bbylauralima 02/05/2024
Cidade das Garotas, por Elizabeth Gilbert
Cidade das Garotas conta a história de Vivian Morris, uma jovem adulta vinda de uma "boa família" americana. Depois de ter sido convidada a se retirar da universidade onde estuda, a garota é enviada pelos pais para Nova York, onde a tia gerencia um teatro, o Lily Playhouse. É assim que Vivian é repentinamente arrancada de seu mundo de colégios internos e riqueza e jogada na Nova York dos anos 40. Na companhia de astros da época, coristas e de todo o perigo que a cidade apresenta, Vivian descobre o mundo do teatro, todo o glamour no palco e toda a podridão quando as cortinas se fecham. Assim, em uma cidade que parece pertencer a todos e a ninguém, ela passa a tentar descobrir quem é e, no processo, descobre quem não quer ser quando se envolve em uma polêmica que ameaça destruir tudo que ela já foi ou pode ser na vida, tudo isso enquanto a temível segunda guerra mundial se aproxima.
Tem muitas coisas que eu poderia dizer sobre esse livro. Tem muito de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo nele. No entanto, acho que de vez em quando é bom ir direto ao ponto e o ponto desse livro é: mesmo quando comete um erro que ameaça toda a sua vida no teatro, quando vira as costas para alguém que machucou ela no passado e depois volta atrás com coragem, quando concorda em dar um tiro no escuro com uma amiga e por uma amiga, Vivian continua em frente. Apesar da jovem ingênua e influenciável que ela era, ela passa por cima disso, enfrenta críticas de cabeça erguida e se torna uma mulher diferente da menina que foi nos anos depois de chegar em Nova York, sem nunca deixar as melhores características dela para trás. Ela segue em frente, ela é resiliente, livre e uma boa pessoa, mesmo que não uma "boa garota" americana. Acho que a grande mensagem de Cidade das Garotas é: passe pela vida quando ela for boa e quando for ruim, quando for cativante e quando for desesperadora, caia e se levante, erre e acerte, mas continue em frente apesar das expectativas e das experiências passadas. Não desista quando errar, a vida não acabou até que tenha acabado, aí, sim, não terá mais nada que você possa fazer. Até lá, você ainda tem a vida inteira para recomeçar.
Além disso, acho que teria gostado mais do livro se fosse um pouco mais velha. Se tivesse mais ou menos vinte anos, por exemplo.