gatilhos favoráveis a depressão, eu não te recomendo este livro.
Quando Tegan aceita fazer a viagem que Gabe propõe, consequentemente acabamos torcendo por ela e para que ela encontre o perdão de que precisa e também paz. Pois são vários momentos de lutas contra seu próprio bem estar. Momentos esses que alcança picos altos e baixos aos extremos. E por isso, mais do que uma linda história de vida, Vem Comigo é também uma história de absolvição e de esperança. Uma busca por uma felicidade que parece tão distante.
A história é narrada somente do ponto de vista de Tegan. E ela se divide entre o presente e lembranças que a protagonista vai tendo ao decorrer do livro. Lembranças que não seguem uma ordem cronológica. O que de primeiro momento pode ser um pouco confuso, mas quando se entende a escolha da autora por esse tipo de narrativa, tudo faz total sentido.
De todas as resenhas que ouvi e li, e pela própria sinopse eu jamais esperei uma história tão densa quanto foi a leitura para mim. Em nenhum dos casos, foi mencionado que o tema depressão estaria tão presente, e por isso, Vem Comigo foi ao mesmo tempo que uma leitura sofrida, foi também o interessante. Um livro que comecei com vontade de largar, acabou me surpreendendo em seu desenvolvimento e terminou sendo uma leitura inesquecível.
Este é um daqueles livros que eu gostaria de indicar para todo mundo. No entanto, não são todas as pessoas que podem lê-lo. E não por não gostar do gênero ou algo do tipo, porque dúvido que essa história não seja capaz de mexer com o coração mais duro que exista. Mas sim, por que realmente a depressão é bastante presente. E pessoas vulneráveis a ela, devem tomar cuidado com a leitura. Por isso, eu ressalto que se você é uma dessas pessoas, infelizmente não te recomendo a leitura. Mas, se não é ou se considera-se forte o bastante, siga em frente. Este livro vai te deixar sem fôlego.