Vanessa602 31/05/2021Sobre gostos e crescer.De um certo tempo para cá comecei a perceber que meu negócio é mesmo mais voltado para romances fofos e clichês, mas, com esse conto, que também é minha primeira experiência de leitura do autor, descobri que minha preferência por esses temas tem sim um limite. Tem como ser fofo e clichê demais para mim. Tem como a fofura pela fofura ser insuficiente.
Acho que apesar de gostos não refletirem exatamente maturidade, eu pessoalmente prefiro ler sobre histórias que ficam comigo por mais tempo, que perduram na minha mente, histórias que, apesar de leves e bobinhas, pesam e me mudam de alguma forma. Não sei se isso tem a ver com idade, mas as vezes romances contemporâneos cool com pouco ou nenhum conflito interno ou externo começam a perder o sabor. Mas como essa foi a proposta do autor, não dá para criticar. Tirando isso, outros pontos negativos para mim:
* Referências a cultura pop que eu já devia ter imaginado que viriam com essa capa toda YA;
* Narração bem expositiva em certos momentos. Para mim, um limite pequeno de palavras não justifica um personagem contar a história da própria vida para o outro (e ele pede literalmente isso: "Me conta a sua história"). Um conto é sobre viver uma jornada no momento e inserir o passado com sutileza DENTRO dos acontecimentos atuais dela.
* Algumas coincidências convenientes e o final meio forçado, que quebrou um pouco o tom realista do começo da história.
Pontos positivos:
* A mensagem do conto é linda e eu totalmente me identifico com a importância que nossos gostos, talvez vistos como bobos para os outros, às vezes podem significar tudo para nós. A coisa que eu mais ouvi, tendo TEA, é que minhas paixões tem data de expiração e que uma hora eu cresceria para longe delas. Isso nunca aconteceu e não vai. Sem dizer que a escrita do Vitor é descomplicada e a trama, em geral, bem fechadinha. Funciona, mas não para mim.