Carolina165 06/07/2019
“Cada solidão esconde uma história. Às vezes, mais de uma”. (Intrínsecos)
Me interessei por esse livro por causa das pistas da Intrínsecos. Quando vi as pistas de qual seria o livro de abril do Clube, fiquei doida para saber qual era, pois parecia ser um livro incrível. Porém, a sinopse não foi o que eu estava imaginando, e quando comecei a ler; mais uma vez, o livro foi diferente do que eu estava esperando. Mas isso não foi uma coisa negativa, uma vez que adorei a leitura.
Primeiro, achei que o livro seria bem mais leve do que de fato foi. Na verdade, é um livro muito triste e denso. A intensidade dessa história me pegou de jeito e me tocou profundamente, de uma maneira que nem sei explicar. No começo fiquei com raiva da Amisa, por ser uma mãe tão fria e egoísta, mas depois; quando conheci sua história, fiquei com muito dó dela, não tem como não se compadecer com tanto sofrimento que ela passou e que a tornou uma mulher amarga.
Segundo, pensei que a história giraria em torno de amizades tóxicas, mas a amizade entre a Circe e Szu não me pareceu tão tóxica assim. Na verdade, acho que foi o que segurou Szu em alguns momentos difíceis.
Terceiro, a história é estruturada de uma maneira original, uma vez que é contada através da perspectiva das três personagens, ao longo de vários anos; sendo que os capítulos pela perspectiva da Szu e da Circe são narrados em primeira pessoa, e os que narram a história de Amisa são em terceira pessoa; o que faz com que tenhamos uma visão abrangente de sua história. Porém, pelo fato de ser em terceira pessoa, não sabemos bem como Amisa se sente, apenas presenciamos seu sofrimento sem adentrar em seus sentimentos.
Mas a personagem que mais me tocou foi Szu. Tão incompreendida, fiquei muito mexida com toda a trajetória desta personagem. Uma trajetória de dor, sofrimento, desamparo e incompreensão. O final do penúltimo capítulo, mexeu muito comigo, foi um dos trechos literários que mais doeram em mim, talvez porque dê para sentir o quanto ela estava despedaçada e desamparada. Admiro muito quando um autor consegue fazer o leitor sentir. E eu senti muito com esse livro. Ainda bem que o último capítulo trouxe um alívio para esse sentimento.
Tem certos livros que tocam em alguma parte da gente, e nos fazem sentir profundamente. Esse foi um desses, por isso favoritei sem dúvida; e se algum dia eu for para Cingapura, com certeza vou pensar na Szu e na história dessas três mulheres.