A ridícula ideia de nunca mais te ver

A ridícula ideia de nunca mais te ver Rosa Montero




Resenhas - A ridícula ideia de nunca mais te ver


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Bookster Pedro Pacifico 22/09/2023

A ridícula ideia de nunca mais te ver, de Rosa Montero
A obra da autora espanhola Rosa Montero vem conquistando muitos leitores aqui no Brasil. Resolvi ler “A ridícula ideia de nunca mais te ver” por três motivos. Em primeiro lugar, eu recebia muitas indicações dos seguidores, que haviam ficado apaixonados pela obra. Em segundo lugar, a presença do tema do luto nas páginas da narrativa. E, por fim, esse título sensacional!

Mas para a minha surpresa, nem boa, nem ruim, Rosa Montero escreve um livro que vai muito além da perda (diferentemente do que propõe a sinopse). É até difícil de encaixar a sua criação em um gênero literário específico, já que a autora mistura vivências autobiográficas com a história de uma das principais cientistas de nossa História, a franco-polonesa Marie Curie, vencedora de dois prêmios Nobel. E tudo isso é contado por meio de uma linguagem muito acessível, dialogando com o leitor e abordando reflexões atuais.

A ideia de escrever o livro veio depois que Rosa Montero leu o diário da cientista, pouco tempo depois de ter perdido o seu marido. E foi a partir desse ponto em comum da história das duas mulheres, já que Marie Curie também se tornou viúva ainda jovem, que ela constrói essa narrativa mista.

Gostei muito de conhecer mais da vida - e dos feitos extraordinários - da cientista polonesa. Eu já havia assistido ao filme sobre a sua história, mas a leitura de “A ridícula ideia de nunca mais te ver” trouxe muitos detalhes que eu não sabia. As reflexões sobre o luto também foram muito interessantes e deixaram várias marcas na minha edição.

Recomendo bastante a leitura, mas fica o aviso de que não é um livro exclusivamente sobre a perda e de que a construção da obra foge de um gênero comum, o que pode gerar um pouco de estranheza no leitor. E, por fim, vale a ressalva de que não gostei tanto das partes em que a autora usava # para dar um ar mais moderno ao texto (o que não prejudicou em nada a leitura).

Nota 9/10

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Mayara 23/09/2023minha estante
Eu tentei ler esse livro pq amei o título e a sinopse, mas as # me irritaram tanto que não consegui terminar ??


Silvia Schiefler 08/10/2023minha estante
Eu amei esse livro!


psimayandrade 16/10/2023minha estante
Pra mim, que trabalho com luto, esse livro entrega tanto. As questões do feminino também são tão pertinentes. Carinho demais por essa leitura.


Silvia Schiefler 16/10/2023minha estante
Eu amei a leitura porque a encontrei em período de luto... fazia menos de de 30 dias que tinha perdido meu companheiro inesperadamente... chorei muito me encontrando em várias passagens... foi salutar no meu período inicial de luto...


Kika 30/10/2023minha estante
Abstraindo os abusos dos # , achei um livro bem escrito. Reflexões sobre o luto, sem drama, apesar da dor.


Cris 06/01/2024minha estante
Eu sou apaixonada por esse livro. Só não é meu preferido dela porque existe A Louca da Casa??




Júlia 02/08/2020

A minha sensação é a de que fui viajar e lá conheci uma mulher incrível e cheia de histórias e referências incríveis para contar... Fiz um café, sentamos e tome conversa e trocas e experiências.
Sai desse momento com várias recordações e posicionamentos de uma mulher incrível e de músicas e mais livros que preciso escutar e ler respectivamente.
Então amei esse momento ??
Estêvão 03/08/2020minha estante
Júlia, este livro fala da morte em si (sentimento de perda, etc) ou é sobre lembranças? Eu estou selecionando alguns livros que tratam da morte e fiquei interessado sobre este livro.


Júlia 14/08/2020minha estante
Nossa ela fala sobre a morte em si é de lembranças.. mas também fala muito sobre o amor o feminino usa a vida da Marie Curie para dialogar sobre tudo isso!!!!! E muitooooo bom!!! Mas se vc quiser algo específico na tanatologia não sei se encaixaria na sua expectativa


Júlia 14/08/2020minha estante
Desculpa a demora p responder


Estêvão 15/08/2020minha estante
Sem problema!! rs. Obrigado pelo feedback


Júlia 15/08/2020minha estante
Imagina ????




Tamires 01/07/2019

A ridícula ideia de nunca mais te ver, de Rosa Montero
A ridícula ideia de nunca mais te ver, de Rosa Montero (Todavia, 2019) é um livro estupendo. Já conhecia a autora pelo A Louca da Casa, mas, mesmo se não conhecesse, ficaria tentada a ler esse livro apenas e justamente pelo título. Não é mesmo ridícula a ideia de nunca mais ver alguém que amamos?

Rosa Montero, que passou pelo luto com a perda de seu marido — se é que a gente pode guardar esse sentimento em uma caixinha e considerá-lo terminado depois de algum tempo, dizendo que passou — percebe, ao ler o breve diário escrito por Marie Curie durante o primeiro ano da perda de seu amado Pierre, que existe uma força estranha que nos reduz ao mesmo nível de dor, de selvageria, e de incompreensão quando o assunto é a morte de alguém com quem compartilhamos a vida.

“Sempre, nunca, palavras absolutas que não podemos compreender, sendo como somos: pequenas criaturas presas em nosso breve tempo. Você nunca brincou, na infância, de tentar imaginar a eternidade? O infinito que se desenrola à sua frente como uma vertiginosa e interminável fita azul? A primeira coisa que te derruba no luto: a incapacidade de pensar nele e admiti-lo. A ideia simplesmente não entra na sua cabeça. Como é possível que não esteja mais? Aquela pessoa que ocupava tanto espaço no mundo, onde foi que se meteu? O cérebro não consegue entender que tenha desaparecido para sempre. E que diabos é sempre? É um conceito anti-humano. Quero dizer, que foge à nossa possibilidade de entendimento. Como assim não vou vê-lo nunca mais? Nem hoje, nem amanhã, nem depois, nem daqui a um ano? É uma realidade inconcebível que a mente rejeita: não vou vê-lo nunca mais é uma piada sem graça, uma ideia ridícula.” (p. 23)

No trecho acima, Rosa Montero diz tudo o que eu já senti — e ainda sinto — com o luto. É um absurdo perder alguém, e é absurdo porque você nunca vai deixar de sentir essa perda. Geralmente, para quem está de fora, funciona da seguinte forma: acontece um falecimento, prestam-se os pêsames aos familiares e, depois de alguns dias é vida que segue. Mas te garanto e tenho experiência nesse assunto: quando a perda é sua, não funciona assim. A dor não passa, você só se acostuma a viver com ela e a não ter acessos frequentes de fúria (ou choro). Uma parte de você estará ausente pela eternidade do tempo que lhe resta de vida. As pessoas apenas superam a parte mais difícil do luto, seja mudando de casa, fazendo alguma atividade nova, escrevendo um livro ou gravando uma música, enfim, existem mil formas. Mas, ainda assim, é triste perceber que a imagem nítida do rosto daquela pessoa está se perdendo na sua mente, ou que as roupas rapidamente perdem o cheiro ou, ainda, perceber que não se fala com naturalidade de quem já se foi. Fica um buraco, que a gente cada dia precisa contornar.

Mas esse não é um livro exclusivamente sobre a morte, apesar de ser essa a sua essência. Esse é um livro que fala sobre a extraordinária vida de Marie Curie, mas não como uma biografia comum, e sim da forma intertextual, dinâmica e envolvente de Montero, que também dá detalhes de sua própria vida e de sua perda. A autora, que deu sua interpretação pessoal sobre vários dos fatos tratados no livro, mas também apresentou as fontes biográficas consultadas em seu processo de escrita, adicionou, inevitavelmente, alguns volumes a mais em minha lista de leitura. Achei bacana o trecho em que ela menciona outra grande escritora, Carmen Laforet. Adoro livros (e autores) que indicam outros livros!

A ridícula ideia de nunca mais te ver é uma leitura imperdível. É como ter uma conversa franca sobre a vida, as pessoas e sobre o funcionamento do mundo (leia-se sociedade). Isso, claro, de uma forma que ora faz rir, ora causa comoção. É leve, apesar de tudo. Achei muito interessante, também, as várias fotografias que ilustram os capítulos e as hashtags, tão incorporadas ao nosso dia a dia com as redes sociais, e que Rosa Montero distribuiu ao longo de todo o livro. O fim é angustiantemente belo com o diário de Marie Curie. “Ainda terei coragem para escrever?”, ela se pergunta. Aparentemente, não teve ou não precisou. Devia ter encontrado, naquele momento, seu modo de superar a parte mais difícil.

site: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-a-ridicula-ideia-de-nunca-mais-te-ver-de-rosa-montero/
Retalhos e Prefácios 05/07/2019minha estante
Oi, Tamires! Você tem indicação de livros que abordem o luto? Com exceção de P.S eu te amo.


Tamires 05/07/2019minha estante
Depende do livro, só se não for me deixar muito p/ baixo. Mas tenho certo interesse sim, pois é uma situação que vivi na minha familia ainda bem jovem, pois meus pais já são falecidos, ambos vitimas de doenças graves.


Retalhos e Prefácios 05/07/2019minha estante
Acho que vc não me entendeu... Eu queria saber se você tinha indicações de outros livros que tratem dessa temática de luto!


Tamires 08/07/2019minha estante
Poxa, desculpa, verdade! Bom, no momento a minha melhor indicação é este livro da Rosa Montero! Estou conhecendo outro autor que escreveu sobre essa temática, mas ainda não posso indicá-lo pessoalmente. Li muitos elogios sobre os livros "Morreste-me" e "A criança em ruínas", ambos de José Luís Peixoto (vou ler em breve!).


Retalhos e Prefácios 08/07/2019minha estante
Obrigada! Morreste-me está na minha lista tbm... Vou procurar sobre este outro. Este da Rosa foi maravilhoso! Obrigada de novo!




Vitória 21/06/2020

encaixei esse livro na maratona literária de inverno e estava super desanimada, escolhi esse como principalmente uma forma de sair da minha zona de conforto e confesso que a resistência era grande, não sou muito de biografias muito menos das narradas por uma pessoa que não o sujeito da história a ser contada. mas essa.. ahh, essa quebrou com todas as minhas expectativas baixas e me trouxe um grande presente: a reflexão.

foi muito, mas muito gostoso o processo de aprender com esse livro. me informei sobre feitos científicos, consegui um contexto histórico sobre assuntos que são muito debatidos e que aqui foram colocados com exemplos práticos e aplicados na realidade, acompanhar o trampo que foi a vida da marie, num meio machista, misógino e que tentava a todo custo desqualificá-la. além de todo o passeio pelo processo de luto, de reconhecimento de si mesmo, das perdas ao longo da vida que são muito mais do que a simples morte da carne e da energia virtal.

aqui, vou deixar algumas reflexões e coisas que fui pensando enquanto lia, com sorte registrei algumas coisas (que ainda não sao nem metade de tudo que passou pela minha cabeça durante a leitura).

- primeiro: a obrigação de se recuperar como se a vida não fosse um constante processo de falência??? a própria vitalidade é um processo de falência e a impossibilidade de falar sobre isso e admitir nossos lutos aliena a gente do processo.

- honrar os pais e principalmente a mãe é provavelmente o mais camuflado dos lutos de nós mesmos e somos alienados do processo por levar isso como divida inconsciente ou até curso natural. as referências com fotos de patti smith e lady gaga, tudo pra mim!

- uma vez pensei num negócio que ecoa muito em algo que foi dito na página 56. tem alguma COISA que faz a gente se convencer muito das nossas percepções de alguém quando estamos apaixonados, e no auge de achar tudo muito palpável e real e possivel isso cai e surgem as coisas que faltam e a gente se culpa. e assim. cada um com seu processo mas o processo de desencanto ensina muito mais que o contrário apesar da frustração.

- desamor é luto.

- um perigo inerente a se jogar no tipo de intimidade citada no livro, quando ela diz que a intimidade dos curie era a nível de não saber onde um termina e o outro começa: esquecer quem é voce e o que te constitui individualmente, acabar ficando sem norte com a ausência do que é o outro por achar que o que é você também se foi. uma caminhada danada pra reencontrar seu eu depois.

- a gente só é porque o outro nos permite ser, assim como o mundo é porque somos nele, junta tudo e temos a fenomenologia kkkkkk

- quando é que a gente se da conta do corpo que habitamos e tomamos essa carcaça como nossa? quem como eu dissocia, por exemplo, precisa as vezes se lembrar desse contorno que divide a alma do ar.

se tem uma coisa que aprendi com essa leitura é que viver é narrativa e tudo passa pela palavra. todo ser humano é um romancista e o relato de vida e morte é a maior das criações.
Vitória 24/07/2021minha estante
Que resenha! ? Ansiosa pela leitura...


Andressa.Duarte 28/12/2021minha estante
Bela resenha. Obrigada, vitória ?


Kat 12/01/2023minha estante
Nossa, não consegui ler inteiro...tava numa expectativa e fiquei desanimada com a leitura


Carolina2809 09/04/2023minha estante
Kat, realmente não é um romance tradicional, é mais uma mistura de biografia com autobiografia, uma reflexão sobre diversos aspectos... Eu adorei! Mas realmente não agradará a todos


Kat 21/04/2023minha estante
Verdade, imaginei que fosse romance dramático rs
:)




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Suelen.Philomeno 18/06/2021minha estante
Que bacana, adorei a resenha!
Já que você curte, esse estilo literário, não sei se você já conhece, mas indico dois livros A rede de Alice ( Kate Quinn) e A única mulher ( Marie Benedict)


Fabiana 20/06/2021minha estante
Minha primeira experiência. Realmente me surpreendi. Muito bom saber, tenho os dois e ainda não os li. Obrigada pelas dicas. ?


Fabiana 20/06/2021minha estante
Nem eu sabia que curtia. ??


Suelen.Philomeno 21/06/2021minha estante
Que legal, depois você conta o que achou!


Fabiana 21/06/2021minha estante
Conto sim. ?




Candice 27/05/2019

Marie e Rosa, Pierre e Pablo
Que obra graciosa, mesmo com todo o seu peso... Um livro sobre a vida e sobre o nada, sobre luto, amor, morte, força da mulher, papel de gêneros na sociedade científica.

Sobre dores e pesares. Sobre paixão avassaladora e lembranças, e também sobre culpas que não devemos carregar.

Um livro reflexivo, uma conversa da autora com ela mesma, que envolve, prende e recompensa com a nudez e sinceridade que passa.
Lucas Giaretta 02/06/2019minha estante
Me interessei, por se tratar de algo relacionado com morte, pode-me dizer se o livro, de alguma forma, introduz religião ao tema ou é livre da mesma?


Candice 04/06/2019minha estante
Oi, Lucas. O livro não entra em questões religiosas! :) Abraço.


Lucas Giaretta 04/06/2019minha estante
Obrigado, certamente será uma das minhas próximas leituras ;D




Mari 07/04/2024

Não sou fã
Este é p segundo livro de Rosa Montero que leio. Confirmou minha antipatia pela autora. Não gosto de sua perspectiva liberal nem de sua contradição em colocar-se como algo que não é nem realiza.
Ultwaviolenc 24/04/2024minha estante
Perspectiva liberal ??


Mari 24/04/2024minha estante
É. Ela enxerga o mundo a partir de uma ótima individual e individualista, ignorando as estruturas e igualando projetos e ações muito diferentes.


Mari 24/04/2024minha estante
Ótica *




@retratodaleitora 13/01/2020

“É preciso fazer algo com tudo isso para que não nos destrua, com todo esse clamor desesperado, com o interminável desperdício, a furiosa dor de viver quando a vida é tão cruel. Nós, humanos, nos defendemos da dor sem sentido enfeitando-a com a sensatez da beleza. Esmagamos carvão com as próprias mãos e às vezes conseguimos fazer que pareçam diamantes."


“A ridícula ideia de nunca mais te ver” foi uma leitura surpreendente. Primeiro que seu título por si só já é muito curioso, e mesmo não tendo lido a sinopse eu me interessei rapidamente por ele, sem saber que se tratava de uma não ficção. Que surpresa encontrar nessa obra – minha primeira vez lendo Rosa Montero – uma homenagem tão bonita à cientista polonesa ganhadora do Nobel Marie Curie. Montero se utilizou do pequeno diário escrito por Curie para desvendar quem foi essa extraordinária mulher, pioneira em tantas coisas, e que revolucionou a ciência.

Mas mais que uma biografia – e definitivamente não é uma – Rosa Montero vai partir dos diários e da história de Marie para abordar temas como luto (a autora começou sua pesquisa logo após a morte de seu marido), machismo, vida e morte, produção artística e liberdade de ser. Escreve, ela própria, seu diário.

Ao conhecer mais da intimidade da cientista, a escritora alça vôo e compartilha com o leitor suas próprias reflexões, sua própria vida, intimidade e emoções. Um fato sobre a cientista lá na década de 1890 se encaixa perfeitamente com um fato sobre a escritora mais de cem anos depois. O luto intenso de Marie após a trágica morte do marido (não tem como não se emocionar com o relato), fez Rosa refletir sobre sua relação com a morte. Uma com a ciência, outra com sua escrita.

São pouco mais de 200 páginas de pura emoção, de honestidade e humanidade. Não é um livro perfeito, inclusive um ponto específico me chateou na interpretação da autora sobre o envolvimento de Marie com um homem casado, mas mais que isso a forma como ela pintou a esposa desse homem.

A autora conversa com o leitor, vai criando intimidade, nos abraçando com suas palavras como se dissesse “eu entendo”. E ela parece entender. É um livro muito bonito que recomendo fortemente.

site: https://www.instagram.com/p/B7ErujqjDvH/
Alê | @alexandrejjr 25/09/2020minha estante
Baita texto!


Beatriz 18/10/2020minha estante
Amo!


Paula 11/03/2024minha estante
oi! de qual página é esse primeiro trecho? quando li, li no kindle, e gostaria de localizá-lo no livro físico...




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Danielle 07/10/2019minha estante
Não gostei de como ela fantasiou o romance de Marie com Langevin. Muito cafona!!!


Gabriela 10/12/2019minha estante
Achei que era só eu percebendo uns comentários péssimos da autora nesse livro conforme ela cita os trechos do diário da Marie e em algumas fotos. Socorro.




Juliana Civitavecchia 17/09/2021

vá com toda sede ao pote que você puder
assim como 9/10 leitores dessa obra, também fui capturada pelo título do livro, não por achar que era um romancezinho piegas mas porque mais uma vez, tocou ali, na pedra embaixo do meu colchão, o luto.
logo que iniciei, apesar de ter sido atraída pelo título, eu não esperava grandes emoções num ensaio que se propunha a comentar o diário de outra pessoa. um tanto nonsense, eu diria. rosa montero seria tão prepotente assim pra achar que poderia tocar no diário da F0DEND0 MARIE CURIE? ela não foi prepotente, ela foi potente. ela foi magnífica, ela foi sensacional. ao fazer paralelos da sua própria vida com Marie, ao fazer paralelos da jornada feminina de antes com a jornada feminina de hoje e ao fazer com que uma leitura sobre luto não seja um fardo, ela te introduz num universo ímpar e inefavel.
se você não sentiu nada por esse livro, te convido a tentar novamente.
Júlia 17/09/2021minha estante
fiquei curiosaaaaa


Juliana Civitavecchia 17/09/2021minha estante
SÓ VAI!!!!!




José Carlos 07/09/2019

O que mais me encantou em "A Ridícula Ideia de Nunca Mais te Ver", além da inventiva (re)construção da trajetória da Marie Curie a partir do seu diário, foi a sua linguagem livre de adornos, completamente despojada. A obra me causou a sensação de estar diante da Rosa contadora de histórias. Muito próximo, a ponto de me identificar com ela - mesmo não sendo mulher, mesmo não tendo passado pela dolorosa experiência do luto.
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Os temas levantados pela autora, ainda que tratados de forma superficial ou de passagem, ganham um brilho especial nas palavras da Rosa. Temas comuns como a infância se transformam em pura poesia e emocionam. Um deles é a "coincidência", coisa que sempre me intrigou e parece permear a existência com os meus. Segundo a Rosa, "existe um inconsciente coletivo que nos entrelaça, como se fôssemos cardumes de peixes espremidos, dançando em uníssono sem sabê-lo. As coincidências são parte dessa dança, desse todo, dessa música, dessa canção em comum que não conseguimos ouvir até o final porque o vento só nos traz notas isoladas" (p. 127).
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Embora a autora, voluntária ou involuntariamente (vai saber?), cometa o mesmo erro que abomina nas biografias, qual seja, falar pouco ou apressadamente da velhice dos seus biografados, e conquanto as últimas páginas brilhem menos do que as iniciais, o livro todo é uma preciosidade - ao menos para mim, que tanto amei esse livro. Uma (tentativa de) biografia que na verdade é uma grande digressão sobre o luto, a liberdade, o papel da mulher na sociedade, as relações familiares e a felicidade.
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Favoritei! ??
Manuella_3 07/09/2019minha estante
José Carlos, terminei esta madrugada, completamente encantada com esse texto que por vezes dói, mas é tratado com a leveza de um bate papo. ? uma boa contadora de histórias, quero ler A louca da casa.


José Carlos 07/09/2019minha estante
Eu amei esse livro! ? Quero ler mais coisas da Rosa Montero também




Max 06/01/2024

Marie Curie...
Leitura é momento, é uma máxima indiscutível!
A autora, uma surpresa para mim, tem um talento enorme para discorrer sobre os temas da vida, tendo como "gancho" a biografia da inacreditável Marie Curie, única ganhadora de dois Nobel em áreas diferentes, física e química, e sobre a morte do marido.
Os dois temas são quase inconciliáveis, mas seu talento em misturar tudo isso com um pouco de sua própria vida, o faz de uma forma muito leve, prazerosa.
Esse prazer fica restrito, claro, ao momento em que passa o leitor, e com sorte, como eu tive, extrair da leitura todo esse contentamento.
Adorei a autora, quero ler mais dela!?
Léo 07/01/2024minha estante
Adorei a resenha, Max. Deu vontade de ler o livro. ???


Max 07/01/2024minha estante
Obrigado, Léo!




Marina 08/07/2021

Essa foi a primeira biografia que li e me senti numa mesinha de bar fofocando hahaha gostei mto da forma que a autora trouxe a história da Marie Curie após a morte do Pierre e de como ela entrelaçou isso com o seu próprio luto, as histórias são diferentes mas a dor que as duas passaram, conversa.

Vale mto a pena a leitura, minha única ressalva é para alguns pensamentos meio conservadores que a autora faz, que incomodou um pouco durante a leitura e as vezes ela esquecia um pouco da Marie Curie (q era o foco principal do livro)
carol.pinheiro 16/11/2022minha estante
Mais uma vez tu aqui, amiga! rsrsrs tô tentando ler esse agora mas não tô curtindo muito




ElisaCazorla 23/11/2020

Isso não é um romance
Não gostei. O catálogo bibliográfico do livro insere esta obra na categoria romance, no entanto não é um romance. Talvez eu não entenda exatamente o que é um romance, mas para mim, romance precisa ter personagens, enredos, construções de cenas, enfim....este livro está mais para uma biografia ou um livro de memórias ou ainda um diário, mas não, não é um romance. Se você tiver interesse em saber um pouco sobre Madame Curie e sobre a vida da autora este pode ser então um livro interessante. Não funcionou para mim.
Marta Skoober 01/02/2021minha estante
E viva a NÃO unanimidade! Adoro!




Maria 30/10/2019

A vida não basta
Eu nunca lidei bem com a morte alheia, a única experiência que tinha havia sido com minha avó, nos meus 16 anos. Na verdade, quando me afasto das pessoas e não mantenho qualquer tipo de contato, me sinto confortada, imaginando que o outro está vivo e bem por todos esses anos, até que o meu dia chegue; depois disso não há como se preocupar por ninguém. Mas esse ano eu fui cercada por mortes. Reais, literárias, mentais. Minha antiga professora. A esposa do meu tio. Gregor Samsa d'​A Metamorfose​. As crianças de República Luminosa​. A cidade inteira de Comala de ​Pedro Páramo​. A vida sombria de Theo d'​O Pintassilgo​. A morte de uma amizade. Mas no meio disso tudo estava Rosa Montero. ​A Ridícula Ideia de Nunca Mais te Ver​. Não é morte. É luto, é seguir em frente.
Rosa Montero compartilhava a vida com Pablo Lizcano, juntos por 21 anos, até que ele faleceu por causa de um câncer em 2009. Pouco tempo depois, ainda processando a partida do marido, ela se deparou com o diário de Marie Curie, a cientista polonesa que descobriu os elementos Rádio e Polônio. Marie perdeu o marido, Pierre Curie, em 1906, num acidente com uma carruagem. Antes disso, passou por uma vida dura até se encontrar na ciência, e após Pierre, sofreu várias adversidades pela sociedade quando se apaixonou por Paul Langevin, ex-aluno do seu antigo marido – e homem casado.
O que Marie Curie ofereceu a Rosa, ao simplesmente expressar suas dores em palavras, foi identificação. Conforto e ensinamento. “​Arrasada pelo golpe, eu não me sentia capaz de enfrentar o futuro. Eu não poderia esquecer, no entanto, que o meu marido costumava dizer que, mesmo sem ele, eu deveria continuar o meu trabalho​” (trecho do diário). E o que Rosa fez por mim, ao mostrar que a vida não basta – "​Não, não basta. Por isso estou escrevendo este livro. Por isso você o está lendo.​" –, foi o mesmo conforto, o mesmo estímulo passado a ela. Que permanecerá imortal enquanto seguirmos contemplando-o.
Mesmo diante de tantas partidas me rodeando, o que realmente me conectou a Rosa foi a amizade que perdi, a morte mais cruel que pode haver da maneira que penso. Porque ao repensar esse fim, eu não conseguia parar de sentir que fui morta, ​Meu Pé de Laranja Lima ressoando nos meus pensamentos: "​A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu.​". Eu estava morta, mas o outro também parecia estar. Eu não me confortava – ainda não me conforto totalmente –, não conseguia imaginar, como com os outros, de que estaria bem e vivo até o meu último suspiro. Porque era simplesmente ridícula​ a ideia de nunca mais o ver.
A vida realmente não basta, por isso contemplei e contemplo o que Marie e Rosa têm a me contar. Contemplo especialmente pelo modo como Rosa conversa com o leitor, seja com amenidades profundas – "​Tatuei uma salamandra num dos braços há doze anos e precisei me conter para não ir correndo no dia seguinte fazer outra. [...] uma sensação maravilhosa [...] humilhar aquele corpo tirano que nos humilha [...] Pelo menos, corpo miserável, eu te marquei com uma salamandra que é filha apenas da minha vontade, e você vai ter que aguentá-la até apodrecer.​" –, seja com suas epifanias universais – "​Quando uma criança nasce ou uma pessoa morre, o presente se parte ao meio e nos permite espiar durante um instante pela fresta da verdade — monumental, ardente e impassível.​".
Estamos sentadas, nas exatas cadeiras simples e pretas, abraçadas pelo tom aconchegante de amarelo giesta, conversando sobre prêmios Nobel, feminismo, tatuagens, infância. Por meio da literatura nos apoiamos, pois "​Todos precisamos da beleza para que a vida nos seja suportável.​" Porque, de novo, ela não basta.
Sun's daughter 30/10/2019minha estante
Levantei e aplaudi




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