Paulo Silas 14/02/2024"O Chamado da Tribo" é uma espécie de autobiografia intelectual de Mario Vargas Llosa que é narrada a partir de diversas outras biografias. Escrito com a pretensão de apresentar alguns pensadores que foram responsáveis por conduzir e formar o pensamento do próprio autor, o livro explana com propriedade algumas correntes do liberalismo, apresentando de forma resumida e ao mesmo tempo profunda a vida e a obra de sete pensadores liberais que, para o autor, estão entre aqueles que mais merecem crédito por suas contribuições para essa vertente política, social e filosófica.
Para além da introdução - na qual o autor aponta as razões pelas quais escreveu o livro, justificando a escolha dos autores abordados -, a obra conta com sete capítulos, cada um dedicado a fazer um apanhado crítico e explanativo sobre vida e obra de um pensador liberal. Adam Smith, José Ortega y Gasset, Friedrich August von Hayek, Karl Popper, Raymond Aron, Isaiah Berlin e Jean-François Revel são os sete pensadores que Mario Vargas Llosa apresenta em suas biografias de vida e intelectuais, abordando um pouco da história de cada um e expondo um resumo sobre suas ideias e principais obras.
Como aponta o autor no capítulo introdutório, "não parece, mas trata-se de um livro autobiográfico". Isso porque os sete autores apresentados na obra são apontados como os responsáveis pela formação do intelecto e forma de pensar de Vargas Llosa, fato esse que repercute diretamente em sua história de vida quando do afastamento das ideias que moldaram sua juventude (inspiradas por Sartre e outros autores não liberais) dado o desencanto com algumas questões sociais e políticas, o que fez com que conhecesse e se aproximasse do liberalismo explicado (em tom crítico) e defendido nessa obra. A leitura é válida tanto para críticos quanto para entusiastas do pensamento liberal, tratando-se de uma obra primorosa que contribui para o bom debate,