Cidade das Garotas

Cidade das Garotas Elizabeth Gilbert




Resenhas -


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@bibliotecadedramas 07/04/2020

Maravilhoso!!
QUE.OBRA. Não, é sério… Que livro maravilhoso. Eu lembro que assisti “comer, rezar e amar” no avião quando eu estava viajando não me lembro mais pra onde. E não gostei do filme. Muito embora tampouco fui atrás de ler o livro depois, quando vi que esse livro é da mesma autora, confesso que dei uma torcidinha de nariz, mas resolvi ler mesmo assim e ainda bem que quebrei a cara e me surpreendi demais com a narrativa e os detalhes maravilhosos da vida de Vivian na Nova York de 1940.

Perceba que temos uma Nova York de 1940, quando a Segunda Guerra Mundial já estava acontecendo, mas não ainda afetando diretamente a vida de quem vivia nos EUA, ainda mais pra uma menina como Vivian que não se preocupava nem um pouco em saber das notícias que aconteciam no seu país e muito menos no mundo, tirando é claro, as revistas de fofoca.

Mas Vivian tem um talento incrível que foi ensinado por sua avó e esse talento é a arte da costura. É isso que a ajuda a se enturmar com as pessoas que começam a fazer parte da sua vida após se mudar para Nova York e ir morar com sua tia – Peg – uma atriz e diretora de teatro, dona no Lylly Playhouse que realiza sessões de peças teatrais a preços módicos para a classe trabalhadora imigrante do bairro.

Vivian fica fascinada por essa nova vida e não tem como o leitor não se fascinar também diante dos detalhes de como era Nova York e as pessoas que eram ligadas ao teatro nessa época. A história te prende de uma tal forma que é impossível parar de ler. E não é porque há suspenses, grandes dramas ou coisas absurdamente inesperadas, mas toda a essência do glamour (e a falta dele também), em como pulsante era Nova York naquela época e como Vivian viveu (e intensamente), é simplesmente viciante de ler.

“O campo da honra é dolorido […] Foi o que meu pai me ensinou quando eu era nova. Ele me ensinou que o campo da honra não é um lugar onde as crianças podem brincar. Crianças não têm honra, e não se espera isso delas, porque é difícil demais. É doído demais. Mas para virar adulta, a pessoa tem que entrar no campo da honra. Agora tudo será esperado de você. Você vai ter que ser vigilante com seus princípios. Terá que fazer sacrifícios. Será julgada. Se cometer erros, terá que se responsabilizar por eles. Vai ter vezes em que você vai ter que deixar de lado seus impulsos e assumir uma posição à que outra pessoa, uma pessoa sem honra, talvez assuma. Talvez você se magoe com essas situações, e é por isso que a honra é um campo dolorido.”
– Página 363

Enfim… Numa parte do livro, uma coisa meio tensa acontece e isso muda a vida de Vivian completamente. Na verdade as coisas meio que voltam a ser como eram antes de Nova York – ela volta para a casa dos pais e toda aquela coisa vazia e a crise de existencialismo voltam também, seus pais contribuíram muito pra isso tanto antes como agora. Alguns anos se passam e Vivian nessa fase entra numa espécie de torpor, a Segunda Guerra está no auge, mas não afetando diretamente a vida no interior, até que uma oportunidade surge e Vivian consegue voltar para Nova York.

Voltando, ela encontra uma cidade completamente diferente, se dá conta de imediato que os tempos áureos de 1940 não existem mais e ela precisa se adaptar. Vivian que antes era uma personagem vazia e sem amadurecimento algum, começa a finalmente crescer e dar um norte adequado para a sua vida. Ela prospera. Os anos passam e embora algumas coisas particularmente não mudem ou aconteçam em sua vida, mesmo com o passar dos anos, ela aceita isso porque acima de tudo, sabe que todos os seus atos são consequências de suas escolhas. Pra mim foi uma leitura incrível e prazerosa, com diversos ensinamentos.

site: https://shejulis.com/livro-cidade-das-garotas/
Amanda Barboza 07/04/2020minha estante
Deu até vontade de ler com sua resenha!


@bibliotecadedramas 08/04/2020minha estante
leia, Amanda, é um excelente livro, realmente.


Michelle.Mocellin 19/01/2021minha estante
Oiii vc tem o livro? Queria tanto ler...?


@bibliotecadedramas 19/01/2021minha estante
tenho sim, o físico




Lari 07/06/2022

?Você fará bobagens, mas faça com entusiasmo?
Que história maravilhosa! Eu tô extasiada, impressionada, afetada. Não sei definir o que foi esse livro. Não é uma história de amor, ou mesmo um mistério qualquer, ele é apenas um conjunto de experiências contadas por uma mulher que, sobretudo, viveu a sua vida da maneira que achou melhor. Vivian Morris, protagonista e narradora eficiente, contou sua trajetória em detalhes, começando pela fase mais importante da sua vida, abordando de maneira crua o que fez, não fez e sentiu. Eu achei genial. É simples, mas gigantesco a sua maneira. Leitura impressionante.
DANILÃO1505 08/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Lari 08/06/2022minha estante
Que isso! Obrigada meu bem!




Kawane.olv14 23/03/2021

Bom!
Foi uma leitura bem arrastada nos primeiros 50%. Eu achava que não ia terminar nunca e só não abandonei porque fui desafiada a ler esse livro num projeto.
Depois da metade o livro fica bom, e tenho certeza que pra muita gente, fica incrível. Pra mim, saiu do ruim e ficou ok.
O final foi ótimo. Depois de 80% o livro teve uma vibe que me tocou profundamente. Os relatos da guerra, o estado das pessoas que viveram nessa época... Extremamente dolorosos.
Além do mais, ver o mistério do livro ser revelado da forma mais inusitada... Eu achei que viria um plot de te tirar do chão, mas envolveu mais sentimentalismo. Eu como a sentimental que sou, adorei e senti tudo.
Achei um livro bom. Essa é o tipo de história que sempre me ganha no final, a parte que envolve a humanidade e todas as suas complexidades.
Indico se você for alguém que gosta de histórias mais densas e prolixas. ?
24/03/2021minha estante
Aeeeeee até que enfim


Kawane.olv14 24/03/2021minha estante
Simmm Kkkkkkkk




Ana 22/05/2024

Eu não sei explicar muito bem por que gostei tanto desse livro. Mas eu absolutamente amei.

Acho que tem algo muito potente em mulheres contando suas próprias histórias sem nenhum pingo de remorso, um sentimento que nascemos sentindo.

Pra mim esse livro foi meio que um Evelyn Hugo, só que focado no teatro, na liberdade sexual, na guerra (e infelizmente mais heterossexual). Acho que isso demonstra a excelência da narrativa.

Foi um mergulho muito profundo nessa época da história, de uma maneira muito envolvente que te faz querer ler tudo de uma vez só.
Biafort.Meireles 25/05/2024minha estante
Eu também amei




N A T 06/01/2023

Bando de gente chata sendo chata o tempo inteiro
Vamos lá: tenho muitas coisas ruins pra falar sobre esse livro.
Primeiro de tudo: literalmente qualquer outra pessoa dessa história seria mais interessante para contar uma história do que a Vivian. Ela é chata. Só isso mesmo, chatíssima. Pontos de vista sem sentido, cria problemas onde não tem, se faz de vítima o tempo inteirinho e passa o livro inteiro se lamentando. Em relação aos outros personagens, só dois realmente me interessaram: Peg e Marjorie. Os outros são caricaturas que eu já vi iguais um milhão de vezes em outros livros, com atitudes iguais, pensamentos iguais, mas que ainda assim tem histórias de fundo zilhões de vezes menos tediosas que as da Vivian.
Em relação à escrita, fiquei incomodada o livro inteiro. Um MONTE de páginas sem sentido algum, sem qualquer propósito pra construção da história, com motivação nenhuma pra vida da Vivian. Literalmente, ao menos metade desse livro serviu só pra encher linguiça, parece que a autora queria muito escrever um livro grande, mas sem ter conteúdo nenhum. Monólogos internos e parágrafos gigantescos, um diálogos fora da casinha que ninguém nunca teria na vida real, sem condições. A narração TODA fragmentada, um monte de corte dentro de uma mesma cena, que a autora escolheu dar enter pra continuar no mesmo ponto dois parágrafos depois, sem lógica nenhuma. O enredo também me incomoda: a Vivian começa contando uma história pra alguém que aos olhos do leitor NÃO EXISTE. Não se sabe quem é essa tal Angela, não tem sentido nenhum as coisas que estão sendo contadas sem saber quem é essa fulana (depois que se descobre continua sem graça). Até a pagina 150 acontece exatamente uma coisa que é a Vivian sair de casa. Depois dessa enrolação gigantesca começa a grande história que dá nome ao livro e dura um total de 20 páginas (num livro com mais de 400). Nada acontece. A gente só vê a vida dela passando com a Vivian se fazendo de coitada o tempo inteiro, sem eventos relevantes, contando uma sub histórias inúteis e apresentando personagens sem pé nem cabeça. Zero apego por ninguém, todas as passagens que deveriam ser emocionantes pro leitor, são completamente desprovidas de sentimento porque o desenvolvimento das sub histórias da Vivian e da personalidade de alguém além dela é tão incrivelmente raso, que às vezes tem que se fazer um esforço até pra lembrar quem é tal pessoa.
Enfim, uma decepção total. Livro ruim, ruim mesmo. Dei uma estrela e meia porque, afinal de tudo, eu terminei de ler, muito embora tenha querido abandonar esse livro diversas vezes. E é isso, só não leiam.
N A T 06/01/2023minha estante
Crítica bônus: Evelyn Hugo teria dado um tapão na Vivian se topasse algum dia com ela.




10/10/2020

A história de uma menina desajustada que encontra seu lugar em Nova York. Com muitos acontecimentos e personagens interessantes, é um livro que se lê muito rápido.
Deiabian 18/01/2021minha estante
Desculpe-me, mas não a vejo como desajustada, mas sim à frente de todo o contexto da época. Como todos os jovens, ela era sonhadora vivendo em uma família totalmente castradora. Apenas seguiu seu coração e as novidades apresentadas em cada momento de sua vida.




Karini.Couto 09/09/2019

Olá leitores, demorei um pouco para trazer essa resenha para o blog devido a correria do dia a dia por aqui.. Mas antes tarde do que nunca, não é?

Neste livro vamos acompanhar Vivian Morris que aos dezenove anos foi dispensada da Vassar College por ter sido reprovada em todas as provas do primeiro ano e nunca ter ido a qualquer aula. Vivian era dessas meninas fúteis, preocupadas com as coisas erradas ao invés de se dedicar aos estudos. De qualquer maneira ela não sentia nenhum tipo de ligação com a Vassar College e isso, além de sua preocupação constante com a sua própria aparência foi determinante para afastá-la dos estudos e da Vassar!

Vivian se sentia deslocada em relação ao seu futuro na faculdade, ela foi destinada a Vassar pelos seus pais desde criança, e isso foi seguindo o rumo e ninguém nunca se interessou em saber de fato o que ela queria ou gostaria! Era simplesmente algo que ela tinha que fazer, estudar na Vassar College e ponto!

Antes disso, ela estudou na escola para Emma Willard para Garotas, em Troy, Nova York, composta por um corpo docente de pós-graduadas pelas "Seven Sisters" (7 Universidades Femininas de elite dos EUA).

Seus pais sempre ocupados demais e sem saber o que fazer com Vivian, enquanto seu irmão Walter era simplesmente tido como brilhante, cursando Princeton e destacando como deveria! Ele é o típico menino de ouro. Certinho, faz tudo como deve ser, destaque nas coisas certas e com um futuro promissor a sua espera. O cara era tão respeitado que tinha o apelido de "o embaixador", enquanto esteve no internato. Ele realmente é admirável! Sempre pensando nas pessoas e no mundo; em criar algo melhor para as pessoas e ser melhor pelo mesmo motivo!

Enquanto isso, Vivian, era apenas uma garota comum, que não era nem próxima do seu irmão e muito menos dos seus pais. O tempo passou, e com ela tudo o mais, suas amigas seguiram seus rumos tal qual deve ser e parece que Vivian ficou parada no tempo, sem saber o que fazer com a própria vida. Como ela era tipo a "ovelha negra", indo contra os "princípios" aos quais seus pais esperava, ou mesmo a vida, sendo uma pessoa sem interesses e parada, seus pais a enviam para morar na cidade com a tia Peg. Para não ser completamente injusta, Vivian tinha uma paixão, sua máquina de costura e a mesma a acompanhou quando teve que se mudar. Foi sua avó que a ensinou a costurar e aos treze ela ganhou sua própria máquina de costura da avó! Então posso dizer que Vivian tinha uma paixão na vida, talvez não a esperada pelos seus pais ou algo parecido com o que suas amigas fizera, como casar, ir para faculdade e etc.. Mas essa era sua paixão e talvez algo com o qual ela se importava de verdade!

Vivian foi muito apegada a sua avó, com quem passava muito tempo, iam juntas a peças de teatro e outros programas que Vivian amava e talvez nem fosse algo que uma menina da sua idade, comum, gostasse de fazer. Mas para Vivian, sua avó era especial e com isso elas tinham uma relação muito próxima!

Sua avó faleceu pouco antes de Vivian entrar na Vassar e talvez por isso ela tenha se tornado tão apática ou sem motivações ou coisas que a encantasse verdadeiramente. Perder a avó, ainda que anos antes, a mesma viesse apresentando indícios de que sua saúde não ia bem, foi um choque e com a morte de sua avó, partiu também seu desejo por algo, sua vontade de sorrir ou rumo na vida!

Tia Peg, apesar de não ser uma completa desconhecida, pois Vivian já havia estado com a mesma em algumas ocasiões, não era aprovada pelo seu irmão, pai de Vivian; na verdade, nem mesmo sua avó e mãe dele era! Pois elas levavam uma vida diferente daquilo que ele considerava ideal. Tia Peg era dona de um teatro, e com isso, para seu próprio irmão ela não praticava nenhuma atividade relevante, sendo considerada uma desprezível, ou alguém que não vive no mundo real!

Peg participou de alguns natais onde a família de Vivian se reunia enquanto a mesma era menina, mas era em suma ausente, por estar sempre viajando com seu grupo de teatro, porém retornou para o funeral de Morris (avó de Vivian) e logo se retirou para dar continuidade aos seus afazeres; ela tinha um espetáculo a ser produzido na cidade.

Então, com isso, apesar de Vivian, não conhecer muito bem sua própria tia, foi despachada para viver com a mesma. Sua tia tem uma história bem interessante de como tudo ocorreu desde a sua formação na Cruz Vermelha como enfermeira ao teatro. Foi durante sua estadia na Primeira Guerra Mundial como enfermeira que descobriu sua verdadeira vocação e a seguiu com louvor!

Com essa oportunidade na vida de Vivian de estar com alguém como a tia Peg, ela pôde finalmente se conhecer e descobrir seus próprios talentos, bem como dar um rumo em sua próprias vida, até então sem propósito e sofrendo com a perda da sua única amiga, a avó Morris!

Ler Cidades das Garotas foi como sentir um sopro de vida! Uma história que cativa, emociona e nos transporta para tempos que antecedem o nosso e ainda assim nos trás reflexões importantes!
Já havia tido a oportunidade de ler algo da autora antes, então sua escrita não me foi novidade e apesar do livro ter partes arrastadas conseguiu me prender o suficiente para dizer que gostei muito do que encontrei, apesar de fugir bem da minha rotina de leitura!

site: http://www.alempaginas.com/
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Cass 30/05/2024

Precisei me esforçar para gostar e não deu certo
Não tenho muito o que dizer sobre esse livro, todas as partes que achei interessantes ou envolventes não tinham haver diretamente com a protagonista, basicamente todos os pensamentos e atitudes dela me irritavam e os últimos 40% do livro foram quase uma tortura.

Acredito que na história existem pontos e citações que são verdadeiras e fazem a gente pensar, mas não vejo como elas condizem com as atitudes da protagonista.
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Isabela | @sentencaliteraria 14/01/2020

Resenha originalmente postada no IG @sentencaliteraria
Cidade das Garotas | @editora_alfaguara | 4,5 ⭐️’s

Narrado entre passado e presente, a protagonista Vivian Morris conta em uma carta sua vida conturbada e cheia de glamour, sexo e aventura na Nova York dos anos 40. Vivian tinha 19 anos quando foi expulsa da faculdade, e decepcionados seus pais mandam ela para morar em Manhattan com sua tia Peg. Só que Peg é uma mulher exótica, dona de um teatro chamado Lily Playhouse.

Lá no teatro Vivian passa a conviver com um grupo de personagens pouco convencionais, mas extremamente carismáticos: atrizes, galãs, escritores e produtores. Eles eram responsáveis por colocar em prática peças simples para o público humilde dos arredores, e Vivian tem um papel em tudo isso, já que sempre amou costurar e começa a criar os figurinos das peças.

Mas tudo muda quando o ex-marido de Peg, um grande roteirista, chega para ajudar com a nova peça: Cidade das Garotas. Em pouco tempo ela se torna um estrondo, arrancando elogios dos críticos e levando milhares de pessoas para o teatro, mesmo em plena Segunda Guerra. Só que como tudo tem um fim, Vivian comete um erro que leva sua vida para um rumo completamente diferente, e a jovem vai ter que aprender a viver com o peso de suas escolhas.

❝De qualquer modo, a certa altura da vida de uma mulher, ela se cansa de sentir vergonha o tempo inteiro. Então está livre para se tornar quem é de verdade.❞

Preciso comentar que me interessei pela história ao ver a indicação da @luisa e pelo fato de o enredo ter me lembrado “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”. Apesar de os livros serem diferentes, ambos conseguiram me prender e me fazer torcer pelas personagens principais. A Vivian passou por bastante coisa ao longo da vida, e tem uma história que deixa qualquer leitor vidrado.

Ler sobre uma cidade querida como NY e tendo como plano de fundo a Guerra, foi ao mesmo tempo cativante e difícil. Apesar de na sinopse ser mencionada uma história de amor, o livro quase não tem romance (um ponto positivo na minha visão), e sim a descoberta que uma jovem faz sobre a vida e como suas escolhas podem mudar o futuro.

site: https://www.instagram.com/sentencaliteraria/
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Coisas de Mineira 26/01/2020

Cidade das Garotas é o mais novo romance ficcional de Elizabeth Gilbert, conhecida mundialmente pelo livro Comer, rezar e amar, ambos publicados pelo Grupo Companhia das Letras.

Estamos em 2010. Nossa personagem Vivian Morris tem cerca de 90 anos, e recebe cartas de uma mulher chamada Ângela. Sua última carta é um pedido para elucidar a relação que Vivian poderia ter tido com seu pai. Vivian resolve contar para Ângela, mas sob seu ponto de vista, descrevendo sua vida de 1940 até o presente. E assim suas memórias começam a ser contadas.

Vivian chega à Nova York depois do fiasco de ter sido dispensada da Vassar College, uma faculdade tradicional, uma vez que foi reprovada no primeiro período. Seus pais, ricos e pedantes, sempre disseram que boas moças estudavam nessa escola, e Vivian era uma decepção da família.

“Para ser sincera, eu não entendia o que estava fazendo na faculdade, além de cumprir um destino cujo propósito ninguém se dera ao trabalho de me explicar”

A única habilidade até então aflorada em Vivian era a costura. Ela era muito apegada à avó, com quem aprendeu os segredos de um bom corte de tecido.

“Quando tinha 13 anos, vovó Morris me comprou a máquina de costura que um dia ia me acompanhar a Nova York de trem. Era uma Singer 201 preta e reluzente, sanguinariamente potente”

Após a decepção na faculdade, e entendendo que a filha precisava de um choque de realidade, seus pais a enviam para Manhattan, para que descubra seu caminho. Quem a recebe é sua tia Peg, irmã de seu pai, que a reprova por não ter um emprego ‘normal’, já que ela é dona de um teatro chamado Lily Playhouse. No teatro, Vivian conhece personagens bem diferentes de seu círculo de relacionamento, mas extremamente carismáticos: atrizes, coristas, músicos, escritores e produtores, além da secretária ranzinza Olive Thompson. Peg e Olive se conheceram durante a primeira guerra, pois eram enfermeiras da Cruz Vermelha. Consequentemente ficaram amigas, e perceberam que podiam trabalhar juntas – Peg era boa em montar peças teatrais e Olive era quem administrava tudo.

Vivian encontra uma possibilidade de ajudar a tia através de sua máquina de costura, e se torna responsável pelos figurinos das peças. Mais importante, Cidade das Garotas é um livro sobre amizade: e é entre as amigas, como a corista Celia Rey, que Vivian descobre os prazeres noturnos de Nova York.

Com a deflagração da segunda guerra mundial, Edna Parker Watson e seu marido, ambos atores britânicos, acabam impedidos de voltar à Europa, e são convidados a passar uma temporada no teatro de Peg. Como resultado, pensando em aproveitar o talento da amiga, surge a peça Cidade das Garotas.

Posteriormente, um erro delicado é cometido por Vivian, beirando a um escândalo, e tudo o que resulta daí é o fio que vai conectar passado e futuro dessa estória

“Após certa idade, estamos todos passeando por esse mundo em corpos feitos de segredos, vergonha, tristeza e feridas antigas não curadas. (…) porém, sabe-se lá como, seguimos em frente.”

Preciso ser honesta: quando recebi esse livro, dei uma ligeira entortada no nariz – não é exatamente o livro que levaria para casa sem uma indicação. Felizmente o destino o colocou em minhas mãos… porque essa é uma historia muito maior do que os bastidores do show business das décadas de 30 a 40. Ele é um livro sobre amizade, sororidade.

Cidade das Garotas se apresenta como uma estória do amadurecimento de uma mulher, da descoberta de seus prazeres, do aprendizado e aceitação de seus erros. Portanto, foi um livro que me arrebatou.

“O mundo não é plano. Você cresce achando que as coisas são de certa maneira. Acha que existem regras. Que as coisas têm que ser de um jeito. E você tenta viver em linha reta. Mas o mundo não liga para as suas regras ou as suas crenças. O mundo não é plano, Vivian. Nunca vai ser.”

O texto é escrito sob o ponto de vista de Vivian. E ela tem uma forma tão crua de descrever os acontecimentos, que a gente de fato percebe a mudança em suas atitudes. Por exemplo, quando o escândalo estoura, eu fiquei furiosa, porque ela assume uma responsabilidade que não era só dela, mas depois faz uma reflexão sobre isso, percebendo as várias facetas do evento. E é uma escrita tão deslumbrante que, quando Vivian volta para sua cidade pacata, o texto fica mais arrastado, refletindo o estado de espírito dela.

Cidade das garotas é delicioso de ler, e as mais de 400 páginas passam num instante. Temos assuntos diversos como as diferenças entre classes sociais, as tensões durante a Segunda Guerra Mundial, sobre o teatro e a noite em tempos de tranquilidade, sobre a sensibilidade para vestir outros – sejam atrizes, sejam noivas… e é descrito de uma forma tão eloquente que é possível imaginar todos os cenários – muitos dos quais de fato existiram, retratando com mais fidelidade a Nova York dos anos 40 e 50.

E as passagens sobre como a guerra se abateu sobre os Estados Unidos é muito real, sobrepondo novamente realidade com ficção. Interessante como as opiniões se dividiram sobre a participação estadunidense.

“Sempre mais receoso dos comunistas do que dos fascistas, meu querido pai.”

Os personagens são deliciosamente descritos, e vão acompanhando Vivian ao longo de sua estória. Mesmo que um ou outro só apareçam de relance no início, no final se mostram importantíssimos…

Em suma, Cidade das garotas trata da amizade entre mulheres, que se apoiam e se importam umas com as outras. Sobre como ser uma boa garota não necessariamente te torna uma garota feliz. Sobre amor… que amor lindo!

“(…) quando as mulheres se reúnem sem homens por perto, elas não precisam ser nada específico: podem apenas ser”

Leiam, se apaixonem por essa estória, e voltem para dizer que amaram tanto quanto eu!

Por: Maisa Gonçalves
Site: www.coisasdemineira.com/cidade-das-garotas-elizabeth-gilbert-resenha/
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Vanessa.Issa 13/02/2020

Tinha visto muitos comentários dizendo que esse livro tinha a mesma pegada de "Os sete maridos de Evelyn Hugo", que foi um dos melhores livros que li ano passado, então vim correndo pra conferir!!!

Não encontrei assim taaaaantas semelhanças entre eles, mas também não saí decepcionada. É um livro diferente, que também possui uma protagonista contando as verdades (nem sempre bonitas) sobre seu passado. Não conquistou o meu coração com a mesma intensidade que o outro, mas gostei.

Esse livro faz a gente pensar muito no lugar da mulher, não só da década de 40, mas até mesmo nos dias atuais. Vemos tudo que a personagem enfrentou, quantos preconceitos encarou de frente, quantas vezes tinha todos os motivos pra jogar tudo pro ar e se perder na vida... E mesmo assim ela continua em busca da felicidade, não importando quanto tempo demoraria para encontrá-la, nem onde...

Achei o começo meio parado, demorei pra me envolver com os sentimentos da personagem principal, mas o final é emocionante. Vale a leitura.
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Babigabreu 26/02/2020

Comecei este livro pq amo os textos da Elizabeth Gilbert e apesar de ser um livro interessante, não me conquistou totalmente. Senti o tempo todo que faltava alguma coisa
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Maisa @porqueleio 20/03/2020

Um retrato divertido da Nova York de 1940, sob a perspectiva das mulheres
Estamos em 1940, em Nova York. Vivian é uma jovem que chega à cidade depois do fiasco de ter sido dispensada da escola onde estudava, já que foi reprovada no primeiro período, e seus pais acreditam que a filha precisa entender o quanto é privilegiada. Ela é enviada para os cuidados de sua tia Peg, dona de um teatro chamado Lily Playhouse. No teatro, Vivian conhece personagens bem diferentes de seu círculo de relacionamento, mas que eram extremamente carismáticos: atrizes, coristas, músicos, escritores e produtores. Vivian encontra uma possibilidade de ajudar a tia através de sua máquina de costura, e se torna responsável pelos figurinos das peças. Mas um erro delicado é cometido por Vivian, beirando a um escândalo, e tudo o que resulta daí é o fio que vai conectar passado e futuro dessa estória.
Cidade das Garotas se apresenta como uma estória do amadurecimento de uma mulher, da descoberta de seus prazeres, do aprendizado e aceitação de seus erros. Temos assuntos diversos como as diferenças entre classes sociais, as tensões durante a Segunda Guerra Mundial, sobre o teatro e a noite em tempos de tranquilidade, sobre a sensibilidade para vestir outros – sejam atrizes, sejam noivas... e é descrito de uma forma tão eloquente que é possível imaginar todos os cenários – muitos dos quais de fato existiram, retratando com mais fidelidade a Nova York dos anos 40 e 50. O livro trata da amizade entre mulheres, que se apoiam e se importam umas com as outras. Sobre como ser uma boa garota não necessariamente te torna uma garota feliz. Sobre amor... que amor lindo!

site: http://www.coisasdemineira.com/cidade-das-garotas-elizabeth-gilbert-resenha/
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Rê Lima 03/04/2020

Minha prima amou, eu achei muito bom, mas não amei. Não me conectei com a personagem principal, acredito.
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