Tamara 02/07/2019
Na primeira vez em que me deparei com esse título, logo ele me chamou atenção, porque o achei bonito e parecia indicar uma história sensível, então, assim que li a sinopse tive certeza de que precisava lê-lo, pois o livro prometia falar da história de uma menininha de nove anos que possuía um problema genético que estava lhe deixando cega aos poucos, e como eu sou deficiente visual, sempre gosto de acompanhar como os autores tratam esse tema nos livros.
Essa foi uma daquelas histórias que li de uma vez só, sem fechar o livro nenhuma vez para nada, e foi uma história cheia de sensibilidade, ensinamentos, partes fofas, engraçadas e também aquelas emocionantes, que acabam nos deixando com um nó na garganta. Uma das coisas incríveis dessa obra, é o fato de a autora ter o mesmo problema que a protagonista, Mafalda, ou seja, acabou que tudo que ela relatou sobre o desenvolvimento da doença, suas consequências e etc foi muito realista, e isso tudo na voz de uma menina de nove anos, que ao mesmo tempo que teria de estar apenas enfrentando a infância e a quase migração para a pré-adolescência, também precisa se acostumar com o escuro dentro de seus olhos, o que não é uma adaptação fácil alguém perder um sentido de uma hora para a outra. Além dessa temática principal, que foi muito bem trabalhada, embora ela apresente mais o período de perda de visão da personagem e pouco seu período de cegueira total, temos também uma série de outras discussões secundárias, como as adaptações necessárias, a autora nos fala sobre o braille, método de escrita para pessoas cegas, além de falarmos sobre doenças, a perda de pessoas queridas, assim como o bulling, embora haja o lado que mostra o quanto também algumas crianças podem ser incríveis e prestativas quando outra precisa de ajuda.
Enfim, posso dizer que A distância até a cerejeira foi um livro que me tocou, me envolveu e que acho uma história recomendada para diversas idades, tanto para adultos, a fim de que estes mergulhem no universo da menininha Mafalda e conheçam ela, seu gato, sua amiga Estela e todo o universo para os quais ela nos leva, e também para crianças, pois a escrita é leve, com linguagem acessível e certamente a obra terá muito a ensinar.